A apresentar mensagens correspondentes à consulta A erosão na orla costeira figueirense ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta A erosão na orla costeira figueirense ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

sábado, 2 de dezembro de 2023

Erosão costeira e o(s) inverno(s) que se aproxima(m) no Quinto Molhe

A deputada Raquel Ferreira foi apanhada na curva apertada que o PS nacional está a percorrer.  
Pimenta Machado, vice-presidente da APA, foi claro há um ano e 16 dias no Auditório Municipal: como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.
A memória serve mesmo para isto: para recordar a verdade.
Há um ano e 16 dias, a 15 de Novembro de 2022, realizou-se no Auditório do Museu Municipal uma reunião sobre a problemática da erosão costeira.
Para quem acompanha, atentamente e com preocupação, há dezenas de anos, o problema da erosão costeira no concelho da Figueira da Foz, se apreensivo e preocupado foi para a sessão, mais apreensivo e preocupado ficou depois da realização dessa reunião.
Mais uma vez, depois de ouvir os oradores verificou o óbvio: de erro em erro, estamos onde estamos em 2023. 
Pior que em 2022. 

Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Para não nos alongarmos muito, lembramos um, alertado por nós há mais de 20 anos - que nem sequer foi referido na citada reunião. 
Planeamento do concelho: Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização.
O último grande erro cometido, que foi ventilado na reunião de 15 de Novembro do ano passado, o que está mais presente e acelerou a erosão costeira a sul do concelho, que só aconteceu para tentar remediar o erro anterior, foi o acrescento dos 400 metros no molhe norte.

Na altura, o Dr. Pedro Santana Lopes , presidente da Câmara da Figueira da Foz, exigiu celeridade à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou tomar formas de luta se os processos não avançarem.
Nessa sessão de esclarecimento com a APA relativa à orla costeira, o Dr. Pedro Santana Lopes defendeu que a situação no concelho apresenta “circunstâncias excepcionais”, que podem ser usadas diminuir para prazos dos procedimentos legais.
Recordemos as suas palavras.
“Estamos em circunstâncias excepcionais, que a lei prevê quando estão em causa vidas humanas, habitações, segurança e risco. Há circunstâncias mais do que ponderosas”, sublinhou na altura o autarca figueirense, salientando que o problema da erosão se arrasta há anos, afetando a marina, o porto marítimo e as populações das praias a sul do concelho.
Santana Lopes defendeu mesmo que a APA crie uma comissão para esta “sub-região do baixo Mondego para tudo o que está implicado: erosão costeira, porto e transposição de areias”.
“Que a APA perceba que a Figueira da Foz está em emergência nessas matérias”, frisou o presidente da autarquia figueirense, reconhecendo que existe “estudo e trabalho feito”, mas que falta passar à acção.
Na sua intervenção final na sessão, o autarca disse que o município não quer utilizar “outras formas de luta”, mas que se for preciso serão usadas, arrancando uma grande salva de palmas do público que quase lotou o auditório municipal da cidade.
Na mesma reunião, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.

Como dá para ver nada acontece por acaso.
Percebem agora o motivo pela qual o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”?
Pimenta Machado, foi claro há um ano e dezasseis dias no Auditório Municipal da Figueira da Foz: "como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões."
A sessão ficou marcada por várias queixas de autarcas das freguesias afetadas pela erosão, preocupados com os efeitos do mar no Inverno, operadores comerciais e o movimento SOS Cabedelo, que acusou a APA de estar com uma década de atraso.

A deputada Raquel Ferreira, que já decidiu, "com os seus mais fortes sentidos de ponderação,  humildade e responsabilidade,  anunciar a  recandidatura à Concelhia do PS da Figueira da Foz", foi apanhada na curva apertada que o PS está a percorrer.  
Pois.
Porém, é em momentos destes, «como recomendava Mário Soares que " um político tem de se assumir".»

terça-feira, 18 de julho de 2023

"A erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho"....

