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quarta-feira, 6 de março de 2019

Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e a consciência cívica...

Na Figueira,  sempre foi proibido questionar convenções.
Quem o faz, é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.

Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
Na edição de hoje, o Diário As Beiras, dá a notícia de que a «autarquia homenageia “patriarca da liberdade”», o tal que defendia que os políticos não deviam ser remunerados e morreu na miséria...
O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia, João Ataíde, adiantando que, no corrente ano, será reeditada “a melhor biografia de Manuel Fernandes Tomás”. O liberal figueirense, elemento proeminente do Sinédrio e um dos protagonistas da revolução liberal, foi ideólogo e redactor da Constituição de 1822. O livro deverá ficar pronto antes de 24 de agosto, data em que se rende homenagem ao “pai da liberdade”, na praça 8 de Maio, junto à sua estátua e onde jazem os seus restos mortais. Para 2020, a autarquia tem agendada “uma edição exaustiva” sobre vários temas associados à liberdade e a Manuel Fernandes Tomás.
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e, ao que dizem,  uma Terra aberta e disponível para a democracia.
Como entender e aceitar que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A ausência do direito e dever do exercício da cidadania, é o maior problema da Figueira da Foz...

Manuel Luís Pata, tem 92 anos... Jorge Tocha Coelho, está com 87...
E, eu próprio, já não me ando a sentir nada bem!

Nota de rodapé.
Os exemplos de cidadania figueirense que registei, nas pessoas de Manuel Luís Pata e Jorge Tocha Coelho, não são poucos ambiciosos. 
Não se circunscrevem à efectiva possibilidade de participação política activa, mas  à cidadania que se reflecte numa procura de justiça social e no sentimento de que é possível responsabilizar politicamente os eleitos. 
A realidade, no entanto, demonstra-nos que a responsabilidade política não funciona e que a justiça social não existe. 
A cidadania que desejo é aquela que, para além dos direitos inerentes a um sistema democrático, assegure aos cidadãos que o seu voto conta - na responsabilização dos políticos que erraram por acções, inacções ou ausências.
Para ser cidadão não basta querer, é preciso que as leis o permitam. 
Porém, as leis, como sabemos, são feitas pelos eleitos. 
Se os eleitos não o permitem (exemplo disso, são as reuniões camarárias à porta fechada impostas pela maioria absoluta do presidente Ataide...), estamos perante um totalitarismo democrático, isto é, olhamos para os políticos como uma corporação que não serve a Figueira, nem os seus cidadãos, mas apenas os interesses da sua entourage
A história já nos mostrou onde é que isto acaba... 

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Muito obrigado pela atenção que este espaço merece por parte de quem de direito...

Depois do alerta, as coisas ficaram no seu lugar...
Graças a Deus, graças a Deus...
E quando é que acabam com as reuniões à porta fechada?
Vá lá: é só um pequeno esforço...
E só têm a ganhar com isso...
Até Coimbra já arrepiou caminho...

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Reunião de Câmara de 20.11.2017...

A propósito das reuniões à porta fechada, questionado na reunião que está a decorrer, neste momento, pelo vereador Ricardo Silva, da oposição, o presidente a determinada altura do debate disse: "não me interessa a tradição"...
E não é que o senhor presidente tem mais razão do que julga?.. 
Na Figueira a tradição democrática já não é o que era!

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Transparência: a Figueira, nestes anos de maioria absoluta, entre 2013 e 2017, passou de 1º. para o 149º. na tabela classificativa! Das duas, uma: ou a Figueira perdeu "a forma", ou os outros melhoraram muito...

