sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Democracia saudável….


Alguém acha possível “estrangular uma empresa jornalística em nome de cálculos políticos condicionados pela proximidade das eleições"?..
Alguém acha possível “um primeiro-ministro insinuar que o timing de uma investigação policial, ainda por cima realizada a pedido das autoridades britânicas, se deve ao calendário eleitoral nacional”?..
Claro que não, pois isso seria admitir que Portugal é uma democracia doente!..
Alguém acha isso possível?...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Cova-Gala vista das dunas



A Cova-Gala - penso que a foto dá disso ideia - está praticamente ao nível do mar.

Duarte & Reis (1992) referem, num estudo histórico sobre a barra do Mondego, que recebi por mail, "que na primeira década após a construção dos molhes se observaram taxas de acumulação da ordem dos 30m/ano defronte do Forte de Santa Catarina (junto ao molhe norte) e de 7m/ano em Buarcos (2 quilómetros a norte da barra).
A acumulação sedimentar a norte do molhe da Figueira da Foz, concluindo que foi de 4,5x106m3/ano. No entanto, este valor não inclui a acumulação ocorrida na praia submersa e no banco externo da foz do Mondego. Relativamente à parte submersa, é de mencionar que o movimento das batimétricas dos -8m, -10m e -12m, na área adjacente à embocadura, foi da ordem dos 280m a 350m para oeste, e que a areia acumulada em 40ha localizados imediatamente a norte do molhe norte, entre a linha de maré baixa e os 10m abaixo dessa linha, foi de cerca de 1,5x106m3, entre 1963 e 1968, ou seja, cerca de 300 000m3/ano.
A sul da foz do Mondego, começaram a sentir-se os primeiros efeitos da erosão, logo após a edificação dos molhes. Junto à Cova, registou-se um agravamento acentuado do recuo da linha de costa , sendo inclusive apontados valores extremos de erosão da ordem dos 30m/ano em 1976 (Duarte & Reis,1992)."

Neste momento, estão a decorrer as obras de prolongamento, em mais 400 metros do molhe...
Repito a pergunta que fiz, aqui no Outra Margem, em 11 de Abril de 2008:
Mas, será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego?

Hoje foi um desses dias....

... choveu mesmo!...

Consta-se que o Instituto de Meteorologia tem acertado mais vezes nas previsões que o Governador do Banco de Portugal.

Via PROSAS VADIAS.

Dúvida!...

Tomás Vasques, do hoje há conquilhas, ontem à noite, teve esta dúvida:
“A minha dúvida, neste momento, é a seguinte: Barack Obama vai mudar a América ou a América vai mudar Barack Obama?..”
Horas antes, ao final da tarde desse mesmo dia, numa mera e casual conversa no Café Escondidinho, na Cova, em redor de uma bica, o Zé Vidal, emigrante nos EUA durante muitos anos, tinha-me tirado essa dúvida:
“Com Obama, ou outro presidente qualquer, a América não vai perder a mania de querer mandar no mundo!...”
Pronto, penso que está esclarecida a dúvida do Tomás Vasques: se a América não muda, vai ter de mudar Barack Obama...

X&Q563


Será assim tão difícil evitar o que é previsível?..


No nosso concelho, a protecção da Orla Costeira a sul do Mondego é uma necessidade de primeira ordem.
“O problema da nossa costa é que estamos perante um desastre previamente anunciado, alguém vai ter de ser responsabilizado se acontecer uma tragédia”, disse o vereador do Ambiente, José Elísio Oliveira. E nós concordamos, mas, talvez seja bom recordar ao senhor vereador, neste momento de aperto, que a protecção da Orla Costeira, no nosso concelho, não termina na protecção das praias e das regiões da costa arenosa. Passa, forçosamente, pela necessidade de melhorar o exercício das políticas de urbanismo e Ordenamento do Território junto à linha da nossa costa.
E isso tem a ver com a politica urbanística da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
A pressão urbanística desmesurada, que já se verifica e está planeada por este executivo municipal junto à linha de costa da freguesia de São Pedro, fruto, essencialmente, da construção desregrada para fins turísticos, por demais conhecida e identificada, constituiu um autêntico atentado contra o património costeiro e dunar da Cova-Gala.
A protecção da nossa orla costeira, nomeadamente das dunas, areais e frentes edificadas que lhe são próximas, é, por conseguinte, um imperativo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A política é tão simples

Manuela Ferreira Leite é uma mulher conservadora e de direita.