 Imagem via Diário as Beiras

Nota.
Será que, finalmente, se começa a ver a realidade?
E a realidade é mesmo esta: "a erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho".
A realidade da erosão costeira, há muitos anos, que deveria ter sido dos principais assuntos a preocupar os que receberam o mandato popular para cuidar da polis figueirense.
Por isso, para muitos, é preocupante e inexplicável o adiamento da implementação do bypass.
A erosão costeira, isto é, o avanço do mar sobre terra, continua a fazer o seu caminho na orla costeira a sul do estuário do Mondego.
Basta uma simples deslocação a esta parte do território para verificar que o avanço do mar sobre a terra assume aspectos preocupantes.
Basta, logo a seguir ao ao parque de estacionamento da Praia da Cova, percorrer os cerca de 50 metros que restaram do passadiço. Chegados lá, olhem para sul e atentem no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial. E não foi por falta de alertas. 
Recordo um via OUTRA MARGEM, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006.
Já lá vão quase 17 anos...
Entretanto, as previsões quanto às consequências do prolongamento do molhe da Figueira da Foz, concretizaram-se. 
O areal das praias da região está a desaparecer e o mar está cada vez mais próximo das casas, sendo previsível que, se nada for feito, dentro de poucos anos invada as povoações.
As previsões dos pescadores da minha Aldeia, dos ambientalistas e especialistas em assuntos do mar quanto às consequências do prolongamento do molhe na Figueira da Foz, estão-se a agravar de forma assustadora.
Citando Alfredo Pinheiro Marques, director do Centro de Estudos do Mar: houve falta de sensatez. “Esse problema já se percebia no século passado, em exemplos como os do Furadouro ou de Espinho, que até o cineasta Paulo Rocha mostrou em 1966 no seu filme Mudar de Vida, pelo que se deveria, pelo menos, não ter feito mais erros”
“Quando por razões económicas, turísticas ou de especulação imobiliária, se constroem os molhes e esporões, criam-se verdadeiros aterros a Norte e fica-se sem areia a Sul, podendo o mar entrar pela terra a dentro, colocando em risco as habitações”.
“A construção de molhes ou pequenos esporões tem um preço, que é caríssimo”. 
Pinheiro Marques, sobre o que aconteceu na Figueira não tem dúvidas: “aumentando o problema para o dobro aumentou-se também os seus efeitos para o dobro”
A verdadeira diferença, neste caso, como em tudo na vida, está em todos aqueles que, sejam de que quadrante político forem, conseguem ter a isenção, a independência, a coragem de se demarcarem e tomarem posição, arrostando com as consequências.
Esses, são os que devem ser lembrados, sem esquecer as grandiosas obras que a mediocridade instalada legou ao futuro.
Manuel Luís Pata"o responsável pelos livros que nesta cidade da Foz do Mondego, até hoje, foram publicados sobre a pesca longínqua do bacalhau e sobre os estaleiros da construção naval figueirense", é um deles. Foi um Homem que nunca abdicou de lutar. Liderou ou participou em muitas batalhas. Quase todas, se não mesmo todas, perdidas.
Entre elas, até agora, a que continua a ser travada: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Como Manuel Pata costumava dizer: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
O extenso areal já existia em 2008. Existia e todos sabíamos qual a razão.
E, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
Na Figueira, a Praia frente à cidade, a barra e a orla costeira a sul do estuário do Mondego, estão assim por vontade dos homens.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Milagres

Crónica publicada na Revista Óbvia no mês de Outubro

O milagre de Joaquim Namorado

"Onde o santo punha o pé nasciam rosas.

 ... e o povo lamentava

que não fizesse o mesmo com as batatas."

O milagre da sobrevivência dos reformados em 2023

Para viver em Portugal e na Figueira sempre foi necessário um enorme sentido de humor.

Entretanto, vamos andando ensarilhados em dívidas, públicas e privadas, sem se  vislumbrar como vamos sair da situação de escravos endividados, soterrados vivos por politicas e políticos incompetentes ao longo de dezenas de anos.

Sabemos que isto não vai acabar tudo bem, mas dá jeito acreditar que está a correr mais ou menos...

"Com uma inflação galopante, que o governo estima em 7,4% este ano, embora o Conselho das Finanças Públicas aponte para 7,8%, os pensionistas com prestações de 650 euros brutos vão ter de viver com apenas mais 5,58 euros nos bolsos todos os meses, segundo os cálculos do Dinheiro Vivo com base nas simulações da Ernest & Young (E&Y) para 2023. Significa que cerca de 1,6 milhões de reformados, ou seja, mais de metade dos que irão beneficiar de uma atualização entre 4,43% e 3,53% em 2023, terão um acréscimo líquido mensal de 0,8%. Mais 5,58 euros, portanto."