O Índice de Transparência Municipal é elaborado pela Transparência e Integridade, em colaboração com a a Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas da Universidade de Aveiro, que colaborou no processo de recolha e validação de dados.
Trata-se de uma avaliação anual da informação de interesse público disponibilizada pelos 308 municípios portugueses nos seus websites oficiais, em sete áreas distintas:

A- Informação sobre a organização, composição social e funcionamento do Município (18 indicadores);
B- Planos e Relatórios (13 indicadores);
C- Impostos, Taxas, Tarifas, Preços e Regulamentos (5 Indicadores);
D- Relação com a sociedade (8 indicadores);
E- Transparência na Contratação Pública (10 Indicadores);
F- Transparência Económico Financeira (12 indicadores);
G- Transparência na área do urbanismo (10 indicadores)

Isto, vale o que vale: para os autarcas, quando a montra os favorece, vale muito, quando os desfavorece, vale pouco.
No distrito de Coimbra, em 2017, Oliveira do Hospital lidera a tabela, seguido por Tábua (8), Mealhada (20), Cantanhede (53), Penela (56), Soure (69), Góis (76), Vila Nova de Poiares (77), Mira (80), Condeixa (85), Lousã (90), Miranda do Corvo (105), Montemor (129), Arganil (132), Figueira (149), Mortágua (160), Coimbra (196), Penacova (198) e Pampilhosa da Serra (207).

A transparência, na Figueira, é uma "coisa" muito irónica: em 4  anos, este executivo de maioria absoluta, caiu do 1º. para o 149º lugar!
Recordemos a máquina de agitação e propaganda camarária, em 4 Novembro de 2014.
"A nova página de internet da autarquia da Figueira da Foz, hoje apresentada aos jornalistas, quer ser uma referência na transparência da informação disponibilizada aos munícipes e uma ferramenta interativa de divulgação do município.
“Não deve haver no país uma página mais transparente do que esta. Quem tiver algum tempo para procurar informação, encontra-a aqui”, disse Tiago Castelo Branco, na altura chefe de gabinete do Presidente da Câmara.

Como explicar, então, o que se passou a partir daí. Vejamos os resultados do município da Figueira da Foz: 2013 - 1º; 2014 -  11º; 2015 -  32º; 2016 -  52º; 2017 - 149º!..
Será “que a Figueira não desceu muito, em termos de pontuação. Os outros municípios  é que melhoraram bastante”?..
Acabei de citar a vereadora Ana Carvalho em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS publicadas em 10 de novembro de 2014. A autarca, na altura, "explicou ainda que a queda do município no ranking deve-se ao facto de não ser sido introduzida tanta informação no site como no ano passado, por se encontrar em construção a nova página da autarquia, que ficou disponível na semana passada".
Aliás, segundo a vereadora Ana Carvalho, “o novo site está bastante melhor”, comparando-o com o anterior. E tem novos conteúdos que podem contribuir para o aumento da transparência na gestão da autarquia, como, por exemplo, o currículo e os salários dos membros do executivo camarário...
A disponibilização do site em telemóveis e tablets e a tradução em vários idiomas serão os passos seguintes, adiantou ainda a vereadora.
Perante estas declarações da vereadora Ana Carvalho, em 2014, torna-ae ainda mais complicado para o comum dos figueirenses compreender tal descalabro classificativo, na tabela do índice da Transparência Municipal.

A participação activa e informada dos cidadãos é um aspecto fulcral para o desenvolvimento de qualquer democracia, valorizando a relação entre estes e o Poder Local. 
Em Portugal, o caminho percorrido para fortalecer este envolvimento tem sido difícil, mas, aparentemente, bem-sucedido. 
Na Figueira, podíamos falar das reuniões à porta fechada e do processo de revisão do PDM. Por exemplo.
Para quê? 

Quem conhece a Figueira e os figueirenses, percebe porque é que isto é assim, mas resigna-se...
Se calhar, como dizia o outro, não pode ser de outra maneira...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Município da Figueira da Foz

Consequências das reuniões à porta fechada: nota de imprensa marada!..

"Realizou-se ontem a Reunião de Câmara Extraordinária onde, entre outros assuntos, foram votadas as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2014.
Por lapso, foi enviada Nota de Imprensa informando que este ponto teria sido aprovado com cinco votos a favor e quatro contra da Coligação Somos Figueira.
Na realidade, a referida Coligação absteve-se na votação tendo ficado, como resultado final, 5 votos a favor e 4 abstenções."

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O problema da Figueira...


