sexta-feira, 29 de outubro de 2021
72 passageiros. Cinco tiveram interesse em conhecer a Figueira, os restantes foram para Coimbra de autocarro...
Estava escrito
Miguel Guedes, via Jornal de Notícias
"As duas grandes surpresas de António Costa foram a pandemia e o PCP. Quando, saindo das eleições de 2019, recusou fazer acordos escritos à Esquerda, optando por navegar à vista de BE e PCP, Costa tinha um grande objectivo: preparar o terreno para uma crise política em 2021, obrigando a eleições antecipadas que lhe proporcionassem uma maioria absoluta.
Após aprovar o primeiro Orçamento do Estado (OE) da legislatura, o BE sai da solução governativa desencantado com as negociações do OE21 e com a falta de cumprimento das promessas contidas e inscritas no OE anterior que viabilizara. Sustentado sobretudo na vontade de Jerónimo de Sousa, o PCP resiste, dividido e a custo, ao lado da governação socialista. Entretanto, a pandemia instalara-se e o hiato social a que a covid-19 obrigou suspendeu a política e a premeditação táctica de António Costa.
No choque frontal com a realidade, o Governo voltou a encarar as negociações do OE como um simulacro, certo de que os comunistas não teriam a coragem de romper com a aprovação do OE22 numa altura em que, com um momento pandémico ainda suspenso, haveria que preparar a retoma económica. Nessa expectativa, era acompanhado pelo presidente da República (PR) que, há meses, garantia que o novo Orçamento não iria chumbar e antevia até a possibilidade do BE se juntar à viabilização. Perante a falta de vontade negocial do Governo, BE e PCP rejeitam o OE22. E se o primeiro-ministro queria eleições em 2021, aqui estamos por caminhos ínvios. A crise política que António Costa ambicionava chegou.
A reunião entre BE e a CGTP minutos antes do PCP anunciar a sua posição, retirou qualquer suspense ao anúncio da rejeição. Chegava o momento de saber, em 48 horas, se António Costa alguma vez quis negociar ou se, perante a proclamação antecipada de eleições antecipadas por parte de Marcelo, seguia a narrativa à risca, apostando tudo numa crise política-orçamental que a elas conduzisse. E a narrativa é bem clara quando acompanhada de factos. No último ano parlamentar, o PS votou mais vezes ao lado do PSD, CDS, PAN e IL do que com os seus "aliados" parlamentares. No penúltimo ano parlamentar, PCP e BE aprovaram a grande maioria das propostas do PS, tendo os socialistas votado contra quase todas as iniciativas desses partidos. Estava escrito. Depois de 2019, o PS encarava comunistas e bloquistas como muletas de poder. Tentava alianças à Esquerda para votar com a Direita.
Acusar PCP e BE de tacticismo e de falta de responsabilidade política e, simultaneamente, de terem sido reféns do PS durante anos é uma contradição insanável. Perante o PR que elogiou as "cedências" do Governo e antecipadamente-se-apressou-a-antecipar eleições, exportou o sabor do "queijo limiano" para a Madeira e recebeu Paulo Rangel horas antes do voto do Orçamento (dele recebendo a sugestão de duas datas "faz de conta que discordo" para eleições), sobra a certeza de que a narrativa de António Costa, a dado momento, teve um cúmplice."
Vasco Cardoso
Foi um dos homens que estiveram sentados à mesa das negociações, fracassadas, para o Orçamento do Estado (OE). Membro da comissão política e do comité central do PCP, o participou nas conversas entre os comunistas e o governo. Na última semana, ouvimos, a propósito dos encontros entre o PS e os parceiros à esquerda, palavras como "intransigência", "chantagem", "ameaça", "esticar de corda", "exigências inaceitáveis" e outros adjetivos. Vasco Cardoso tem 44 anos, é licenciado em Gestão, e tem um percurso muito ligado às estruturas do partido.
À pergunta do Diário de Notícias: "o PCP deixou de confiar no governo?", respondeu:
"Nunca tivemos ilusões relativamente ao governo. Nós conhecemos o PS há muitos anos, há mais talvez do que eles nos conhecem a nós, sabemos das suas opções de classe, sabemos que em matérias fundamentais o quão distantes estamos, seja do ponto de vista da defesa da nossa soberania, dos problemas da integração monetária, da soberania económica, sabemos o seu percurso relativamente às privatizações, relativamente à legislação laboral. Nunca tivemos ilusões relativamente ao PS. Agora, isso não nos impediu de procurar momentos e pontos de convergência, designadamente entre 2015 e 2019, para recuperar direitos e rendimentos que tinham sido usurpados ao povo português durante o período da troika, e isso foi possível, e até avanços novos, mas sem a ilusão que o PS pudesse em algum momento dar as respostas que isoladamente nunca tinha dado. Ele foi forçado a isso pela nossa luta, pela nossa intervenção, pela determinação do PCP, eu diria até pela nossa frontalidade."