José Sócrates é um homem de direita que ultrapassa a direita pela direita (como se viu com o Código do Trabalho, fazendo algo que Bagão Félix nunca faria - ver o que o Tribunal Constitucional chumbou quanto aos períodos de trabalho experimental alargadíssimos deste governo).

Resumindo:
Ferreira Leite é óbvia.
Sócrates é “Poder”.

Desporto figueirense ficou mais pobre

E porque não uma candidatura para o europeu de 2048?...


Há cinco anos atrás, no ano da graça futebolística de 2004, Portugal assistiu empolgado a um autêntico “golpe de estádio”, que consistiu na construção (ou reconstrução) de 10 (dez) novos estádios de futebol para albergar o Campeonato Europeu de Futebol.
Como era fácil de prever - e a realidade posteriormente confirmou, gastou-se à “fartasana” em grandes inutilidades, pois os equipamentos futebolísticos, tirando duas ou três excepções, estão hoje praticamente às moscas...
Agora, novo "golpe de estádio" é já oficial: Portugal entra com a Espanha na aventura de se candidatar a um Mundial (o de 2018, mais que provavelmente), com vista à “rentabilização” desses estádios no Campenato Mundial de Futebol.
Em Portugal, os erros não se pagam: apagam-se com outros erros.
Portanto, se se realizar mesmo o Mundial de 2018 no nosso País, nos estádios do Euro 2004, remodelados ou em novos, proponho desde já uma nova candidatura, para o europeu de 2048...
Rentabilizar, rentabilizar, sempre!...
E ainda dizem que este País está em crise.... Só se for de "tininho"!...

Quadro sem moldura

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Erosão na Freguesia de São Pedro*

Sul do parque de estacionamento da praia da CovaPraia do Hospital, na zona do Café Pôr do Sol
Em frente ao Hospital Distrital da Figueira da Foz*Pontos críticos da orla costeira da Cova-Gala, fotografados esta tarde.

Boa sorte, Mr. Barack Obama

O Presidente 44

A situação continua a piorar...



O mar vai avisando...
Um dia vai haver aqui uma catástrofe.
A protecção da Orla Costeira da freguesia de São Pedro é uma necessidade de primeira ordem, há muito reevindicada.

Mas fiquei mais descansado, com a reportagem que acabou de passar na TVI: "as coisas, este ano, apenas estiveram um bocadito piores aqui pela Cova-Gala..."

Por avaria no seu equipamento informático...


... estamos privados, desde o passado sábado, da presença do nosso Amigo e talentoso colaborador Fernando Campos.


Pelo mesmo motivo o sitio dos desenhos está sem actualização desde sexta-feira, dia 16 do corrente.

A questão da jurisdição da Ilha da Morraceira

A questão da jurisdição da Ilha da Morraceira passou ontem pela reunião de câmara.
Esta, é uma questão antiga e sobre a qual já foi dita tanta coisa...
Por exemplo, em 29 de Setembro 2004, na Assembleia Municipal realizada nesse dia, JOSÉ FIGUEIRAS, então PRESIDENTE DA JUNTA DE LAVOS (PSD-PPD), a dado passo, disse: “Devem recordar-se com certeza, que a Freguesia de Lavos, antes da formação da Freguesia de São Pedro, porque as povoações da Cova e Gala, pertenciam á freguesia de Lavos, cujo limite da freguesia era no esteiro designado, “esteiro dos ossos”, a seguir á fábrica de vidros da Morraceira. A partir daí, entrava a freguesia de São Julião, tanto assim que, na formação da freguesia de São Pedro, só estiveram incluídas a freguesia de São Julião e a Freguesia de Lavos, porque para a formação de uma freguesia nova, tem que haver reuniões de executivos de junta, nos locais onde eram retirados terrenos, para a nova freguesia e a Freguesia de Vila Verde não esteve presente, ou seja, estamos neste momento a dizer que está ilegal a formação da freguesia de São Pedro.
Isto, foi dito no órgão político mais representativo do concelho da Figueira da Foz e não teve consequências.

