O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
"Já tínhamos tido as prestações de Moniz da Maia, Gama Leão e Luís Filipe Vieira. Esta semana ainda pior – Nuno Vasconcellos, ex-CEO da Ongoing. O cúmulo do descaramento ao dizer que nada deve. Esta gente dá de si própria uma imagem desgraçada e inqualificável: a ideia de maus empresários; maus gestores; pessoas sem regras, sem princípios, sem carácter e sem memória; gente cheia de descaramento, arrogância e sem pingo de vergonha. É bom que os portugueses se indignem como se indignam em relação aos políticos.
Um jornalista competente, Bruno Faria Lopes, dizia no Negócios sobre Nuno Vasconcellos (mas podia aplicar-se a todos): gente sem dinheiro nem vergonha. Ele tem razão. Mas o problema é mais grave. É que eles dinheiro têm. Estão todos bem na vida. Não passam dificuldades. Alguns até vivem à grande e à francesa. Os Bancos e o Estado é que passam mal com os calotes que eles deixaram. É um problema, sim, mas de falta de vergonha. Que mina a imagem dos empresários bons, sérios e de qualidade que existem.
Finalmente, uma palavra de felicitação aos deputados. Têm feito um trabalho exemplar. Com destaque para Mariana Mortágua, Cecília Meireles e Fernando Negrão. Duas deputadas competentes e um Presidente como deve ser."
A Figueira tem tido vários
azares. Tínhamos o Cabedelo de “mar
sossegado e azul”, alternativa à marginal figueirense “vaidosa e barulhenta”. Deram cabo dele. E como somos
particularmente criativos na arte da sinonímia, chamam ao desastre ambiental
que lá estão a implantar a “trouxe-mouxe”, “regeneração”. Poderiam chamar “destruição”, ”demolição”, “reestruturação”, “reformulação”
ou, se quiserem, “refundação”, mas nunca “regeneração”. Por uma razão muito simples:
regenerar é dar vida. O que estão a fazer ao Cabedelo é matá-lo.
No fundo, no fundo, cá pela Figueira, somos é especialmente férteis nos
meandros do eufemismo...
Figuras de peso do PSD quebram o silêncio e acusam a direção de legitimar o Chega. Rio proibiu coligações autárquicas, mas não vai ostracizar a direita radical populista nem inviabilizar pactos pós-eleitorais. O acordo dos Açores, a escolha da candidata Suzana Garcia e a presença de Rio e Ventura na convenção do MEL dividem o partido. O PSD está a deixar entrar o extremismo pela porta dos fundos?
Quando era presidente da Câmara do Porto, Rui Rio tinha um par de frases em alemão nos seus dois telemóveis. “Pensa sempre primeiro” era uma. “Aprende sempre qualquer coisa” era outra. A forma como o líder social-democrata está a gerir a estratégia do partido em relação ao Chega leva os mais críticos a pensar que talvez tenha esquecido ambas.
AMEAÇA EXTREMISTA NO PSD: UMA INVESTIGAÇÃO DA REVISTA VISÃO.
A edição de Maio da Revista Foz, entre outros temas, traz uma entrevista realizada à pessoa que publica este blogue há mais de 15 anos e que é considerado, não sei porquê, o mais controverso blogger da Figueira da Foz.
Fica o agradecimento ao Fernando Rodrigues, que assina a peça (a meu ver, teve o mérito de apanhar "o espírito da coisa") e à Andreia Gouveia, que fez as fotos (apesar de todo o seu talento, "não existem milagres, a não ser para quem é crente, os feitos pela Nossa Senhora de Fátima...").
Não coloco link, porque em devido tempo fui bloqueado pelo actual presidente da câmara municipal da Figueira da Foz. A imagem, como é óbvio, foi enviada por leitor amigo deste espaço. Dado que, por enquanto, não tenho coisas importantes para apresentar, como a Figueira é terra de escritores importantes no panorama nacional, deixo a notícia de que "está a ser escrito um livro a várias mãos".
