segunda-feira, 11 de março de 2019
A MINHA PRAIA
"Todos os anos, sempre, desde bébé de colo, o correr do tempo não se mede apenas pela noite de passagem de ano, mas também pelo Agosto da minha praia. Noutros tempos, quase três meses, hoje em dia, um fim de semana no mínimo. As férias não são elásticas e outros destinos me chamam, mas sem pôr em causa esta passagem de ano, este picar de ponto, a romagem pelos sítios que sobrevivem ao passar do tempo, o passeio pela esplanada, as ruas tão cheias de arte nova, o pôr de sol sobre a praia e tantos outros lugares que se tornaram meus.
Lugares de uma vida, das diversas vidas que aqui se foram cruzando, como lugares que, entretanto, desapareceram como o Luna, onde joguei os primeiros jogos de pac-man, o Europa e os snookers para as tardes de chuva, a Caravela, essa instituição onde comecei a ir para as torradas com a minha avó, onde comi amiúde a irrepetível omelete de camarão com os meus pais e onde bebi cerveja capaz de encher vários barris com os meus amigos, um lugar que era uma instituição, e tal como a revista Tintim, dos 7 aos 77 ou talvez mais, com o senhor Madaleno que nos fez tão felizes em dias e noites aparentemente infinitos. A Casa Havanesa, livraria dos tempos em que havia livrarias com livreiros que sabiam que vendiam livros e não refrigerantes, com a senhora dona Helena de trás do balcão, na sua secretária – de onde apenas saía quando detectava genuíno interesse -, as capas para não estragar os livros na praia e os belíssimos marcadores com fotografias antigas da Figueira. O Pessidónio, discoteca pioneira no país, e que sobreviveu anos com altos e baixos, marcando gerações desde a sua abertura até à minha, e outras, de onde era hábito sair de dia a tempo de rematar a noite com bolo quente na Sofico.
Lugares de ontem e de hoje, como a praia, cada vez mais uma miragem desde a esplanada com a terra a ganhar terreno ao mar ano após ano. Essa praia de vento forte, com fugas ao meio da tarde, enrolado em toalha para proteger as pernas de esfoliação excessiva, do mar com ondas, ondas mesmo, grandes, só para os habitués que nela cresceram e logo aprenderam a furá-las, a fazer impensáveis carreiras, a arriscar mergulhos no limite da rebentação. Uma praia que hoje não me preenche pela instabilidade do clima, mas com o irresistível charme dos seus chapéus listados e cadeiras de lona e conversas com os que por ali ficaram.
Lugares e hábitos que nada seriam sem as pessoas, verdadeiro motivo porque volto, e voltarei ano após ano. Os que já não vão, como os meus pais, imagem de saudade a cada ano, e os outros, os que teimamos em ir por mais ou menos dias, porque somos parte da vida uns dos outros, mesmo quando vivemos na mesma cidade e não nos encontramos. Há nestas amizades de verão coisas peculiares, especiais, uma relação de uma vida, de nos vermos crescer, de, a cada ano, nos vermos diferentes, mas com uma ligação muito particular, sem barreiras geracionais, pois as idades sempre se cruzaram sem grandes limites e as cervejas são bebidas entre tios e sobrinhos, mães e filhas, irmãos. Algumas vezes tentei explicar a quem me perguntava o porquê da Figueira, falhando, tenho a certeza, nessa explicação. Há realmente coisas que não se explicam, esta é a minha praia e sei que de muitos outros também, uma tradição nossa que teimamos em manter por tudo o que de bom ela já nos trouxe.
Até ao próximo Agosto."
Nota:
Fica o agradecimento ao leitor habitual deste espaço Joaquim Moreira, que teve a amabilidade de me enviar o link.
domingo, 10 de março de 2019
Na terra do carnaval
Todos os anos acontece a mesma coisa: uma discussão porca em torno de uns míseros euros ao salário mínimo nacional.
Em 2019, o salário mínimo ficou em 600 euros no sector privado, por falta de acordo entre parceiros. A remuneração mínima no Estado é de 635 euros.
