E em 2030?
"Se não há coesão territorial no mundo, nem na União Europeia, nem em Portugal, haveria o concelho da Figueira de ser um oásis? Constatar o óbvio não significa, no entanto, desculpar os responsáveis pela inércia, minimizar o problema ou concordar com o normal “empurrar com a barriga” do início do processo de solução para as calendas, sempre que as questões são estratégicas ou reveladoras de total falta de orientação. Neste caso, temos mesmo de começar pela base: sendo verdade que o conceito de coesão territorial não foi até agora objeto de uma definição formal, há um amplo acordo sobre a coesão territorial abarcar, genericamente, a qualidade territorial (do ambiente de trabalho e vivencial, da qualidade de vida semelhante entre espaços de um território, do acesso equitativo aos serviços), a eficiência territorial (de recursos energéticos e naturais, da competitividade do tecido económico e a atratividade do território, da acessibilidade interna e externa), e a identidade territorial (a capacidade de desenvolver visões partilhadas sobre o futuro e as vantagens competitivas de cada espaço de um território). Nos últimos anos, os dois documentos estratégicos para o concelho foram uma oportunidade perdida: primeiro, o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Figueira da Foz, porque não definidor à partida de um desígnio específico (“território sustentável do Atlântico” é válido para os concelhos do litoral do Minho ao Algarve) e portanto falho de estratégias concretas, de recursos alocados e de metas e prazos a cumprir; e depois, a revisão do PDM, tão ansiada e tantas vezes adiada, que afinal não só não conseguiu evitar a proliferação de hipermercados na cidade, como nalguns casos até o potenciou, não se percebendo ainda como conseguirá a fixação de população nas freguesias rurais do concelho, combatendo assim o “natural” despovoamento dos territórios mais interiores. Urge desenhar uma estratégia, a partir de uma visão integrada e coesa do concelho, a implementar nos próximos dez anos, que nos torne únicos mas preparados para voltar a fazer a diferença. Que concelho queremos em 2030?"
Via Diário as Beiras
"Se não há coesão territorial no mundo, nem na União Europeia, nem em Portugal, haveria o concelho da Figueira de ser um oásis? Constatar o óbvio não significa, no entanto, desculpar os responsáveis pela inércia, minimizar o problema ou concordar com o normal “empurrar com a barriga” do início do processo de solução para as calendas, sempre que as questões são estratégicas ou reveladoras de total falta de orientação. Neste caso, temos mesmo de começar pela base: sendo verdade que o conceito de coesão territorial não foi até agora objeto de uma definição formal, há um amplo acordo sobre a coesão territorial abarcar, genericamente, a qualidade territorial (do ambiente de trabalho e vivencial, da qualidade de vida semelhante entre espaços de um território, do acesso equitativo aos serviços), a eficiência territorial (de recursos energéticos e naturais, da competitividade do tecido económico e a atratividade do território, da acessibilidade interna e externa), e a identidade territorial (a capacidade de desenvolver visões partilhadas sobre o futuro e as vantagens competitivas de cada espaço de um território). Nos últimos anos, os dois documentos estratégicos para o concelho foram uma oportunidade perdida: primeiro, o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Figueira da Foz, porque não definidor à partida de um desígnio específico (“território sustentável do Atlântico” é válido para os concelhos do litoral do Minho ao Algarve) e portanto falho de estratégias concretas, de recursos alocados e de metas e prazos a cumprir; e depois, a revisão do PDM, tão ansiada e tantas vezes adiada, que afinal não só não conseguiu evitar a proliferação de hipermercados na cidade, como nalguns casos até o potenciou, não se percebendo ainda como conseguirá a fixação de população nas freguesias rurais do concelho, combatendo assim o “natural” despovoamento dos territórios mais interiores. Urge desenhar uma estratégia, a partir de uma visão integrada e coesa do concelho, a implementar nos próximos dez anos, que nos torne únicos mas preparados para voltar a fazer a diferença. Que concelho queremos em 2030?"
Via Diário as Beiras