O problema da Figueira, não é o orçamento para 2015 e a sua circunstância. 
O problema da Figueira vem de trás... 
Nessa altura, a caravana passou e os cães aplaudiram. 
O verdadeiro problema da Figueira, é que nada mudou... 
A caravana continua a passar e os cães continuam a aplaudir.
O problema da Figueira,  é que somos um concelho constituído, na grande maioria, por indiferentes e resignados.
Portanto, somos governados com a indiferença que merecemos. 
É este o preço que andamos a pagar há décadas.
É este o preço que vamos continuar a pagar, enquanto permitirmos, com toda a indiferença, que o concelho decida o verdadeiramente importante em reuniões à porta fechada.
É este o preço que vamos continuar a pagar, enquanto permitirmos, com toda a indiferença, que exista um hospital dentro de um parque de estacionamento. 
Os programas eleitorais dos partidos, servem só para enganar eleitores antes das eleições... 
Programas eleitorais, aliás, é o que mais fácil de fazer existe. 
Passam os anos, passam as eleições e os eleitores continuam a cair como patinhos. 
Na Figueira, nem foi preciso arranjar alguém com a voz bem colocada.
Aos eleitores locais bastou um sorriso empático...

segunda-feira, 20 de maio de 2019

A propósito de reuniões à porta fechada ao público e aos jornalistas

João Portugal, Carlos Monteiro, João Ataíde, Ana Carvalho e António Tavares, são 5 nomes incontornáveis no passado recente da Figueira da Foz.
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local, onde o presidente só consegue impôr a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores. 
Gosto de ser rebelde e ter o passo lento, pois tal tem servido  para apreciar melhor o caminho, ter memória e também para  viver mais um bocadinho.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Mesmo um anjinho, como eu, percebe que quem governa o concelho é João Ataíde e que a oposição é uma miséria...

Depois de dois mandatos a ignorar a importância que a autarquia poderia ter na promoção do desenvolvimento concelhio, quem gere a câmara figueirense tem agora um desafio para enfrentar.
Seria interessante que o senhor  presidente da autarquia, em vez de andar a cercear o debate político, com reuniões à porta fechada, por exemplo,  explicasse aos cidadãos figueirenses, como encara o futuro da cidade cujo desenvolvimento lhe cabe promover. 
Que ideias tem, com que recursos conta, o que pretende fazer?
Mas é também tempo para a oposição reflectir: como é possível que uma equipa tão incompetente consiga, oito anos depois de nada ter para apresentar de relevante e estrutural, além da bandeira da dívida, cuja história verdadeira, aliás, há-de um dia ser contada, ganhar as eleições  com uma maioria absolutíssima? 
Os abusos, os almoços, os jantares e a manipulação eleitoral da miséria económica e cultural não dá para explicar tudo.
A oposição perdeu,  porque também não foi suficientemente competente e os partidos devem reflectir sobre se escolheram bem os candidatos, se a forma como funcionam internamente é entendida pelos eleitores, se os seus modelos se adequam aos desejos da população. 
É bom e urgente que o façam, sob pena de dentro de quatro anos voltarem a perder...

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Isto aprende-se na "primária da escola política: quando a mensagem não interessa, tenta-se matar o mensageiro

Imagem sacadas do jornal AS BEIRAS
Transparência: a Figueira, nestes anos de maioria absoluta, entre 2013 e 2017, passou de 1º. para o 149º. na tabela classificativa! Das duas, uma: ou a Figueira perdeu "a forma", ou os outros melhoraram muito...

Isto, vale o que vale: para os autarcas, quando a montra os favorece, vale muito, quando os desfavorece, vale pouco.

A transparência, na Figueira, é uma "coisa" muito irónica: em 4  anos, este executivo de maioria absoluta, caiu do 1º. para o 149º lugar!
Recordemos a máquina de agitação e propaganda camarária, em 4 Novembro de 2014.
"A nova página de internet da autarquia da Figueira da Foz, hoje apresentada aos jornalistas, quer ser uma referência na transparência da informação disponibilizada aos munícipes e uma ferramenta interativa de divulgação do município.
“Não deve haver no país uma página mais transparente do que esta. Quem tiver algum tempo para procurar informação, encontra-a aqui”, disse Tiago Castelo Branco, na altura chefe de gabinete do Presidente da Câmara.