Como diria a minha avó, "andam a comer-nos as papas na cabeça". Detesto ser tratado como um tolo. Foi como este governo com aquela rábula do adiantamento fez. 

Para já, além de estar tudo cada vez mais caro, o pessoal ter cada vez menos dinheiro disponível, os contextos europeus e mundiais estarem cada vez mais perigosos e  ameaçadores, a  ansiedade vai dar mais lucros às farmacêuticas e às clinicas da psique, e os  livros de tangas de auto ajuda vão subir as tiragens!

Preparem-se para o devir. Em 2023 vamos ter mais do mesmo. Ou pior... 

Para acabar com a politiquice, num assunto tão sério, será preciso acontecer um milagre?

Não sei como é com você, mas a  mim vai-me safando a essência.

E a minha essência esteve, está e estará sempre no mar... 

O mar tranquiliza-me. Como gente do mar que sou, caminhar em direcção a ele, é uma atitude intrínseca. Quase tudo se descortina ao olhá-lo. É um saber de experiências feito, que me foi transmitido pelos mais velhos.

Gosto da orla marítima, sobretudo fora da chamada “época alta”.

Para quem não “vive” o mar, as imagens parecem sempre iguais.

Contudo, garanto que não! Para quem o conhece bem, o mar é sempre diferente. E, também, sempre imprevisível!

Santana Lopes, acusou no final da reunião camarária realizada no passado dia 12 «a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de estar a gozar com a Figueira, ao protelar no tempo intervenções de transposição de areias na zona costeira do concelho: depois do que foi dito [pela APA], tomar uma decisão dessas é gozar com a cara dos figueirenses». Segundo Santana Lopes, «a APA não tem intenção de executar antes de 2025 a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos de areia para sul da Cova Gala, que estava prevista para 2023.»

O efeito não se fez esperar. Horas depois, ainda nesse mesmo dia 12 de outubro de 2022, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, deslocou-se à Figueira da Foz para se reunir com o autarca.

Fonte da autarquia avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, afinal, aquilo que a APA havia protelado para 2025 será realizado em 2024. 

Por mim, limito-me a lembrar o que ando dizer há vários anos sobre este assunto: dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, apenas  quero alertar que o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério. E o inverno está à porta.

Concedam ao rejeitado o milagre de descansar em paz

Em Abril de 2019, quando o falecido João Ataíde deixou a Figueira, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. 

Politicamente, Carlos Monteiro antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz.  E, de 2005 a 2009, tinha sido membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Depois foi vereador do executivo presidido por João Ataíde.

Com a ascensão de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019.

O resultado de pôr quem não serviu para a freguesia de S. Julião a presidir um concelho viu-se na Figueira nos dois anos que se seguiram.

Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (se bem me lembro, até houve foguetes...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente,  a valerem a pena. 

Contudo, acabou por ser o seu maior momento de azar. Faltou uma coisa: quando foi a votos, mais uma vez, Monteiro não foi validado pelos votantes do concelho. 

O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro - ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou - não foi alcançado. 

A derradeira meta era vencer essa rejeição. Não o conseguiu.

Que continue o milagre de continuar a haver lugar para o sonho

Escrever é ficar. Se continuo a  escrever, é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. 

Já me disseram, olhos nos olhos: "o meu trabalho de sonho era fazer o que você faz".

Os melhores projectos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos projectos que vale a pena prosseguir, são os que não nos deixam dormir. 

É o caso do único projecto que sempre tive e continuo a ter: a minha vida, apesar de já terem passado mais de 68 anos.

Basta tão pouco e é tão tanto.

Não sei se me assusto, se me espanto, se me regozijo, se sonho: alguns de vocês conseguem  saber de mim o que eu ainda estou a tentar descobrir. 

Obrigada por me lerem. 

Tal como Martin Luther King "não tenho um plano: tenho um sonho."

Que continua. 

"Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto, é realidade."

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Erosão costeira e o inverno que se aproxima: se preocupado estava, mais preocupado fiquei...

