sexta-feira, 4 de março de 2016

No país "dos cofres cheios", quem semeou porque é que não havia de colher?..

Porque é que agora deveria ser diferente?...
É por demais evidente que para boa parte desta gente, legalidade, transparência, ética ou minudências como pagar contribuições, impostos, cumprir as exigências legais, etc., são “contos para crianças”, coisas, por assim dizer, para “tótós” - nós. 
Tecnoformices, relvices, loureirices, salgadices, marquesmendices, amigos mecenas, negócios manhosos e corrupção, tráfico de influências e amiguismo, utilização criteriosa dos alçapões de uma justiça criteriosamente desenhados para efeitos de protecção dos seus interesses e outras habilidades da mesma natureza, são ferramentas diariamente usadas por esta família alargada e diversa que há décadas ocupou um largo espectro do nosso contexto político, social e económico. 
Cambada de artistas, nem as moscas, às vezes, mudam. São assim as contas da partidocracia. 
Em alternância pois claro. Sem alternativa, evidentemente.
Segundo a voz pop, "todo o trabalho merece recompensa".

Manuel Luís Pata, um Homem corajoso e de opinião desassombrada


quinta-feira, 3 de março de 2016

"Maria Luís Albuquerque contratada para gestora britânica Arrow Global"...

Desta, está o Passos Coelho liberto!..
Com um tacho destes, certamente que não estará minimamente interessada em disputar-lhe o lugar...
Maria Luís Albuquerque será a partir de segunda-feira administradora não executiva da gestora de crédito britânica Arrow Global, de acordo com um comunicado que foi tornado público esta quinta-feira. Esta gestora terá comprado créditos ao Banif, denuncia o Bloco de Esquerda
A informação é confirmada por um documento da Arrow Global
O PCP lembra regime de incompatibilidades e período de nojo dos titulares de cargos políticos. E diz ter "sérias dúvidas" sobre contratação de ex-ministra. Segundo este partido a Comissão de ética deve pronunciar-se.

"A equação da pesca da sardinha", uma crónica de Rui Curado da Silva

Uma crónica de Rui Curado da Silva,
via AS BEIRAS
A equação que rege a pesca da sardinha é uma equação maldita.

Se pescarmos mais sardinha melhoramos os rendimentos do sector e promovemos o emprego no imediato. No entanto, aumentamos o risco de extinção da espécie, que é um risco real. Por outro lado, um longo defeso da pesca da sardinha coloca em risco a sustentabilidade financeira de todos os actores envolvidos na captura da espécie.

A equação complica-se quando consideramos a situação precária que enfrentam os pescadores durante o período de defeso, sem um estatuto laboral adaptado à particularidade da profissão. Depois de tanto latim sobre a economia do mar, os pescadores continuam a ser tratados como trabalhadores de terceira.

Apesar de a sardinha estar sujeita a defeso biológico desde o início do ano, os sindicatos de pescadores tinham sugerido a sua prolongação até final de abril, retomando a pesca no período em que a sardinha tem melhor qualidade e é mais rentável. Surpreendentemente, o Ministério do Mar decidiu permitir já em março a captura da espécie, embora esteja sujeita a limites quantitativos diários.

Esta decisão é ainda menos compreensível quando, até à data, a causa da redução do stock de sardinha não foi inteiramente compreendida pela ciência e quando apenas em julho serão conhecidos os resultados da avaliação aos stocks de sardinha realizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Jorge Tocha Coelho, um cidadão atento... (III)

Para ler melhor , clicar na imagem

O voto e a lucidez

Este blogue, pelos vistos, anda a incomodar!.. 
Ainda bem, pois um blogue também pode servir para isso...
Em democracia, não é normal colocar interrogações e levantar questões?..
Ou, a nossa participação como cidadãos,  estará reduzida ao boletim de voto?
José Saramago, no Ensaio sobre a lucidez (2004), tem uma interessante abordagem do assunto.
"(…) Em geral não costumo votar, mas hoje deu-me para aqui, A ver se isto vai servir para alguma coisa que valha a pena, Tantas vezes foi o cântaro à fonte, que por fim lá deixou ficar a asa, No outro dia também votei, mas só pude sair de casa às quatro, Isto é como a lotaria, quase sempre sai branco, Ainda assim, há que persistir, A esperança é como o sal, não alimenta, mas dá sabor ao pão, durante horas e horas estas e mil outras frases igualmente inócuas, igualmente neutras, igualmente inocentes de culpa, foram estimuladas até à última sílaba, esfareladas, viradas do avesso, pisadas no almofariz sob o pilão das perguntas, Explique-me que cântaro é esse, Porque é que a asa se soltou na fonte, e não durante o caminho, ou em casa, Se não era seu costume votar, porque é que votou desta vez, Se a esperança é como o sal, que acha que deveria ser feito para que o sal fosse como a esperança, que é verde, e o sal, que é branco, Acha realmente que o boletim de voto é igual a um bilhete de lotaria, Que era o que estava a querer dizer quando disse a palavra branco, e novamente, Que cântaro é esse, Foi à fonte porque estava com sede, ou para encontrar-se com alguém, A asa do cântaro é símbolo de quê, Quando deita sal na comida, está a pensar que lhe deita esperança, Porque é que traz vestida uma camisa branca, Afinal, que cântaro é esse, um cântaro real ou um cântaro metafórico, E o barro, que cor tinha, era preto, era vermelho, Era liso, ou levava desenhos, Tinha incrustações de quartzo, Sabe o que é o quartzo, Já ganhou algum prémio na lotaria, porque é que na primeira votação só saiu de casa às quatro horas, quando já não chovia há mais de duas, Quem é a mulher que está ao seu lado nesta imagem, De que riam com tanto gosto, Não lhe parece que um acto de votar deveria merecer de todos os eleitores com sentido de responsabilidade uma expressão grave, séria, compenetrada, ou considera que a democracia dá vontade de rir, Ou talvez pense que dá vontade de chorar, Que lhe parece, de rir, ou de chorar (…)"

A grande poesia acerta muitas vezes...