A participação activa e informada dos cidadãos é um aspecto fulcral para o desenvolvimento de qualquer democracia, valorizando a relação entre estes e o Poder Local. 
Em Portugal, o caminho percorrido para fortalecer este envolvimento tem sido difícil, mas, aparentemente, bem-sucedido. 
Na Figueira, podíamos falar das reuniões à porta fechada e do processo de revisão do PDM. Por exemplo.
Para quê? 

Quem conhece a Figueira e os figueirenses, percebe porque é que isto é assim, mas resigna-se...
Se calhar, como dizia o outro, não pode ser de outra maneira...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

sábado, 15 de agosto de 2015

Isto de "experiência-piloto de orçamento participativo", tem muito que se lhe diga...

Lido na quarta-feira passada no Diário de Coimbra
Questionado sobre se o projecto recupera o conceito da chamada Aldeia do Mar - uma promessa eleitoral anunciada em 2009 e nunca concretizada, que passava pela instalação de valências ligadas à investigação científica e à economia do mar complementada por espaços de lazer - João Ataíde sorriu e replicou: "vamos ver"
Quando? 
"Na reunião privada do executivo que se realiza a 3 de Setembro, que é quando a proposta vai ser apresentada"?

No dia 24 de Outubro de 2013, pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, realizou uma reunião de Câmara vedada à presença de público e da comunicação social. Para que conste e por ser verdade a “coisa” para ser aprovada teve o voto a favor de João Portugal, Carlos Monteiro, João Ataíde, Ana Carvalho e António Tavares, as abstenções de Azenha Gomes e João Armando Gonçalves e um único voto contra, o de Miguel Almeida. .. 
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local, onde o presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores. Foi o o que aconteceu. 
Olhamos para o passado recente da Figueira e cada vez temos mais perguntas, o que não quer dizer que o amor e o interesse pelo que se passa no nosso concelho e na minha Aldeia tenha diminuído. Pelo contrário. Talvez  tenha ficado mais complexo e rico.  
Aliás, deve ter sido essa a intenção de um presidente de Câmara e de uma maioria socialista que se continua a afirmar pela pedagogia e culto da democracia participativa!.. 
Lido hoje no jornal AS BEIRAS.
"O Orçamento Participativo (OP) Figueira da Foz foi apresentado ontem nos paços do concelho. 
José Correia, adjunto da presidência, começou por introduzir que, neste 2.º semestre, a autarquia leva a cabo uma experiência piloto de OP, diferente do modelo que vigorará em 2016. 
Assim, por agora, é considerado todo o concelho (posteriormente será sob a forma de quatro áreas diferentes – cidade, sul, norte e leste). 
O OP conta com uma dotação orçamental de 100 mil euros, atribuída ao projeto mais votado. 
Quem pode participar? Todos os cidadãos recenseados na Figueira da Foz e que, previamente, procedam ao seu registo. Informações que estão disponíveis desde ontem na página da internetda câmara orcamento-participativo
De realçar que a submissão da proposta requer que 20 cidadãos registados a subscrevam. No entanto, um munícipe pode subscrever mais do que uma (com a entrega nos serviços da autarquia ou das juntas de freguesia). 
Serão agendadas sessões de esclarecimento para apresentação e discussão de propostas, posteriormente analisadas por uma comissão a nomear pelo presidente da câmara. A votação é – este ano – online. “É um ano de teste. Pretende-se estimular a participação dos cidadãos, melhorar os procedimentos administrativos e no limite adaptar o regulamento em face daquilo que tivermos”, disse José Correia. 
Por sua vez, o vereador da coligação de oposição Somos Figueira, Miguel Almeida, registou com agrado o convite do presidente da câmara para a apresentação. “O OP vem reforçar a qualidade de democracia”, disse Miguel Almeida, salientando que “não deve ser estanque, devendo proceder-se a avaliações anuais”
O vereador apelou ainda aos figueirenses para que “se mobilizem para apresentarem propostas para o concelho”.  
Por último, o presidente da câmara afirmou que se trata do “primeiro sinal de democracia participativa”.  Evocando que o OP foi uma proposta do PSD, acolhida por unanimidade, João Ataíde acrescentou: “Estamos agora em condições de avançar com este projecto”
O edil manifestou que terá de ser iniciado de forma cautelosa. Quanto ao orçamento disse que deve ser alargado tanto quanto possível." 