Para quem acompanha, atentamente e com preocupação, há dezenas de anos, o problema da erosão costeira no concelho da Figueira da Foz, verificou o óbvio: de erro em erro, estamos onde estamos em 2022
Se apreensivo e preocupado foi para a sessão de ontem no Auditório do Museu, mais apreensivo e preocupado veio depois da realização dessa reunião.
Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Para não nos alongarmos muito, lembramos um - que nem sequer foi referido na reunião de ontem. 
O último, que foi ventilado na reunião de ontem, o que está mais presente e acelerou a erosão costeira a sul do concelho, e que só aconteceu para tentar remediar o erro anterior, foi o acrescento dos 400 metros no molhe norte.
Fica o resumo do que ocorreu na reunião, via Notícias de Coimbra.
«O presidente da Câmara da Figueira da Foz exigiu ontem celeridade à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou tomar formas de luta se os processos não avançarem.
Numa sessão de esclarecimento com a APA relativa à orla costeira, que decorreu ao fim da tarde de ontem no auditório municipal, Pedro Santana Lopes defendeu que a situação no concelho apresenta “circunstâncias excepcionais”, que podem ser usadas diminuir prazos dos procedimentos legais.
“Estamos em circunstâncias excepcionais, que a lei prevê quando estão em causa vidas humanas, habitações, segurança e risco. Há circunstâncias mais do que ponderosas”, enfatizou o autarca, salientando que o problema da erosão se arrasta há anos, afetando a marina, o porto marítimo e as populações das praias a sul do concelho.
Santana Lopes defendeu mesmo que a APA crie uma comissão para esta “sub-região do baixo Mondego para tudo o que está implicado: erosão costeira, porto e transposição de areias”.
“Que a APA perceba que a Figueira da Foz está em emergência nessas matérias”, frisou o presidente da autarquia figueirense, reconhecendo que existe “estudo e trabalho feito”, mas que falta passar à acção.
Na sua intervenção final na sessão, o autarca disse que o município não quer utilizar “outras formas de luta”, mas que se for preciso serão usadas, arrancando uma grande salva de palmas do público que quase lotou o auditório municipal da cidade.
Relativamente à intervenção que já esteve agendada para maio, de transferência de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira da Cova-Gala, para reforço do cordão dunar, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, disse que a intervenção está iminente, embora a “janela de tempo para intervir é curta e difícil” devido às condições do mar.
Segundo o responsável, o processo concursal está concluído para a intervenção avançar.
O vice-presidente da APA adiantou ainda que está prevista uma resposta de médio prazo, que consiste na construção de um “big shot” que vai transferir 3,3 milhões de metros cúbicos de areia na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento estimado de 20 milhões de euros, cujo concurso público deverá ser lançado ainda em 2023, após a realização de um estudo de impacte ambiental que dura seis meses.
Como estratégia de longo prazo, Pimenta Machado apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.
A sessão ficou marcada por várias queixas de autarcas das freguesias afetadas pela erosão, preocupados com os efeitos do mar no Inverno, operadores comerciais e o movimento SOS Cabedelo, que acusou a APA de estar com uma década de atraso.»

sábado, 4 de junho de 2022

Esperemos que seja desta: mais do que de palavras, precisamos mesmo é da areia já prometida por diversas vezes


Na edição de hoje do Diário de Coimbra,  podemos ler esta notícia sobre um tema que nos tem feito criar inimigos - principalmente, entre os políticos figueirenses que estiveram no poder anos e anos e pouco fizeram para tentar inverter o rumo  dos acontecimentos que nos fez chegar a 5 de Junho de 2022.

Quem acompanha este blogue sabe que, ao contrário de muitos que se calaram perante os erros cometidos pelo poder central - nesses, sublinho os políticos que passaram pela Junta de Freguesia de S. Pedro, nos últimos 15 anos - somos a voz que nunca se calou, independentemente da conjuntura política local e nacional.  

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006já lá vão quase dezasseis anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... 

Até porque, entretanto, as experiências que se fizeram não resultaram.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. 
Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...

Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos, por isso,  ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... *

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: tentar sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar. Tudo nos está a ser levado...
Esperemos que seja desta...

