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| Foto via Diário as Beiras |
Ontem, em comunicado o "PSD responsabiliza gestão socialista pelo dossier Paço de Maiorca".
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| Foto via Diário as Beiras |
E eu que sempre acreditei que nestas autárquicas as escolhas tinham sido da responsabilidade das concelhias e que o discurso de defesa da unidade do Ps e do trabalho dos autarcas socialistas também se aplicava ao Presidente da Federação…
Acredito em cada coisa…!!"
Março de 2010, via MARIO.RUIVO BLOG
Depois de 40 anos de mais do mesmo, está mais do que provado: não basta mudar apenas de cores partidárias para termos uma boa e competente gestão da autarquia figueirense.
A escolha é simples, clara, objectiva, transparente e translúcida: terá de ser entre competentes e incompetentes, entre servir ou servirem-se, entre mudar ou fazer de conta que se muda.
É tempo de escolher os melhores, os mais honestos, os mais independentes dos interesses que têm atrofiado o desenvolvimento do concelho.
Sobretudo, têm de ser os figueirenses a ter a capacidade de escolha. Os jogos de facções partidárias deram o resultado conhecido: o estado a que a Figueira chegou.
A autarquia é de todos e tem estar ao serviço de todos: não pertence a assessores ou funcionários amigos, de facções partidárias.
A Figueira é de todos e de cada um de nós, figueirenses.
Isso passa pelo fundamental, que é o exercício do direito à cidadania e à democracia. Isto é: que sejam todos a terem uma palavra na escolha dos melhores para nos representar.
Os figueirenses, não têm de se limitar a escolher entre vencedores de manobras de bastidores, sujas e interesseiras, dos diretórios partidários.
Os figueirenses podem (e devem poder) escolher livremente.
A eleição não tem de ser feita por "poderosos", ou diretórios partidários ao serviço destes.
O Papa Francisco. Foto: Vincenzo PINTO / AFP
"«Os prazeres chegam-nos directamente de Deus, não são católicos ou cristãos, ou outra coisa qualquer. São simplesmente divinos. (...) A Igreja condenou o prazer vulgar, desumano, bruto, mas, por outro lado, sempre aceitou o prazer humano, simples, moral. (...) O prazer de comer existe para nos manter saudáveis pela alimentação, tal como o prazer sexual existe para que o amor seja mais bonito e para garantir a perpetuação das espécies. (...) Os prazeres de comer e do sexo vêm de Deus.»
Via Luís Osório
1.
Escrevo este postal do dia enquanto oiço “Sonho Azul”.
Né Ladeiras canta que “trocava a vida toda pela vida deste amor, meu sonho azul” e eu penso que a vida é, muitas e muitas vezes, inclemente, cruel, cega.
2.
Né Ladeiras é um nome importante da história da música portuguesa. De uma família de artistas assumiu muito jovem protagonismo na Brigada Vítor Jara e na Banda do Casaco. Colaborou com os Trovante e os Heróis do Mar e a sua carreira a solo fez o seu nome resistir até hoje.
Né Ladeiras.
Não me parece que haja alguém da minha geração, ou das gerações anteriores, que não saiba quem é ou que não tenha ouvido falar.
3.
Há menos de uma semana, Né Ladeiras apelou na sua página de facebook.
Não tinha emprego e não tem dinheiro ou forma de continuar a pagar as suas contas.
Um problema nas cordas vocais impediu-a de continuar a cantar e hoje e, apesar de todas as tentativas, teve a coragem de denunciar a quase impossibilidade de uma mulher com 60 anos conseguir ter um emprego.
Trabalhou num museu em Torres Novas num restaurante a fazer o que lhe pediam, em duas empresas de limpeza e duas pastelarias. Ao fim de poucas semanas agradeceram-lhe, mas outra pessoa, quarenta anos mais nova, acaba por ocupar o seu lugar,
4.
Né Ladeiras teve a coragem de usar a sua página de facebook para nos dizer: olhem, não consigo mais. Ajudam-me?