Portugal, este desgraçado país em que vivemos, também neste campo, continua na cauda da Europa. A esmagadora maioria dos seus trabalhadores aufere um salário que não corresponde às legitimas aspirações a uma vida digna e de esperança no futuro.
Mas o mal não toca a todos no que às remunerações diz respeito: a denominada "classe politica dirigente", seja ao nível do poder local, regional ou nacional, tem-se aproximado dos padrões europeus, sem esquecer ou prescindir de outras mordomias.
Em Portugal é carnaval todos os dias. Hoje, na Figueira não se esqueçam de ir até à Avenida...
Em 2019, o salário mínimo ficou em 600 euros no sector privado, por falta de acordo entre parceiros. A remuneração mínima no Estado é de 635 euros.
Portugal, este desgraçado país em que vivemos, também neste campo, continua na cauda da Europa. A esmagadora maioria dos seus trabalhadores aufere um salário que não corresponde às legitimas aspirações a uma vida digna e de esperança no futuro.
Mas o mal não toca a todos no que às remunerações diz respeito: a denominada "classe politica dirigente", seja ao nível do poder local, regional ou nacional, tem-se aproximado dos padrões europeus, sem esquecer ou prescindir de outras mordomias.
Em Portugal é carnaval todos os dias. Hoje, na Figueira não se esqueçam de ir até à Avenida...
sábado, 9 de março de 2019
O que há mais é disso...
A ascensão dos jotas
"Garotos que nunca fizeram nada na vida a não ser entreterem-se nas intrigas e joguinhos de poder que se ensinam nas escolas partidárias"...
Alteração dos PIP Cabedelinho e Cabedelo - Regulamento Gestão OMG
Encontra-se em consulta pública - 7/3/19 a 17/4/19.
Nota.
A obra está a decorrer no terreno desde o passado mês de Dezembro!..
Cristina...
"Marcelo fez muito mal aos políticos portugueses. Nas piores cenas de rua, ele é salvo por uma certa condescendência de classe e uma certa arrogância salazarista. Mas não se passa o mesmo com os outros. António Costa, de avental, a cozinhar uma cataplana no “Programa da Cristina”, é simplesmente penoso e reles; e nem sequer tem a desculpa de precisar de votos."
Vasco Pulido Valente
sexta-feira, 8 de março de 2019
Tudo o que tem foi herdado dos pais...
Quando trabalhou Ferraz da Costa?
"Pedro Ferraz da Costa é presidente do conselho de administração do grupo Iberfar, enquanto herdeiro da presença familiar quase centenária no sector farmacêutico. É ainda presidente do Fórum da Competitividade, uma associação de defesa dos interesses dos grandes grupos económicos. Nos órgãos sociais, cruza-se com gente habituada aos corredores do poder, tanto político como económico: Nogueira Leite, Luís Todo Bom, Mira Amaral, Daniel Bessa, João Salgueiro, Óscar Gaspar ou Vítor Bento. Antes, passou 20 anos na presidência da CIP, entre 1981 e 2001, sucedendo ao primeiro responsável da organização: o patriarca de uma das famílias da elite económica do regime fascista, António Vasco de Mello. O que não se conhece, de todas as suas biografias públicas, é em que período Pedro Ferraz da Costa fez o que acusa os portugueses de não quererem fazer, trabalhar."quinta-feira, 7 de março de 2019
Aqueles 400 metros acrescentados ao molhe norte...
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Por ter tido a ousadia de ter escrito isto, fui alvo de alguns dissabores por quem, na altura, se julgava dono da Aldeia. Infelizmente, passados mais de 12 anos a situação é esta.
António Agostinho, 11 de Dezembro de 2006.
Por ter tido a ousadia de ter escrito isto, fui alvo de alguns dissabores por quem, na altura, se julgava dono da Aldeia. Infelizmente, passados mais de 12 anos a situação é esta.
Ao longo destes mais de 12 anos, tudo o que por aqui foi dito pode ser consultado...
Subscrever:
Mensagens (Atom)