* - (IRONIA DO DESTINO. OS MESMOS QUE ME CRITICAVAM POR ESTAR SEMPRE A CRITICAR, SÃO OS MESMOS QUE NOS ÚLTIMOS MESES ME TÊM TENTADO LINCHAR EM PRAÇA PÚBLICA, ACUSANDO-ME DE AGORA NÃO CRITICAR...
SÓ NÃO DIZEM O QUÊ E QUEM.
OS LEITORES QUE COSTUMAM FREQUENTAR O OUTRA MARGEM, SÃO INTELIGENTES E TÊM O PODER DE ANÁLISE SUFICIENTE EVOLUÍDO PARA SABEREM QUE ESTE ESPAÇO CONTINUA IGUAL.
O QUE MUDOU FOI A REALIDADE LOCAL. OS FIGUEIRENSES É QUE FIZERAM AS ESCOLHAS. E EM DEMOCRACIA, GOSTE-SE OU NÃO, QUEM DECIDE É O POVO. 
O QUE ESTÁ À VISTA DE TODOS É QUE QUEM NUNCA SOUBE GANHAR, QUANDO PERDEU FICOU COMPLETAMENTE AZIADO, O QUE AINDA NÃO LHE PERMITIU DIGERIR A DERROTA...).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Qual deve ser a principal prioridade do executivo camarário da Câmara Municipal da Figueira da Foz?

O mar, a sul do quinto molhe, está a abrir caminho em direcção à Cova, há vários anos. Enquanto não se tomarem medidas de fundo, resta ir avivando a memória sobre o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial: a erosão costeira a sul do Mondego. Como andamos a alertar, desde Dezembro de 2006, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
Hoje, Rui Curado da Silva publica no Diário as Beiras uma crónica sobre o tema que deveria ser a prioridade do executivo camarário figueirense.
Passo a citar.

"Nos últimos 30 anos o nível médio do mar subiu cerca de 8 cm, o volume de sedimentos debitado pelos rios para as nossas praias tem vindo a diminuir em consequência da construção de novas barragens e o aumento do Molhe Norte teve o efeito de reter as areias trazidas pela corrente marítima norte-sul.

Estes três fatores têm contribuído para o défice de areia e de dunas que servem de proteção natural às povoações da Cova Gala, da Costa de Lavos e da Leirosa, aumentando a erosão costeira.

O omnipresente risco de o mar invadir a terra do sul do concelho deveria merecer atenção prioritária do atual executivo. Considero que é o assunto prioritário porque o que está em causa são pessoas e bens e sobretudo porque não sabemos quando irá ocorrer a próxima intempérie que irá lançar o mar terra adentro.

Não sabemos se ocorrerá dentro de 3 semanas, dentro de 3 meses ou dentro de 3 anos. O que sabemos é que a ciência nos diz que tem vindo a aumentar a probabilidade de ocorrência de fenómenos tempestades extremas, como consequência do aquecimento global com origem na atividade humana.

É urgente implementar as soluções preconizadas pelo Grupo de Trabalho do Litoral, em particular a solução do bypass que permitirá a transposição da areia acumulada no Molhe Norte para as praias do sul do concelho.

Especialmente, depois de o Ministro do Ambiente João Matos Fernandes ter anunciado em agosto deste ano que o bypass é para avançar depois de a Agência Portuguesa do Ambiente ter designado esta solução como a mais indicada para a Figueira.

Cabe agora ao Executivo Camarário usar da sua influência nas instâncias nacionais para fazer pressão para que a obra seja executada com urgência."

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

"Nem o patrão vem, nem a gente almoça"...

"Desde o prolongamento  em 400 metros do molhe  norte do porto comercial,  um investimento de 14,6  milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas  praias a sul acentuou-se,  com destruição da duna  de proteção costeira em  vários locais, com especial  ênfase na praia da Cova..."
Diário as Beiras, edição de 4 de Agosto de 2021.

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade

Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência, a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... Foi o que aconteceu, neste caso.
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de ais de 15 anos, prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
E não o fazemos, nem nunca o faremos, por haver campanhas eleitorais. Sejam elas presidenciais, legislativas ou autárquicas. 

Infelizmente, a realidade está à vista. Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

As visitas dos políticos em anos eleitorais...

Como podem ver, clicando aqui, o Quinto Molhe está "IMPRESSIONANTE"...
Acabei de saber pelo Diário as Beiras, edição de hoje, que o deputado do PSD, eleito por Coimbra, Paulo Leitão, se deslocou à Praia da Leirosa, tendo na agenda da “visita de trabalho” o avanço do mar e os riscos da erosão costeira para a população. 
Ao senhor deputado Paulo Leitão, na qualidade de habitante de uma freguesia das mais afectadas pela erosão costeira, dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, como já fiz noutras ocasiões a outros políticos, apenas o quero alertar para o seguinte:  o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério...

