quarta-feira, 11 de abril de 2018
O pessimista é um optimista bem informado...
Imagem Beiras |
Percebi o que pretendiam dizer com aquela frase, mas expliquei-lhes o absurdo de tal afirmação: fé é crença.
Um pessimista, como sabem, mais do que crente - é, sobretudo, um descrente.
Que é o que eu sou, perante uma notícia destas: "Autarquia da Figueira da Foz paga medicamentos a munícipes carenciados"...
Espero, sinceramente, não ter razão.
Sempre que me dão razão, é porque antecipei correctamente um cenário negativo.
Um pessimista como eu quer, sobretudo, não ter razão.
terça-feira, 10 de abril de 2018
A reforma que ficou por fazer...
"Baixar os custos do trabalho"...
(Pedro Passos Coelho em 9 de Abril de 2015)
Nota de rodapé.
Custo do trabalho em Portugal sobe 3% em 2017, mas continua bem abaixo da média europeia...
(Pedro Passos Coelho em 9 de Abril de 2015)
Nota de rodapé.
Custo do trabalho em Portugal sobe 3% em 2017, mas continua bem abaixo da média europeia...
"Pai do ar", uma crónica de Teotónio Cavaco
Via AS BEIRAS.
"Há uma anedota antiga acerca das dificuldades que certo casal tinha em conseguir uma muito desejada criança, dado que todas as gravidezes se revelavam falsas.
Abstenho-me de contar a graçola por ser este um jornal respeitável e para não ser acusado de sexista ou politicamente incorreto, mas retiro da história o calvário do indivíduo, face à sua incapacidade de concretizar um sonho partilhado, ao seu desconforto por ser constantemente parodiado a propósito desse falhanço, à constatação que a crença da parceira, a qual, não o estando, conseguia apresentar sintomas típicos do desiderato, o fazia não merecedor da confiança que ela em si depositava, e à sua permanente exposição aos engraçadinhos que o alcunharam de “pai do ar”.
Numa altura em que são cada vez mais efetivos os passos no sentido de um certo PS de Coimbra nos querer convencer que “ao sonho de Monte Real se sobrepôs a realidade de Coimbra” no que a um aeroporto na região Centro concerne, valerá certamente a pena observar, a partir do clamoroso falhanço da CIM Região de Coimbra enquanto polo estratégico coordenado, como se alinharão as forças com possibilidade/capacidade de influenciar/decidir, e de que forma vão cumprir as promessas que, há 6 meses, fizeram ao seu eleitorado.
Não querendo fulanizar a questão, mas porque estou convicto que, com um claro e bem definido enquadramento, um aeroporto na região Centro é estratégico para a nossa afirmação ancorada numa moderna mobilidade, pergunto: no final deste processo, a quem/a quantos vamos chamar «pai do ar»?"
"Há uma anedota antiga acerca das dificuldades que certo casal tinha em conseguir uma muito desejada criança, dado que todas as gravidezes se revelavam falsas.
Abstenho-me de contar a graçola por ser este um jornal respeitável e para não ser acusado de sexista ou politicamente incorreto, mas retiro da história o calvário do indivíduo, face à sua incapacidade de concretizar um sonho partilhado, ao seu desconforto por ser constantemente parodiado a propósito desse falhanço, à constatação que a crença da parceira, a qual, não o estando, conseguia apresentar sintomas típicos do desiderato, o fazia não merecedor da confiança que ela em si depositava, e à sua permanente exposição aos engraçadinhos que o alcunharam de “pai do ar”.
Numa altura em que são cada vez mais efetivos os passos no sentido de um certo PS de Coimbra nos querer convencer que “ao sonho de Monte Real se sobrepôs a realidade de Coimbra” no que a um aeroporto na região Centro concerne, valerá certamente a pena observar, a partir do clamoroso falhanço da CIM Região de Coimbra enquanto polo estratégico coordenado, como se alinharão as forças com possibilidade/capacidade de influenciar/decidir, e de que forma vão cumprir as promessas que, há 6 meses, fizeram ao seu eleitorado.
Não querendo fulanizar a questão, mas porque estou convicto que, com um claro e bem definido enquadramento, um aeroporto na região Centro é estratégico para a nossa afirmação ancorada numa moderna mobilidade, pergunto: no final deste processo, a quem/a quantos vamos chamar «pai do ar»?"
Até os barbeiros já foram tira-dentes...
Por este andar, "se a moda dos engenheiros a assinar projectos de arquitectura pega, um dia deste o nosso médico de família vai ser um veterinário."
Nota de rodapé.
Origem do nome Tiradentes.