João Ataíde, porém, pelo que tive oportunidade de ler no jornal AS BEIRAS, deixou no ar algo que me inquietou, apesar de não ser adepto dos modos de funcionamento dos diversos aparelhos partidários: “haverá um cuidado de afastar as estruturas partidárias da participação activa”.
É conhecida a dificuldade de João Ataíde em transmitir mensagens claras e perceptíveis pelo comum dos figueirenses. Todavia, há coisas básicas que se exige que um cidadão independente, eleito presidente de câmara democraticamente por uma lista independente tem de saber passar com clareza aos seus munícipes.
A democracia sem partidos, ou de partido único, não é democracia, é tirania. Não há volta a dar-lhe senhor presidente. 
Apesar dos partidos que foram fundados e saíram de processos de libertação da tragédia da segunda guerra ou das ditaduras (mesmo as que duraram mais, como aconteceu em Portugal), estarem muito mal vistos pelos cidadãos em geral, por terem enveredado por práticas pouco recomendáveis e funcionarem, sobretudo, para os homens e mulheres do aparelho, pelo que deixaram de estar ao serviço da resolução das aspirações de largas camadas da população portuguesa, não  é necessário, nem legítimo, que se afastem os partidos, para se inventarem novas formas de expressão da vontade popular - passem elas pela democracia digital, pela democracia representativa ou pela democracia directa (ou participativa, para usar um termo mais moderado)
Tudo, porém, demora tempo e exige clarificação para evitar equívocos. 
Aquilo que se está a iniciar na Câmara da Figueira - a tal "experiência-piloto de orçamento participativo" -  é o início de uma revolução que um dia será conhecida por uma designação ainda não encontrada com exactidão.
Exige-se, por conseguinte, aos responsáveis cuidado e clarificação na linguagem e nas atitudes.
Para já, para mim a melhor ideia para celebrar a liberdade e a democracia é, simplesmente, praticá-la no quotidiano. 
Por isso fica a pergunta senhor presidente: para quando o fim das reuniões de câmara à porta fechada?..

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Um citação e uma pergunta e o "bem dos figueirenses"...

Cito: 
- “temos que entender que nos dias de hoje os municípios vivem num ambiente de concorrência entre si, e o momento em que alguns assuntos estratégicos podem ser tornados públicos, deve ser detalhadamente estudado e programado”.

Pergunto: 

- sendo este o verdadeiro motivo da decisão de vedar o acesso ao público e à comunicação social a uma das reuniões mensais, será que ainda teremos aqui a justificação para o atraso ou, mesmo, a não publicação das actas das reuniões estrategicamente realizadas à porta fechada?..

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Recordar Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade", a tradição e a consciência cívica...

Mais uma vez, cumpriu-se a tradição. 
A tradicional homenagem a Manuel Fernandes Thomaz realizou-se no passado dia 24 de Agosto, uma oportunidade para os figueirenses reflectirem sobre os valores do político nascido na Figueira da Foz em 1771, a quem chamam o “Patriarca da Liberdade”
À deposição de uma coroa de flores no seu túmulo, situado junto ao monumento que lhe é dedicado, na praça 8 de Maio, seguiram-se as intervenções: António Ambrósio (presidente da Associação 24 de Agosto), Fernando Cardoso (presidente da Associação Manuel Fernandes Thomaz), Manuel Fernandes Tomás (descendente do homenageado) e João Ataíde (presidente da autarquia figueirense). 
O Grande Oriente Lusitano-Maçonaria Portuguesa enviou uma comunicação, que foi lida na cerimónia. 

Em tempo. 
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 
244 anos depois do seu nascimento, como entender e aceitar que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..

sexta-feira, 13 de maio de 2016

João Portugal, presidente da concelhia do PS e vereador socialista apoia a "título pessoal" a recandidatura de João Ataíde!..