Recordo o meu saudoso Amigo e Mestre nestas coisas de entender o mar, Manuel Luís Pata: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa, deputado PSD - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas"é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".

Como se optou por defender o acrescento do molhe norte - e nisso o seu partido o PSD tem muitas culpas: Duarte Silva, então presidente da câmara foi um acérrimo defensor desta aberração - passados estes anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra"

Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia a norte, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.

Voltando ao saudoso Mestre  Manuel Luís Pata, uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte que os decisores políticos não ouviram, como ele aliás, sabia. 
Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008,  confessou-me: "ninguém ouve".
Recordo, também, algumas frases de Pinheiro Marques numa entrevista dada à Voz da Figueira em 26 de Novembro de 2008 : “os litorais da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa vão sofrer uma erosão costeira muitíssimo maior, com o mar a ameaçar as casas das pessoas e o próprio Hospital Distrital.
Devido à orientação obliqua do molhe norte, os barcos pequenos, as embarcações de pesca e ao iates de recreio, vão ter de se expor ao mar de través. Poderá vir a ser uma situação desastrosa para os pescadores e os iatistas e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio”.
Contra todos os alertas que apelavam ao bom senso a obra fez-s por razões políticas, pois era preciso apresentar obra. Em 2009 houve eleições e aquilo dentro do PSD Figueira era um turbilhão...

Recordo ainda, que não podemos esquecer o dia 11 de abril de 2008, uma sexta-feira.
Apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
Cerca de 12 anos depois de concluída a obra, a barra, para os barcos de pesca que a demandam está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada, como certamente o senhor deputado teve oportunidade de ver no périplo que realizou. 
Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que o mar está a “engolir” sistema dunar em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa.

Senhor deputado do PSD, eleito por Coimbra, Paulo Leitão: espero que a sua visita seja um contributo efectivo para a resolução de um problema, que é grave e preocupa milhares de pessoas.
O senhor, como deputado da nação, sabe melhor do eu, que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da CovaPor vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Escrevi o que está acima a itálico, em 11 de Dezembro de 2006. Está mais actual do que nunca. Bastaria ter-se deslocado um pouco a norte da zona do Quinto Molhe: ao Cabedelo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Em dias assim, como o de hoje, é tão bom viver na Figueira. Quem sabe usufruir, goza tanto!..

Criei o OUTRA MARGEM, já lá vão quase 17 anos.
Nesse dia, a 25 de Abril de 2006, já na Figueira havia carnaval todos os dias.
Eu não inventei nada. 
Desde aí, se não todos os dias, quase todos os dias (com a gestão dos presidentes  Duarte Silva e João Ataíde, ambos de  boa memória, até aos dias de hoje, com o "tolerante" Carlos Monteiro...) a coisa funcionou na perfeição, pois a Figueira é uma animação constante.

É uma felicidade viver na Figueira: creio que seria impossível viver noutro concelho mais divertido do que este.
O OUTRA MARGEM, trouxe-me a possibilidade de ser muito acarinhado, muito bem tratado, muito incentivado e, sobretudo, muito tolerado.
A Figueira é um poço sem fundo no que à vida democrática diz respeito.
Dito isto, fica uma declaração de interesses: o autor deste blogue, considera que a saúde, a educação e os serviços básicos, constituem são direitos de todos os seres humanos e deveriam em Portugal ser assegurados pelo Estado. Mais: considera que a privatização da água e da electricidade foram uma boa merda que nos aconteceu, e foi uma maneira de fazerem pagar, à esmagadora maioria, muito mais por algo que é esssencial para as suas vidas, para gáudio e usufruto de uma minoria, muito minoritária.
Se me quiserem chamar comuna por causa disso, estão - não à vontade - mas à vontadinha.
Posto isto vamos à revista de imprensa de hoje.
No Diário as Beiras, temos mais um episódio da telenovelas figueirense: Edifício O Trabalho. Mais, uma vez nada de novo. "O gabinete de arquitetura que fez o projeto para a recuperação do imóvel informou, recentemente, a autarquia de que os proprietários, um fundo de investimento, já escolheu o empreiteiro e vai iniciar as obras." Portanto, é natural que "a carta enviada pelo gabinete de arquitetos à autarquia também não deverá entusiasmar os figueirenses, tantas foram já as vezes que tomaram conhecimento da mesma intenção".
No mais, três boas notícias e uma péssima. Vamos às boas: 
1. "Há muito que não eram reportados tão poucos novos casos de covid-19 num só dia no concelho, mesmo tendo em conta que o número de resultados reportados pelos laboratórios ao fim semana é baixo."
 2. O sol e o calor, qual primavera antecipada depois de semanas com chuva e frio, foram, no fim de semana, o pretexto para passeios higiénicos e corridas na marginal de Buarcos e da Figueira da Foz.
3. Revelando espírito empreendedor, "dois estabelecimentos da Baixa da cidade, durante o fim de semana, descobriram uma alternativa à proibição de servir bebidas ao postigo durante o confinamento, instalando máquinas “selfservice” de café, semelhantes às domésticas, no passeio."
Vamos à má: "A forte agitação marítima dos últimos dias destruiu o Poço do Guarda, na Praia da Cova, um ex-libris da Freguesia de São Pedro, no concelho da Figueira da Foz."
Nada que não fosse fácil de prever. Tal como a evidência há muito prevista da "erosão costeria estar a aproximar (perigosamente) o mar da zona residencial da Praia da Cova".