Fê-lo mantendo a sua dignidade – “Não quero nenhum coitadismo, nenhuma pena”
Mantendo a esperança – “Quero viver e sentir que valeram a pena todos este revezes”.
Contando de si sem complacências ou paninhos quentes – “Tenho procurado trabalho, sim, porque mil vezes viver dele do que ser dependente da ajuda de outros. Não falo por orgulho, mas dignidade”.
5.
Mora em Coimbra.
Deu-nos muito...
compreendo-a e antecipo que poderia acontecer comigo. Que poderia acontecer com qualquer um de nós.
Ver-me sem nada. Ver-me com uma mão à frente e outra atrás como o meu pai quando ficou doente.
Recordo bem, tinha pouco mais de vinte anos. De repente, vi o meu pai ter de viver em função da solidariedade de amigos ou da Santa Casa da Misericórdia. E fazê-lo com uma dignidade imensa. Nunca o admirei tanto como nesses anos de carência absoluta.
Impossível, também por isso, ficar indiferente ao apelo de Né Ladeiras. À sua dignidade, à sua coragem, à sua esperança.
E no seu exemplo abraçar os ”velhos” de 60 anos que parecem já ser vistos como mortos para quem tem o poder de empregar.
Pessoas que se sentem novas, mas que todos os dias se confrontam com o olhar dos outros, com a arrogância dos outros, com a recusa dos outros.
És velha.
Estás gasta.
Não tens energia.
Já te olhaste ao espelho?
Não dizem desta maneira, mas é isso que lhes dizem sem necessidade de usar palavras.
Não interessa o que fizeram, o que são, o que poderiam aportar.
É triste e não vem nas notícias, mas nem por isso é menos importante.
Puxo para trás o “Sonho Azul” e vou escutá-lo em silêncio. Como uma oração que dedico aos que, como ela, vivem numa encruzilhada que estavam longe de merecer.
Quando, um dia, a tenda do circo estiver desmontada, veremos que não estamos apenas perante o maior embuste na história da Figueira, cujos autores foram quem esteve ao leme da autarquia desde 2009, mas que estamos perante o maior desastre financeiro ocorrido no município figueirense.
Maior ainda que o deixado por Santana Lopes...
O povo, um dia, vai perceber todo o embuste que tem sido a gestão da autarquia de 2009 para cá e o desastre em que está a ficar o concelho.
Peço desculpa por não dizer coisas bonitas. Mas, por aqui, bonita é a verdade.
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| Foto Pedro Agostinho Cruz |
Na sessão da Assembleia Municipal realizada nesse dia, uma sexta-feira, foi discutida e votada a concessão do concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar.
Olho para as fotos do Pedro Agostinho Cruz, como descrições narrativas. Esta, é a descrição narrativa de uma emoção imperfeita: do que a Figueira é. E do enorme potencial que a Figueira poderia desenvolver...
É isto que preocupa os jotas dos partidos do «arco do poder»: a conquista dos lugares.
Todos sabemos que o que dita leis nos partidos figueirenses é a defesa fanática dos interesses (e ambições pessoais dos dirigentes locais) do partido.
Pertencer a uma jota partidária, hoje, a meu ver, é um dos piores indícios curriculares para quem se queira abalançar numa carreira política.
Ou melhor: deveria ser. Porém, não é. Para os partidos, não é. Afinal os jotas são a matilha que há-de continuar a comer o rebanho dos eleitores nas gerações próximas.
A formação que o jota, em regra, «bebe» da sua organização partidária, baseia-se no carreirismo assente numa estranha ideia de políticos profissionais.
A «formação» começa com o confronto imediato com a trapaça eleitoral e com o espírito mercantilista ao serviço das vaidades e ambição mesquinhas de cada um.
A racionalidade, o altruísmo, a missão de servir e não servir-se, o sentido de cidadania dos políticos, que tanta falta faz à Figueira, é um bem cada vez mais escasso na política local e nacional.
O importante é a satisfação da vacuidade pessoal e a conquista do lugar que dá acesso ao objectivo principal: o tacho.