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
"Estar"...
Via Diário as Beiras
Ser apoiante de um executivo camarário, ou ser oposição ao mesmo, foge ao claro desígnio de criticismo militante e de caça às bruxas.O day after
"O PS trocou a estabilidade do país pela tentativa de vergar os partidos à sua esquerda. Não vou afirmar que o voto contra do Bloco de Esquerda era desejado, mas certamente não foi evitado. Não por acaso, António Costa acabou o seu discurso a pedir maioria. Hoje é o dia seguinte ao chumbo do orçamento. O que sabemos? Que a vida ainda não acabou ontem, que os limites do PS não são as impossibilidades do país, que a direita não é uma inevitabilidade."
Joana Mortágua, via jornal i
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
Orçamento chumbou. Geringonça morreu. Marcelo vai ter de pegar na bola...
"A partir de agora, tendo a Assembleia da República tomado esta decisão que não permite avançar nas negociações do Orçamento, cabe exclusivamente ao Presidente da República avaliar esta situação e tomar as decisões que entenda dever tomar", frisou.
"O Governo respeita as competências próprias do Presidente da República, nenhum comentário terá a fazer sobre as decisões do senhor Presidente da República e cá estaremos para fazer o que resultar da decisão do senhor Presidente da República: governar por duodécimos ou ir para eleições", concluiu António Costa.
O "chumbo" do orçamento de estado, a "geringonça", as nossas vidas e o futuro com o PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega à espreita...
As cidades onde os homens ou as mulheres se tornavam deuses, já acabaram.
Na Figueira, neste momento, existe Santana!.. Vamos ver se há milagre...
Desde muito novo percebi o iria acontecer no futuro. A sociedade não promove por causa do mérito. Promove de duas maneiras. A quem souber lamber botas ou tiver familiares influentes.
Para quem nasceu numa pobre aldeia de pescadores, que teve de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, sabia que nunca iria conseguir o lugar que ambicionava e a que se candidatou, indo a um concurso público com quase 8 000 mil candidatos.
O lugar nunca seria seu, pois já estava reservado para o Moreira, filho do Gelásio, chefe dos recursos humanos da empresa.
Nunca foi normal, em Portugal, ser reconhecido, apreciado, recrutado ou promovido em função de seus méritos (aptidão, trabalho, esforços, competências, inteligência, virtude, honestidade) e sim por causa da sua origem social, de sua riqueza e da linhagem de família.
Quem está no mercado de trabalho, sabe da dificuldade de conseguir um emprego, a sua manutenção ou uma promoção por mérito próprio. No entanto, sabe que se tiver uns amigos, ou familiares bem posicionados e no sítio certo, ou se pertence a um grupo de betos com privilégios desde o berço, tem a vida facilitada.
Em nome dessa crise, veio desemprego, congelamento de carreiras e juventude altamente qualificada a emigrar - por falta de oportunidades em Portugal e por terem dado conta dos esquemas.
Fui escrevendo este texto enquanto assisto via TV ao debate sobre o Orçamento do Estado para 2022.
Não sei qual vai ser a votação, nem isso, neste momento, já me interessa: a maioria destes deputados não conhece nada da realidade da vida de um cidadão normal. Portanto, não me representa. Os políticos estão distantes dos seus eleitores.
Será que o problema é o português não saber votar?
No nosso sistema, o poder de transformação da vida dos portugueses pelo voto é extremamente limitado.
Uma pergunta: se todos os portugueses podem votar, por que continuam a eleger maioritariamente pessoas que representam muito mais os interesses das empresas poderosas, dos banqueiros ladrões exploradores e parasitas, do que os que representam a população?
Quem matou a geringonça?
"Quando em 2019 o governo de António Costa aprovou alterações ao Código do Trabalho e passou o período experimental de 90 para 180 dias (mas em que planeta é preciso seis meses para verificar se um trabalhador é competente?!...) deu um tiro de pistola na geringonça.