Sobre a erosão costeira, pouco mais há a acrescentar. Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo está a caminho da falência - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

Retomando a revista de imprensa, o Diário de Coimbra chama a atenção "para o desespero da restauração figueirense e das apreensões com o futuro, as preocupações da JS local com a reactivação dos núcleos de estaudantes no ensino secundário e o apelo da BU Alhadense aos seus sócios para que paguem as quotas."

Ler, é saber mais. 
Portanto, de manhã não se esqueçam de ir à página do facebook da câmara (para ficarem a par da propaganda oficial do regime figueirense), passar os olhos pelos jornais que falam da Figueira. 
Já agora, se assim o entenderem, vão continuando a passar pelo OUTRA MARGEM...

domingo, 1 de novembro de 2020

Erosão costeira na outra margem figueirense: eu sei que a esperança deveria ser a última coisa a morrer...

Recorro à memória e ao meu saudoso Amigo Manuel Luís Pata.

Fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".

Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados quase 18 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".

Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez...
Nessa altura - 2006 -, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes - pelo menos para Manuel Luís Pata e para o responsável deste espaço. Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - na altura houve perseguições pessoais e continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques vindos de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, apesar de uma duna ter sido reconstruída e desfeita pelo mar e dos "chouriços" que estão a ser desfeitos também pelo mar, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar continua a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, tal como mais que em devido tempo Manuel Luís Pata, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Cheguei a ter a esperança que, ao menos, perante a realidade os responsáveis autárquicos figueirenses pudessem compreender o porquê das coisas...
Já nem isso, porém: basta ler a crónica de ontem no Diário as Beiras da vice-presidente da autarquia figueirense para constatar que já nem essa esperança me resta.
Não passamos disto: não é fácil quebrar a monotonia na Figueira... 

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Porque o tema é a maior preocupação deste blogue ao longo de mais de 13 anos que leva de existência...

"Figueira da Foz. Erosão costeira, um problema, três dimensões diferentes"


"Desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com destruição da duna de protecção costeira em vários locais, com especial ênfase na praia da Cova, alvo de duas intervenções de emergência nos últimos anos, a última concluída este verão.

Em junho, o Governo anunciou a transferência, por dragagem, de três milhões de metros cúbicos (m3) de areia, de uma zona no mar a norte do molhe norte do porto da Figueira da Foz para combater a erosão das praias a sul e garantir a navegabilidade na barra do rio. O projecto, orçado em 19 milhões de euros, deverá começar em 2020 e o presidente da Câmara, Carlos Monteiro, aplaude a iniciativa.
“A areia que está a mais no canal, que está a mais na entrada do porto, é colocada para abastecer as praias a sul. Todos ganhamos e resolvemos aqui um problema que foi causado pelo porto, mas que foi causado porque a actividade portuária na nossa cidade também é extremamente importante”, disse à agência Lusa Carlos Monteiro.
O autarca enfatizou que o projecto a iniciar em 2020 “é um trabalho a quatro, cinco anos”, já que três milhões de metros cúbicos de areia representam um valor entre os cinco e os sete milhões de toneladas (a densidade da areia molhada situa-se entre os 1.700 e os 2.300 quilos por m3), o que equivale a uma fila compacta de camiões com cerca de 1.500 quilómetros.
“Mas é um trabalho para a vida, vai ter de ser um trabalho constante”, assinalou Carlos Monteiro, dizendo acreditar que, “no mínimo”, com a decisão governamental e a articulação entre ministérios, autarquia e administração portuária, “foi dado um passo incontornável para resolver um problema que se resolve da maneira mais eficiente”.
“Já ninguém permite que se usem mal os dinheiros públicos. E esta é uma situação em que ele é bem aplicado, é bem gerido”, afirmou.

