Via Luis Osório
"POSTAL DO DIA
Pedro Coimbra é deputado do Partido Socialista. Confesso que nunca dele ouvira falar até à polémica em que se viu envolvido. Em casa está um processo que lhe foi posto por um árbitro… de pesca desportiva. Alegadamente o senhor deputado chamou-lhe de tudo num concurso em Montemor-o-Velho. Como tinha imunidade teve de se proceder a uma votação no Parlamento para perceber se ela lhe era retirada. Foi-lhe retirada com os votos de todos os partidos, com exceção da bancada do PS que se absteve.
2.
Que falta de humanismo senhores deputados!
Que miséria quando não se entende a alma humana. Nem por um segundo pensaram no pobre engenheiro Pedro Coimbra, deputado há pelo menos três legislaturas, eleito por Coimbra, figura importante em Penacova, e que teve de aguentar calado no parlamento em relação a praticamente todos os grandes assuntos que se discutiram em todos estes anos.
Esteve calado em todas as crises políticas.
Esteve calado em todas os assuntos que dividiram a sociedade portuguesa.
Esteve calado nos assuntos que eram prioridade para a sua bancada ou partido.
Esteve calado quase sempre nas comissões parlamentares onde tem assento.
Esteve calado em matéria de declarações de voto.
Esteve calado na maioria das transmissões da AR TV ou nos apontamentos diários das televisões no parlamento.
Esteve calado para os jornais, rádios e televisões.
Esteve calado durante a troika.
Esteve calado durante a geringonça.
Esteve calado, mas aplaudiu.
Esteve calado, mas votou.
Esteve calado, mas marcou presença, marca presença e é diligente no seu modo de ser deputado da República.
3.
E agora que ele precisava do apoio, da solidariedade dos colegas deputados, agora que precisava de um gesto de amizade viu-se sem imunidade.
Como é que os seus colegas não compreendem que um homem tem limites?
Um sacana de um árbitro que gamou descaradamente num concurso de pesca em Montemor. Um ladrão que não viu que um seu amigo tinha pescado uma carpa e não um barbo. Que esteve toda a prova a olhar de lado, a torcer o nariz à cana, às minhocas, a anular o trabalho sério e honrado de um pescador desportivo que merecia ser tratado com respeito.
Os seus colegas deputados não compreendem que há momentos em que um homem não pode estar calado? Uma coisa é a eutanásia ou o aborto, a emergência financeira e as pensões, os sem-abrigos ou as alterações climáticas Outra, bem diferente, é destratar um atleta numa prova de pesca em água doce. Francamente."
"POSTAL DO DIA
Este homem chama-se Pedro Coimbra e merecia respeito
1.Pedro Coimbra é deputado do Partido Socialista. Confesso que nunca dele ouvira falar até à polémica em que se viu envolvido. Em casa está um processo que lhe foi posto por um árbitro… de pesca desportiva. Alegadamente o senhor deputado chamou-lhe de tudo num concurso em Montemor-o-Velho. Como tinha imunidade teve de se proceder a uma votação no Parlamento para perceber se ela lhe era retirada. Foi-lhe retirada com os votos de todos os partidos, com exceção da bancada do PS que se absteve.
2.
Que falta de humanismo senhores deputados!
Que miséria quando não se entende a alma humana. Nem por um segundo pensaram no pobre engenheiro Pedro Coimbra, deputado há pelo menos três legislaturas, eleito por Coimbra, figura importante em Penacova, e que teve de aguentar calado no parlamento em relação a praticamente todos os grandes assuntos que se discutiram em todos estes anos.
Esteve calado em todas as crises políticas.
Esteve calado em todas os assuntos que dividiram a sociedade portuguesa.
Esteve calado nos assuntos que eram prioridade para a sua bancada ou partido.
Esteve calado quase sempre nas comissões parlamentares onde tem assento.
Esteve calado em matéria de declarações de voto.
Esteve calado na maioria das transmissões da AR TV ou nos apontamentos diários das televisões no parlamento.
Esteve calado para os jornais, rádios e televisões.
Esteve calado durante a troika.
Esteve calado durante a geringonça.
Esteve calado, mas aplaudiu.
Esteve calado, mas votou.
Esteve calado, mas marcou presença, marca presença e é diligente no seu modo de ser deputado da República.
3.
E agora que ele precisava do apoio, da solidariedade dos colegas deputados, agora que precisava de um gesto de amizade viu-se sem imunidade.
Como é que os seus colegas não compreendem que um homem tem limites?
Um sacana de um árbitro que gamou descaradamente num concurso de pesca em Montemor. Um ladrão que não viu que um seu amigo tinha pescado uma carpa e não um barbo. Que esteve toda a prova a olhar de lado, a torcer o nariz à cana, às minhocas, a anular o trabalho sério e honrado de um pescador desportivo que merecia ser tratado com respeito.
Os seus colegas deputados não compreendem que há momentos em que um homem não pode estar calado? Uma coisa é a eutanásia ou o aborto, a emergência financeira e as pensões, os sem-abrigos ou as alterações climáticas Outra, bem diferente, é destratar um atleta numa prova de pesca em água doce. Francamente."