No século XVII, não havia no Brasil uma lei que regulamentasse a prática da Odontologia. Por isso, eram os barbeiros que costumavam fazer esse trabalho. “Os médicos não queriam colocar as mãos na boca das pessoas. Aí acabou sobrando para os barbeiros se aventurarem nesse ramo, uma vez que eles já eram conhecidos por cuidar da cabeça cortando a barba e cabelo”.
O boticão, imagem do lado dirieto, era o instrumento usado na época para fazer extrações dentárias.
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Cem anos da Batalha de La Lys
"Que nunca ninguém saiba os crimes deste dia
Que eu não quero viver em tanta porcaria
Por isso, ó morteiro te peço bem do fundo
Dispara um tiro só, leva-me do mundo
E o morteiro bojudo, o morteiro audaz
Expediu um pesado... e matou o rapaz"
"A Batalha de La Lys, travada no Sul da Flandres em 9 de Abril de 1918, constitui o momento mais traumático da acidentada participação portuguesa na Primeira Grande Guerra. O seu desenlace feriu profundamente a alma nacional, chegando a falar-se de um novo Alcácer-Quibir".
O meu avô esteve lá. Chamava-se Domingos Marçalo e participou neste grande conflito mundial como cozinheiro e combatente.
"O Relatório de combate de 9 a 12 de Abril de 1918 não se destina a acrescentar pormenores às circunstâncias do combate. Qual mergulho na poeira multiforme dos dramas individuais, o que nele releva é a perspectiva de um soldado, pequeno elo de uma engrenagem da qual lhe escapa o conjunto e o sentido. Trata-se de uma descrição na primeira pessoa, feita por alguém que viveu a batalha, minuto a minuto, ombro a ombro com os companheiros, tomando iniciativas, partilhando angústias, vendo cair os feridos e os mortos e que de tudo nos dá testemunho. Apesar de o tema ser perturbante, o relato é técnico, o tom é neutro, só aqui e ali deixa aflorar alguma emoção, e talvez por isso mais desembaraçado de cargas ideológicas. É uma espécie de fita do tempo, apresentando uma anotação precisa do momento em que ocorreram os diversos eventos em que o protagonista se viu envolvido.
O autor do relatório, Raul Pereira de Araújo, transmontano da vila de Mesão Frio é um jovem alferes que, ao escrever um caderno de "Lembranças" onde reteve fragmentos do vivido na guerra, nos quis deixar a sua própria imagem."
Entre os Ventos e as Marés: emissão com Adelaide Sofia
Mulher, covagalense, fadista, professora de música, pianista, compositora e cantora!
Mais uma história de vida.
Para ouvir, basta clicar aqui.
Mais uma história de vida.
Para ouvir, basta clicar aqui.
domingo, 8 de abril de 2018
Muita parra e pouca uva: "documento onde consta “a proposta de requalificação” é longo ( 142 páginas) e algo repetitivo"...
"Está em discussão pública a requalificação do centro histórico de Tavarede. Diga-se que tanto quanto sabemos a discussão limita-se à consulta dos documentos na internet. Sabe a pouco para um documento com impacto na “polis”. O documento onde consta “a proposta de requalificação” é longo (142 páginas) e algo repetitivo. Os desenhos e figuras, contudo, auxiliam na visualização do que se pretende em termos genéricos. Em traços gerais, a câmara municipal quer preservar as faixas agrícolas (hortas urbanas) e o património, criar incentivos à reabilitação de edifícios (privados e públicos) e ainda implementar os modos “suaves” de mobilidade. E aqui surge a primeira preocupação, os textos da proposta são vagos quanto às formas de humanizar os espaços e reduzir a carga automóvel. A palavra “bicicleta” nunca é referida no documento. A ciclovia desenhada é mais um fragmento e tem um carácter lúdico, desligado da mobilidade. Ou seja, o compromisso da câmara é reduzido quanto à “mobilidade suave”, ilude-nos com textos sofisticados mas sem conteúdo. A forma como a rua principal que atravessa o centro de Tavarede, apertada, em mau estado, será requalificada é um mistério. Nada de concreto, haverá um ou dois sentidos? Como são integrados peões e ciclistas? Qual a forma e largura dos passeios?
Assim, é de supor que a câmara municipal irá fazer “mais do mesmo”, obras destinadas a manter tudo como está, aplicando apenas uma camada de verniz e algum mobiliário urbano."
Nota de rodapé.
Esta crónica foi publicada ontem no jornal AS BEIRAS.
Assim, é de supor que a câmara municipal irá fazer “mais do mesmo”, obras destinadas a manter tudo como está, aplicando apenas uma camada de verniz e algum mobiliário urbano."
Nota de rodapé.
Esta crónica foi publicada ontem no jornal AS BEIRAS.
sábado, 7 de abril de 2018
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