O movimento SOS Cabedelo leva cerca de uma década de intervenção cívica relacionada com a questão das areias e os seus impactes, quer na erosão a sul do Mondego, quer na acumulação a norte do rio, por acção da «barreira» do molhe norte. A praia da Figueira da Foz é o maior areal urbano da Europa, continua a crescer e a afastar o mar da cidade, está “completamente soterrada” e é um “desastre ecológico” que não se resolve com a medida governamental, argumenta Miguel Figueira.
O SOS Cabedelo defende a instalação de um sistema de transferência mecânica de areias entre as margens do Mondego, conhecido por ‘bypass’, porque, de acordo com Miguel Figueira, esta solução “ataca os três problemas”: a erosão a sul, a acumulação a norte e a navegabilidade na barra do rio, por onde se faz o acesso ao porto comercial e ao porto de pesca.
Desde 2011 que o movimento pugna pela realização de um estudo económico do ‘bypass’ – recomendação ao Governo aprovada no Parlamento em 2017 -, tendo este ano sido lançado um concurso público para uma análise custo/benefício daquele sistema face a outros, como as dragagens, orçado em cerca de 300 mil euros.
Apesar de o concurso estar lançado, Miguel Figueira não deixa de criticar o anúncio do investimento de 19 milhões de euros na transferência de três milhões de metros cúbicos de areia, que, defende, “não garante sustentabilidade absolutamente nenhuma” a longo prazo, clamando que “é duas vezes má despesa”.
“Estamos a pagar uma análise de custo/beneficio depois de fazer o investimento. E depois de fazer o investimento, se calhar já não há dinheiro para por em prática as conclusões do estudo. Mais uma vez, adiámos por um ou dois anos um problema e neste adiamento esgotámos a verba que nos permitiria garantir a sustentabilidade a longo prazo”, argumentou.
O extenso areal urbano localizado entre o molhe norte e a vila piscatória de Buarcos tem 110 hectares (o equivalente a 154 relvados de futebol), o que significa que metade da cidade caberia na praia.
A quantidade de areia ali depositada nunca foi medida – a praia tem vários metros de altura a nascente e a sul, mas essa altura não é uniforme ao longo do areal – sabendo-se, apenas, que a distância da avenida ao mar ultrapassa os 700 metros no seu ponto mais largo e continua a aumentar.
Eurico Gonçalves
O surfista e elemento do SOS Cabedelo, Eurico Gonçalves, olha para o extenso areal e diz acreditar que “o maior tesouro, o tesouro do surf, está soterrado na Figueira da Foz”, escondido pela areia e que é uma “inevitabilidade” que reapareça.
O tesouro, explica o surfista, é a onda que “quebrava” na praia antes da implementação dos molhes portuários, na década de 1960 e que terá sido surfada, vinte anos antes, por um figueirense, Nunes Fernandes, construtor da primeira prancha de surf na Europa, de acordo com os registos existentes.
“Acreditamos mesmo que é uma inevitabilidade retirar toda aquela areia, [da praia], temos de usar aqueles sedimentos na protecção da orla costeira”, defendeu Eurico Gonçalves.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Alô, alô, New Bedford

Para ler melhor, clicar em cima da imagem
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
Claro que grande parte das postagens é o que merece. Contudo, há outras que deviam estar sempre à vista. Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver se a gente não se esquece delas, são as que focam a erosão costeira a sul do quinto molhe da Praia da Cova.
Não é por nada de especial, mas por uma simples razão: a situação a sul do quinto molhe na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito...
Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.

Por cá, a protecção da Orla Costeira Portuguesa continua a ser uma necessidade de primeira ordem... 
Por isso tem de continuar a olhar-se, ao estado a que chegou a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. 
Por vezes, como tenho vindo a alertar desde 2006, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, vai-se perdendo a oportunidade de resolver o essencial para a vida quotidiana dos covagalenses...

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...