Quando, nesse mesmo Código do Trabalho, reforçou as possibilidades do patronato ficar livre das regras da contratação coletiva, ao ampliar os motivos para a caducidade dos acordos feitos entre sindicatos e patrões, prejudicando a capacidade de negociação dos trabalhadores, deu um tiro de espingarda na geringonça.
Quando em todos estes seis anos o ministério das Finanças usou, de forma sistemática, excessiva e arbitrária, a cativações de verbas e eliminou na prática o financiamento atempado de muitas medidas que tinham sido acordadas com os partidos que viabilizavam o governo de minoria, deu rajadas de metralhadora na geringonça.
Quando António Costa, ao longo de seis anos, permitiu que o financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) resultasse numa constante subcontratação de serviços ao sector privado, social e farmácias, que ronda já os 2 mil e 800 milhões de euros por ano, em vez de contratar mais pessoal e mais equipamento, lançou uma granada sobre a geringonça.
Quando em plena pandemia por Covid-19 o governo começou a contratar mais enfermeiros a prazo, dispensando-os logo a seguir, deu um disparo de morteiro na geringonça.
Quando na campanha eleitoral para as autárquicas António Costa acusou a GALP de "irresponsabilidade social" pelo fecho da refinaria em Matosinhos, que atirou diretamente 400 pessoas para o desemprego, depois de meses e meses de complacência do seu governo com esse processo desencadeado pela empresa, fez explodir uma mina terrestre no caminho da geringonça.
Quando na discussão do orçamento para 2020 António Costa não aceitou comprometer-se claramente em pagar mais 50% de salário aos médicos que desejem ficar em exclusivo no Serviço Nacional de Saúde, detonou um explosivo na geringonça.
Quando na discussão deste Orçamento do Estado o governo apresenta um documento que nem PCP nem Bloco de Esquerda têm condições de aceitar, por não garantir a aplicação imediata de inúmeras propostas em discussão, como as creches gratuitas para todas as crianças, o aumento extraordinário e abrangente de pensões, o baixar o IVA da electricidade, entre muitas outras, liquidou a negociação. Este foi o tiro de bazuca que matou, de vez, a geringonça.
Quando o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes, mente na televisão ao dizer que o PCP exigiu, sem cedências, a subida do salário mínimo para 850 euros já em janeiro, quando na verdade aceitou 705 euros no início do ano e apenas 800 euros no final de 2022, fez de coveiro da então já falecida geringonça.
A geringonça morreu porque António Costa fez por isso, desde há bastante tempo, provavelmente porque acha que vai ganhar com eleições antecipadas.
Significa esta morte que a esquerda não vai ser capaz de voltar a fazer um acordo que viabilize um governo? Não."
Uma boa notícia a todos os títulos: na Figueira será sempre carnaval...
terça-feira, 26 de outubro de 2021
"Pedro Santana Lopes admite colocar os vereadores da oposição na administração das empresas municipais"!..
Onde foi a excepção: reuniões de câmara continuam a ser transmitidas nas redes sociais do município
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Pelouros autárquicos estão distribuídos
Via Figueira na Hora
Decorreu na tarde de hoje a primeira reunião de Câmara do actual mandato.
Proposta de delegação de competências no presidente da Câmara, proposta de fixação do número de vereadores em regime de tempo inteiro e meio termo, distribuição de pelouros aos membros do executivo e designação dos adjuntos e secretários do Gabinete de Apoio à Presidência foram apenas alguns dos temas a abordar nesta reunião presidida por Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira A Primeira.
Distribuição de funções
Presidente – Pedro Miguel de Santana Lopes
• Planeamento
• Ordenamento do Território
• Urbanismo
• Projetos e Obras Estruturantes
• Ambiente
• Cultura
• Desporto
• Juventude
• Turismo e Desenvolvimento Económico
• Proteção Civil e Bombeiros
• Serviços das Tecnologias de Informação e Comunicação
• Assuntos Jurídicos e Contencioso
Vereadora – Anabela Tabaçó
• Finanças e Orçamento
• Setor empresarial Local
• Modernização Administrativa
• Coadjuvação nas Questões de Desenvolvimento Económico
• Recursos Humanos
Vereadora – Olga Brás
• Assuntos Sociais
• Colectividades
• Saúde
• Educação e Formação Profissional
Vereador – Manuel Domingues
• Trânsito
• Relações correntes com as Juntas de Freguesia
• Obras Municipais
• Cemitérios
• Taxas e Licenças
• Serviço Veterinário Municipal
• Mercados e Feiras
• Serviço de Toponímia
• Espaços Verdes