A Figueira anda muito mal servida de políticos. Este João Portugal, é disso mais um triste e lamentável exemplo, a juntar a tantos outros.
Um político não é isto: um fulano que apenas se preocupa com sua vidinha...
Um político luta, estrebucha, erra, acerta, ouve, discute, enfim, faz política. 
A gente olha em volta e vê política. 
Não podemos evitar essa fatalidade. 
Mas podemos evitar que seja uma fatalidade. 
A política não é o porreirismo que a imagem acima mostra: provoca reacções, ódios e paixões. 
Se provoca a indiferença é negativo. 
Negativo para a política, negativo para a democracia e negativo para a Figueira.
A política é um conflito saudável. 
É poder discordar do outro para poder respeitá-lo. 
Na política o que não se respeita, combate-se. 
A Liberdade passa por aí...
Isto, é o grau zero da política seja onde for. Também na Figueira.

Sou de um tempo em que a política servia para fazer avançar o concelho.
42 e dois anos depois do 25 de Abril de 1974, gostaria de poder acreditar que em democracia, os figueirenses já deveriam saber que os cidadãos podiam colaborar na discussão do seu futuro. 
Alguns dos que tiveram a possibilidade de viver o Abril de 1974, ainda gostariam de poder acreditar na possibilidade de viver numa cidade em que houvesse Liberdade e democracia. 
É também por causa disso que não aceitam reuniões de câmara à porta fechada.

Nos anos que se seguiram a Abril de 1974, a política ganhou estatuto e dignidade no dia a dia dos figueirenses. 
Mas, nos dias que passam, aqui pela Figueira, estamos a rodar no sentido contrário. 
Parece que, afinal, a possibilidade de contribuirmos para o exercício da política está acima das possibilidades do cidadão figueirense - seja, ou não, político profissional... 
De políticos profissionais, como João Portugal, apenas resta a expectativa de uma  representação lamentável que lhe permita permanecer na crista da onda, isto é, na sombra e à pala de políticos de conjuntura. 
São os novos palhaços...
Quem teve a felicidade de viver na Figueira, nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, sabe que ser político não é para todos...
Os políticos, como qualquer um de nós, vão acabar por morrer um dia. 
Mas, na Figueira, muito poucos políticos terão vivido uma vida...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A morte, a hipocrisia e as reacções dos políticos

22 de Fevereiro de 2020
Funeral do Dr. João Ataíde. Esta foto, de sábado passado, de forma discreta, suave e sensível, sem exposições excessivas, mostra o essencial. Fala por si e dispensa palavras. Isto, é foto-jornalismo elevado ao seu melhor nível.
Foto de Pedro Agostinho Cruz. Via Diário as Beiras.

Fevereiro de 2012.
Fevereiro de 2016.
Março de 2019.

Fevereiro de 2020.

“Para viver, toda a Terra; para morrer, Portugal.” Padre António Vieira
Imagem via Diário as Beiras
Só na morte os políticos são iguais aos outros seres humanos. 
Por outras palavras: só no destino inevitável e humano da morte se tornam verdadeiramente humanos.

Ninguém se lembra, mas eu recordo. Sem necessidade, quando se apanhou com maioria absoluta, foi por sua iniciativa que se realizou a primeira reunião de câmara à porta fechada.
Tal aconteceu no dia 4 de Novembro de 2013. Na altura, mesmo no seio da maioria socialista,  a medida gerou alguns incómodos.  Sabe-se que  até no executivo, dois vereadores e também militantes do PS  - Carlos Monteiro e António Tavares – revelaram  discordância, no recato dos bastidores da vereação socialista, tendo, no entanto, votado a favor da proposta do presidente Ataíde na reunião de câmara dia 24 de Outubro de 2013.

Também na oposição camarária, logo na primeira reunião do mandado de 2013/2017, deu para notar algumas divergências... Miguel Almeida, foi o único a votar  contra. João Armando Gonçalves e Azenha Gomes, optaram pela abstenção. Anabela Tabaçó, esteve ausente.
Ficou assim consumada a vontade de João Ataíde: fechar a primeira das duas reuniões de câmara mensais ao público e aos jornalistas.
Na minha opinião, tal prática, que se manteve até à sua ida para secretário de estado do ambiente, tornou-o imortal. 

