sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Um aforismo de Nietzsche

«O aforismo que mais me ajudou a compreender os intelectuais portugueses é este, de Nietzsche: “Quem se despreza a si próprio não deixa de se respeitar como autodesprezador.” 
A tradução de Auden é melhor: “Até a pessoa que se despreza a si próprio se congratula, mesmo assim, como auto-desprezador.” 
É um bom exercício ir mexendo neste aforismo, tentando trazê-lo para a língua portuguesa, como se tivesse sido escrito em português. “Autodesprezador”, por exemplo, é feio, não é português. 
Para traduzir bem, é preciso apanhar a ideia. A ideia, pelo menos para mim, é que muitas vezes somos surpreendidos pela vaidade de quem se odeia, pela facilidade com que se ofende uma pessoa especializada em deitar-se abaixo.
E está certo. A pessoa implacável consigo mesma tem o direito de se congratular por ser impiedoso. Ou, pelo menos, de se respeitar por não se iludir, por não cair na tentação de ser caridoso quando se contempla. 
Toda a gente — eu diria, todos os bichos — precisa de dignidade. Na pessoa que se confronta a si própria, que expõe todos os defeitos e tem a coragem de os lamentar e desprezar completamente, resta a consolação de ter sido capaz de o fazer, de ter tido a independência e a presença de espírito necessárias para a demolição de si próprio. 
A dignidade dele, a vaidade dele, é como a bola pesada que deita o prédio abaixo: quando só restam ruínas, a bola continua a balançar, quase feliz. É o aforismo 78 do capítulo de epigramas do Para Além do Bem e do Mal. O aforismo 79 é este: “Uma alma que sabe que é amada, mas não ama, expõe o seu sedimento: o que lhe está no fundo sobe à superfície.” Nietzsche é o mais treslido de todos os filósofos, por ser tão fácil de ler e de apropriar. O melhor que podemos fazer é traduzi-lo e retraduzi-lo, e comparar traduções, à procura do que isso nos diz sobre os tradutores. É a maior ambição que um escritor pode ter: ser sempre mal interpretado, para manter o “sempre” das más interpretações.»

"Vão ser construídos 14 apartamentos a custos controlados destinados ao arrendamento acessível"

 Via Diário as Beiras

A política são opções

Via Expresso

"Estamos perante o inconciliável: um PSD que, de regresso às origens da governação de Sá Carneiro (não às de Cavaco Silva), acredita que temos Estado a mais, intervindo demais onde não interessa, gastando demais e financiando-se à custa de uma receita fiscal que suga a capacidade de indivíduos e empresas, assim capturando quase metade da riqueza produzida no país; e o PS de Pedro Nuno Santos, com um passado de grande e despreocupado gastador de dinheiros públicos, que acredita que quanto mais receita fiscal existir mais dinheiro haverá para distribuir pelos mais pobres e mais o Estado será independente dos grupos empresariais, para poder encaminhar o país no caminho das boas políticas económicas. No fundamental, trata-se de uma discussão com quase um século de história e vivida ao longo dos tempos entre os seguidores de Keynes e os de Milton Friedman."

Miguel Sousa Tavares

"Exploração de suinicultura instalada em Carvalhais devia estar fechada desde 21 de agosto"

 Via Diário as Beiras

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Resistir

PS aprova habitação na Casa da Praça, FAP recorre ao Ministério Público

 Via Diário as Beiras

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Professor catedrático José Augusto Bernardes

Imagem via Diário as Beiras
"
O professor catedrático José Augusto Bernardes é o novo comissário-geral da Estrutura de Missão para as comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, anunciou hoje o Ministério da Cultura."

Na reentre, mais do mesmo na política figueirense...

Tendo mais com que ocupar o tempo que resta de uma vida, tenho andado desatento aos melodramas da ficção política local.
Aliás, penso ser esta a posição maioritária do figueirense comum. 

Em Setembro de 2024, um leigo político como eu, não consegue ver vida política na Figueira, muito menos vida partidária, oposição - muito menos ainda líder da oposição.
Politicamente falando, em Setembro de 2024, a Figueira tem a situação - que o mesmo é dizer: Pedro Santana Lopes.

O resto são inutilidades avulsas que não sabem o que fazer.
A oposição sombra, acaba na sombra: as caras são poucas, os porta-vozes são ineficazes e as venerandas figuras não têm disponibilidade para criticar o executivo. 

Num concelho relativamente pequeno, onde as oportunidades não abundam, a sociedade civil (esse sonho de todos os conspiradores, renovadores e revolucionários) prefere ter boas relações com o poder, a dar apoio explícito a uma oposição que tem apenas a oferecer um futuro longínquo, portanto, pouco aliciante no imediato.

O resto, as diferenças ideológicas e as alternativas políticas, não existe.
Por conseguinte, as saídas são redutoras. Não esquecer que, em 50 anos de regime democrático, por escolha do Povo, vivemos num concelho governado quase sempre pelo PS e por Santana Lopes.

O eleitorado é conservador e não está disponível para grandes transformações.
O normal, por cá, é um discurso político cuidadoso, que não perturbe, assuste, nem comprometa o status, que é aquilo que rende votos no eleitorado do centro. 