A polémica em redor desta questão já vem até de muito mais detrás, com jogadas habilidosas pelo meio (observem com alguma atenção a delimitação dos limites geográficos da freguesia de S. Pedro na zona da Morraceira!...), pelo que já é mais do que hora de lhe colocar um ponto final.
Recorde-se, que “da controvérsia levantada por diversas juntas de freguesia, que reivindicavam o espaço como seu, particularmente Lavos e Vila Verde, foi encomendando um estudo ao investigador Rui Cascão , que concluiu «de forma muito clara e sem margem para quaisquer dúvidas, a jurisdição sobre a ilha compete à Junta de Freguesia de S. Julião».
Segundo António Tavares, o presidente da câmara já recebeu esse estudo em Abril de 2006.
Ainda segundo o mesmo vereador, o professor universitário apresenta os seus argumentos, justificando com «razões jurídicas, históricas e circunstanciais», e afirmando claramente que a ilha «deverá ser adstrita à junta de S. Julião, evitando-se partilha tipo salomónica». Por isso, sustentou, este será um assunto «que deve ser dado por encerrado, não fazendo sentido que se continue com a controvérsia, quando as fontes que o professor estudou se conjugam», adiantando que, «se dúvidas houvesse deveriam ser extintas quando o estudo lhe foi entregue».
Ainda segundo o Diário de Coimbra de hoje, o vereador António Tavares manifestou também a sua estranheza sobre o facto de Duarte Silva ter recebido o estudo «em Abril de 2006 e tenha deixado que a especulação pairasse no ar, sem nunca nos ter facultado o documento, que é pago com dinheiros públicos», questionando o presidente sobre «se haverá alguma razão para o engavetar, ou se esperava melhor momento», perguntando ainda se «subsiste ainda alguma dúvida, ou o estudo não foi exaustivo?».
Duarte Silva limitou-se a dizer: «o estudo foi feito, mas não era uma preocupação muito urgente e sobre ele não nos debruçamos».
Já o vereador José Elísio não foi de modas: para ele, o documento «está errado e conclui mal».
Convidado a justificar as suas palavras por António Tavares, que entende que «se está mal, há que dizer porquê», (seria o mínmo!.., pois José Elísio estava “a rebater o estudo de um investigador credenciado”), em resposta, o vereador do PSD apenas referiu que «os doutos investigadores também se enganam».
E pronto, a questão da jurisdição da Ilha da Morraceira é uma polémica que continua com “pernas para andar”...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Tínhamos alertado...

Mais fotos de Pedro Cruz, aqui e aqui.


Tínhamos alertado, aqui no Outra Margem, em 30 do mês passado, estava em fase de construção o passadiço: a sul do quinto molhe, entre a praia da Cova e a Praia do Orbitur, estão a desaparecer centenas de toneladas cúbicas de areal.


Hoje, é notícia no Diário de Coimbra.
“Uma semana depois da sua construção, parte do passadiço da Praia da Cova foi alvo da “fúria” do mar, que se estendeu ao Cabedelo destruindo o parque de estacionamento.
A madeira ainda cheira a novo, mas os estragos do mar são bem visíveis. A colocação de passadiços na Praia da Cova, uma obra da câmara municipal prevista e desejada há anos, foi concluída há cerca de uma semana e «parece que nem de propósito, vem uma maré-viva e estraga», desabafa o presidente da junta, que fala da importância da intervenção, num local onde, desde a inauguração do Parque de Merendas movimenta milhares de pessoas. «Era uma necessidade, as pessoas já estavam a destruir a duna, e assim evita-se que a calquem», justifica Carlos Simão.
De facto, da nova estrutura, foram destruídos alguns metros de acesso à praia, mas a fúria do mar comeu também mais de 20 metros de duna.»
Uma situação que não é nova, porque já em anos anteriores, «o mar esteve irritado, e entrou por aí adentro, mas há anos que não comia tanta areia», refere o autarca, que não tem descansado a pedir uma intervenção que evite estas situações. «É devido à destruição das cabeças dos esporões, mas fala-se na sua recuperação, os anos vão passando e não é feito e depois os gastos são avultados», salienta, considerando que «havia de haver mais protecção e manutenção destas áreas».

Foi há 25 anos

Ary dos Santos morreu no dia 18 de Janeiro de 1984...

De tudo o que Abril abriu 

ainda pouco se disse 

e só nos faltava agora 

que este Abril não se cumprisse.

(excerto do poema “as portas que Abril abriu”)