Esta medida, depois da sua saída, em Abril de 2019, deixou de ser praticada.
Com todo o respeito pela memória do Dr. João Ataíde e pela verdade, na minha opinião, todos merecemos melhor.


"Não me peçam razões, que não as tenho,
(...) bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos."
José Saramago, foi um Mestre: ofereceu-nos a força mais pura da criação, reflectindo o mundo para nos devolver um outro, renovado e humano, nas suas limitações e deslumbramentos.
Nos seus livros, confrontou-se e confrontou-nos com a tragédia de existir, com o amor a ditar-nos a vida, com as marcas que a História feita por ditadores minúsculos deixou em homens e mulheres aos quais a História nunca deu rosto ou tamanho. E essa façanha implicou também olhar deus de frente, encarar de frente o país e a sua mesquinhez, mas também a sua grandeza.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Aqui fica o registo!..

"Selecções portuguesa e polaca de futebol de praia recebidas pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz."

Nota de rodapé.
Convivência democrática.
"A reunião de câmara decorria à porta fechada. Desde que alcançara a maioria, o Presidente tinha acabado com a tradição popular do concelho, conquistada com a revolução de Abril, onde todas as sessões de câmara eram abertas ao público.
Agora, naquelas reuniões vedadas à comunidade, para além do Presidente e Vereadores, apenas é permitida a presença de funcionários e assessores autorizados e, vá-se lá saber porque razão, o Presidente da Assembleia Municipal, o qual, fora do exercício das funções do cargo eleito, com todo o respeito, não passa dum cidadão comum, sem direitos acrescidos.
O Presidente encontrava-se no uso da palavra. Contrapunha às vozes críticas lançadas em face da participação isolada e escondida do município num certame de turismo recentemente realizado na capital.
A dado momento, alude a uma distinção que tinha sido alvo naquela semana, altura em que os Vereadores da oposição, não resistindo, instintivamente e em conjunto, esboçam um ligeiro sorriso (em todo o caso, silencioso).
Era do conhecimento público que a invocada homenagem partira duma associação gastronómica (local), a qual, tinha integrado a referida comitiva municipal até Lisboa…
De semblante carregado, em jeito admonitório, o Edil disparou: - ”não se riam com esse ar jocoso e com ar de gargalhada que é manifestamente ofensivo porque nós não andamos aqui na brincadeira nem na galhofa, estamos a discutir seriamente”, e repisou: - “nós não andamos aqui na brincadeira nem na galhofa” “estamos aqui a abordar questões sérias e portanto não estamos aqui a rir uns dos outros”.
Rebateram, educadamente, os Vereadores da oposição em face do tom exaltado e do teor inadequado daquelas afirmações, pois que nenhum dos presentes tinha sido desrespeitoso e muito menos dado risos de gargalhada. Do lado dos Vereadores do Executivo pairava um silêncio sepulcral.
Recompostos os ânimos, prosseguiu o Presidente, sempre naquele seu já acostumado tom monocórdico, vangloriando-se, desta vez, com o sucesso do programa dos desportos de praia – Beach Sports -, ao anunciar o registo de “sete mil participantes” durante o mês de Julho e Agosto do ano passado. 
Interpelado por um Vereador da oposição como chegara aquele número, pois das contas existentes, admitir-se-ia, quanto muito, cerca de mil quinhentos participantes (ou seja, 80% abaixo dos valores apregoados), o Edil, uma vez mais, revelando um evidente estado de desconforto por se ver contraditado, investiu, dizendo: - “o senhor está a interromper assim com um ar e tal que já percebi e tal…” “é o seu jeito, é a sua forma de estar nisto, é ir brincando, é a brincar, é a sua forma de estar”. O visado, educadamente, apenas retorquiu que não era seu timbre brincar com assuntos da terra. 
Quinze dias depois, ou seja, na reunião seguinte, no ponto de aprovação da acta da sessão anterior, o Presidente ao ser confrontado com a transcrição daquelas, e outras, expressões por si proferidas (e gravadas), rejeitou-as terminantemente, tendo, por essa razão, a referida acta merecido o voto contrário dos Vereadores da oposição. Os relatados acontecimentos tiveram lugar no pretérito mês de Fevereiro, num município bem perto de todos nós."