Para não ir mais longe, recordo que foi assim que João Ataíde ganhou. 
E foi também assim que Santana Lopes chegou, nas duas vezes em que concorreu, a presidente de Câmara da Figueira da Foz. 

Porém, a reentre política, em 2024, na Figueira, tem sido acidentada.
O que se passa?
Já estão a ser aquecidos os motores para Março/Abril/Maio/Junho de 2025, quando começar a disputa pelos lugares nas listas? 

Quem já viveu muito, sabe que os cravos na Figueira nunca tiveram muita saúde.
Por outro lado, quem há cinquenta anos viveu o dia de todos os sonhos do mundo, sabe também que é muito difícil voltar a viver (se alguma vez voltar...) um novo e verdadeiro “dia das surpresas”.
Entretanto, não deprimam e, sobretudo, não desesperem.
Na Figueira, a esperança está  sempre nesse elemento fundamental das nossas vidas e que nos acompanha 365 dias por ano: o vento
Será que alguma vez soprará a favor da mudança?
O banco, sem utilizadores, faz lembrar o vazio da tristeza em que vegeta a vida politica figueirense. Presumo que este banco tenha sido colocado naquele lugar, para facilitar o diálogo, mesmo em silêncio, ou em contemplação. Presumo, também, que o objectivo fosse estabelecer algum tipo de relacionamento. Será que os figueirenses alguma vez se vão conseguir sentar num banco (mesmo poético) para trocar ideias?..

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Heranças dos executivos camarários do PS

 Via Diário as Beiras


50 mil euros para escolas de música das filarmónicas do concelho

 Via Diário as Beiras

Gliding Barnacles realiza-se de 18 a 22 deste mês

 Via Diário as Beiras

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Padre não quer obedecer à ordem do bispo

Padre de Coimbra recusa transferência de paróquias


«O pároco de Dornes, Areias, Bêco, Chãos e Paio Mendes, em Ferreira do Zêzere, não aceita a transferência ordenada pelo bispo de Coimbra e garante que não tenciona mudar e tomar posse de novas paróquias para onde a diocese indicara. O padre Manuel Vaz Patto, de 24 anos, recusa ser transferido para as novas paróquias em Oliveira do Hospital, contrariando a ordem de Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, num comunicado tornado público nas redes sociais. “Estando ainda por acabar o meu mandato e pelo respeito que me merece a ligação sacerdotal que me une a todos os meus paroquianos das minhas atuais paróquias, sempre recusei a proposta de transferência, desde que me foi feita pela diocese, não fazendo tenção de me mudar e tomar posse de novas paróquias”, afirmou Vaz Patto. O sacerdote é conhecido pelas suas posições tradicionalistas e é contra, entre outros rituais, a comunhão na mão.»

O mirandês

Capicua

«Hoje, já na terceira década do século XXI, ensina-se mirandês nas escolas do concelho (com uma adesão esmagadora por parte dos estudantes), já há traduções de clássicos da literatura para mirandês, dos “Lusíadas” ao “Principezinho”, há bandas de dimensão nacional que cantam em mirandês como os Galandum Galundaina, há uma consciência cultural e política de que é preciso valorizar o mirandês como um património comum, mas apesar disso tudo, a língua está em perigo. Nas últimas sete décadas, o planalto mirandês perdeu metade da sua gente. O advento dos meios de comunicação em massa disseminou o uso da língua portuguesa nos quotidianos e a transmissão intrafamiliar do mirandês foi enfraquecendo. Nunca, como hoje, o mirandês esteve em risco de extinguir-se e é irónico que nem a proibição ativa tenha sido tão eficaz na sua erosão. É irónico que no momento em que há mais registos escritos e documentação sobre a língua haja cada vez menos falantes. Como é irónico que as autoridades, municipais e nacionais, demonstrem as suas teóricas boas intenções, ano após ano, mas que tão pouco seja feito de concreto para salvar o mirandês.»

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Morreu Graça Lobo

Foto daqui
«...a actriz — e mulher — que tinha “a mania da liberdade”.»

"... preservação/requalificação, ou falta dela, do património edificado concelhio"...

Via Município da Figueira da Foz

 

Ser "mesquinho e malandro" é isto mesmo...

Via P Santana Lopes

 

Há gente muita fraquinha e atrasada não há?
Nota de rodapé.

Passe a publicidade, de todo imerecida...
"Errar é humano, assumir o erro é ter caráter!"

Por vezes, quando não se querem enfrentar os factos opta-se pela ficção...

Pinto Luz: longe vão os tempos dos arrufos com Santana Lopes.

Ontem, em directo no Now, Pedro Santana Lopes admitiu que pode vir a ser candidato presidencial 2026.
Em Setembro de 2024, na Figueira, o verdadeiro problema é que em política existe aquilo a que se chama o vazio.
Quer o PS/Figueira, quer o PSD/Figueira, são partidos onde existe o vácuo absoluto, em ideias, em liderança, em afirmação do poder.
É ele o melhor seguro de vida de Santana nas suas aspirações futuras.
Quer na Figueira, quer no País...

"De acordo com o que se sabe, a área inicial para a eventual exploração de caulinos na freguesia de Vila Verde é de 46 hectares. Mas pode ir até mais de 100 hectares"...

 Via Diário as Beiras