Estes maus exemplos, dados por protagonistas dum pequeno poder, existem porque as lideranças por muitas concelhias e distritais dos vários partidos de poder, vivem e alimentam-se destes pequenos poderes. É assim que existem os sindicatos internos de voto que elegem os líderes políticos concelhios e distritais.
É por causa destes aparelhos partidários concelhios e distritais, que a política é vista como uma actividade menor, decadente ou folclórica. É por isso que o sentido de serviço público está desacreditado e é visto como um mero "tacho". É por isso que as campanhas eleitorais de hoje são uma inutilidade: raramente acrescentam uma ideia. É por isso que a política, nomeadamente, a autárquica está como está: infelizmente desprestigiada e desacreditada.
Na década de 60 e princípio da década de 70 do século passado, anos em que vivi a minha adolescência e a minha juventude, era a direita tacanha e provinciana que estava no poder em Portugal, que proibia e limitava. Nunca me esqueci: sou de esquerda porque continuo a ser de oposição a isso mesmo. Porque continuo a não querer viver numa sociedade que imponha, proíba, policie as palavras e pretenda encolher o pensamento, continuo a ser de esquerda. Continuo a saber de que lado não quero estar.
"Há três meses que um dos vários processos de contraordenação a Ricardo Salgado pelo Banco de Portugal está encalhado no Tribunal da Relação de Lisboa. Mesmo que seja libertado em breve, há uma grande probabilidade de o antigo presidente do Banco Espírito Santo poder escapar ao pagamento de uma coima de €290 mil graças a procedimentos judiciais apresentados pelo ex-braço-direito, Amílcar Morais Pires, igualmente visado. O processo prescreve daqui a um mês, a 27 de junho, e, mesmo que se acrescente o tempo extra devido ao confinamento, teria de ser feita uma corrida contra o tempo para que tudo se resolvesse no prazo, e mesmo assim seria quase impossível fazê-lo. Esta é uma das cinco coimas que o supervisor da banca aplicou aos dirigentes do antigo BES, três delas ainda a correr nos tribunais."
«Não há duplos julgamentos para um político e ninguém viverá com uma vitória nas urnas se perder na justiça. Qualquer titular de um cargo político que seja condenado em tribunal por actos relacionados com o exercício das suas funções deve abdicar do seu cargo, independentemente da decisão acarretar ou não perda de mandato. Mais ainda. Após uma primeira condenação, não deve arrastar eventuais recursos em tribunal para dentro da esfera política. A sua defesa, legítima, manda a ética, deverá fazer-se fora da política, evitando todo o tipo de contaminações. Tão simples quanto isso. Tão simples como a presunção da inocência.»
Vejam este vídeo. Mas, vejam até ao fim... A audição parlamentar ao dono da Ongoing, Nuno Vasconcellos, terminou antes do tempo, devido à falta de respostas por parte de um dos maiores devedores do BES. Na RTP, Mariana Mortágua lembrou que ele fazia parte "da nova geração dos negócios que ia dominar a política e a economia portuguesa”.
EXTRAORDINÁRIO! COMO É QUE UM POLÍTICO CANDIDATO À CÂMARA DA FIGUEIRA DA FOZ, NAS AUTÁRQUICAS DE 2021, CONSEGUIU RESISTIR À TENTAÇÃO DE FAZER CAMPANHA APROVEITANDO A EXPOSIÇÃO PÚBLICA DE UM CARGO QUE DESEMPENHA?
A FIGUEIRA NÃO FOI ESQUECIDA: FOI RESPEITADA!
E era tão fácil ter acontecido o contrário: bastaria Pedro Machado ter acrescentado as palavras Figueira da Foz, quando disse que "o rali de Portugal é uma marca da Lousã, Góis, Arganil, Mortágua, Coimbra”.
Toda a gente sabe que a Figueira da Foz tem uma ligação histórica profunda com o Rali de Portugal. Todos nos recordamos da classificativa cronometrada na Serra da Boa Viagem.
Não me recordo é de nenhum político que fosse capaz de ter a postura ética e a seriedade política que Pedro Machado teve neste caso.
Para quem está atento, a diferença passa pelos pormenores...