Críticar, numa cidade como a Figueira, é assim como descascar cebolas. 
Arranca-se-lhes os folhos do vestidinho. Por muito meretrizes que sejam vão-se fazendo de ofendidas, e não se sabem defender senão esguichando um sumo em que, quem vê de fora, é levado a pensar que choramos com muita pena delas. 
No fim, ainda nos deixam um estúpido e persistente cheiro nos dedos...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

24 de Agosto: neste dia, na Figueira, associamos a palavra Liberdade

Logo, mais uma vez, vai cumprir-se a tradição: vai realizar-se a tradicional homenagem a Manuel Fernandes Thomaz, uma oportunidade para os figueirenses reflectirem sobre os valores do político nascido na Figueira da Foz em 1771, a quem chamam o “Patriarca da Liberdade”
À deposição de uma coroa de flores no seu túmulo, situado junto ao monumento que lhe é dedicado, na praça 8 de Maio, seguem-se as intervenções.

A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 
245 anos depois do seu nascimento, como entender e aceitar, que políticos que aprovaram reuniões camarárias realizadas à porta fechada, o que nos faz sentir nostálgicos da Liberdade, logo mais encham a boca de "liberdade", isto é, da "sua liberdade", numa cerimónia que pretende homenagear AQUELE QUE É CONSIDERADO O PATRIARCA DA LIBERDADE?..

Na Figueira,  sempre foi proibido questionar convenções.
Quem o faz é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.

É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.
Foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
FOI O O QUE ACONTECEU A MANUEL FERNANDES THOMAZ, PATRIARCA DA LIBERDADE.

A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra, apesar deste executivo camarário de maioria absoluta PS, aberta e disponível para a democracia.
245 anos depois registe-se o facto de um jornal regional o ter escolhido para PROTAGONISTA DO DIA.
Hoje, é um dia óptimo para recordar Manuel Fernandes Thomaz, "O Patriarca da Liberdade".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A propósito de «gajos porreiros» que apoiam reuniões camarárias à porta fechada...

Hoje de manhã - ironicamente, eu sei... - um amigo meu de longa data, alertou-me para algo que, confesso, me estava a passar completamente ao lado.
Pela conversa, fiquei a perceber que, na Figueira, devo ser o único tolinho a achar - como sabem, o figueirense gosta de «achar»... - obscenas as manifestações públicas de um dos «gajos mais porreiros» da política e da cultura local - «quando convém, está sempre estrategicamente ausente, faz de conta que discorda, para, depois, de forma hipócrita e sagaz, através de palavrinhas mansas, manipuladas e ensaiadas, aparecer a salvar a face do poder que assume e exerce com unhas e dentes».

É pá, mas o que querem?.. Eu sou assim, inquieto e rebelde...
Não é que eu tenha nada contra os «gajos porreiros» que gostam de apoiar e ser apoiados. E é sabido que o figueirense gosta muito de «apoiar». Principalmente quem está conjunturalmente no poder. É uma coisa que lhe está no sangue: «apoiar».
O que, reconheço, é sinal de inteligência: a tendência é «apoiar-se» o poder, não vá a solidão e o ostracismo tecê-las...

Não querendo pôr em causa nada e, muito menos, ninguém, ingenuamente pergunto: que é feito do homem de cultura, anti-sistema, revoltado com o populismo, entregue à discreta solidão criadora?
Finou-se? Faleceu? Bateu as botas?
Agora é só alegria, confraternização, pancadinhas nas costas: no fundo o culto do «lambe-botismo».
O que prova, que pela Figueira, o pudor é qualidade em avançado estado de rarefacção.

Bom, mas tudo tem os seus pontos positivos: por exemplo, podermos observar o lado cómico-trágico do exercício.
Contudo, a conclusão é trágica: a aritmética não quer nada com a Cultura.