Sophia de Mello Breyner
Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças

Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?

Que diremos do lixo do seu luxo - de seu
Viscoso gozo da nata da vida - que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?

Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?

Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?

Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto

Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?

quarta-feira, 2 de março de 2016

Santana Lopes: mais três anos à frente da SCML...

"Ao ser reconduzido, o provedor parece afastar uma candidatura à Câmara de Lisboa em 2017, a que presidiu entre 2002 e 2005".

O algodão  não engana. 
Estas jogatanas politiqueiras já não se limitam aos acordos no governo central e nas autarquias... 
Quem os não conhecer que os  compre, isto é caríssimos: como têm feito nos últimos 40 anos, continuem a votar neles...
São momentos assim que me reforçam a vontade de continuar a tentar fazer do meu mundo pessoal um sítio interessante. 
Confesso que, agora, no fim deste dia, até me esqueci dos desgraçados autarcas que transformam as "ideias" em ruído e as terras que gerem em sítios mal frequentados. 
Recorro a Fernando Pessoa.
"A Arte tem mais valia porque nos tira daqui".

Nesta margem estamos mesmo em risco elevado...

Via eng. Daniel Santos
Em tempo.
Como se pode rever clicando aqui, chamo a atenção ainda para a  imagem de insensibilidade e incompetência política, perante o enorme problema que a Figueira tem a sul da barra do Mondego, demonstrada pela vereadora da câmara municipal da Figueira da Foz, Ana Carvalho, nas declarações que presta à jornalista.
A ignorância da senhora pode até ser completamente inocente. Mas, para quem vive na orla costeira a sul do concelho - Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa -  é potencialmente perigosa. Confesso que me custou aguentar até agora calado esta perigosa demonstração de ignorância de uma responsável política sobre o mar e as suas dinâmicas.
De realçar, ainda, que a senhora vereadora revelou, digamos assim, uma displicência assustadora, quando se referiu às populações da margem esquerda do Mondego...
O autoritarismo costuma esconder incompetência. Enquanto  gente como a senhora vereadora Ana Carvalho estiver no edifício dos Paços do Município, não vou andar descansado...
Admito exultar de alegria, no dia em que criaturas como esta senhora vereadora deixarem a política figueirense e forem dar uma volta ao bilhar grande...

Um homem não é de ferro...

PEDRO PASSOS COELHO:
 “Se a estratégia resultar, defenderei o voto no PS, no PCP e no BE”.

Porque a vida deve ser festejada...

A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) está a comemorar 18 anos na Figueira da Foz...
Foto José Santos, via Figueira na Hora
Os responsáveis decidiram comemorar o 18º aniversário, como tendo atingido a maioridade, e como esta é a idade para obter a licença de condução, o tema das comemorações será «Condução em Segurança», explicou a médica e a enfermeira responsáveis, Amélia Pereira e Margarida Martins, respectivamente.
Vão realizar-se diversas iniciativas que se vão prolongar ao longo do ano 2016.
A primeira realizou-se ontem, dia 1 de março, com uma acção de sensibilização em SBV (Suporte Básico de Vida), apelando à importância da chamada 112, correctamente feita e atempada. Esta acção decorreu na área comercial do Foz Plaza, no período compreendido entre as 15 e as 22 horas, dirigida ao público que frequenta e trabalha nesta superfície comercial e que teve bastante participação, através da ocupação de 8 espaços no corredor da área comercial, onde foram colocados os manequins de SBV e profissionais da VMER que participaram no evento que contou com a presença do presidente do conselho de administração do HDFF e a coordenadora do CODU Centro e Direcção Regional do Centro do INEM.
Recorde-se que na Figueira da Foz este serviço é disponibilizado por 25 médicos e 13 enfermeiros.
No próximo sábado, dia 5 de março, realizar-se-á um jantar de aniversário com a presença dos profissionais que integraram esta equipa desde 1998.

terça-feira, 1 de março de 2016

É tão simples como isto:

Quem não quiser igual, pois que vote diferente...
Uma coisa é fazer diferente, outra é dizer que se está a fazer diferente ou que, a seu tempo, "quando for possível", se irá fazer diferente. Uma coisa é mudar, outra é prometer mudanças enquanto se vai fazendo igual em cima da paciência infinitamente elástica  de quem aceita que tudo fique na mesma, como vai ficando. Na boa tradição do centrão, o Governo PS acaba de imitar o seu antecessor na substituição de um comissário político por outro comissário político na presidência do CCB. Os socialistas podem agora argumentar com o que quiserem, o único critério foi a cor do cartão partidário. Os anteriores fizeram o mesmo, pois fizeram. Por isso é que agora, para não fazerem igual, teriam que fazer diferente. Seria necessário vontade e coragem política. Seria preciso abdicar dos tachos no aparelho do Estado que vão servindo para premiar as lealdades dentro dos aparelhos partidários. E eles não são doidos. São os tachos que os catapultam para o topo do aparelho dos partidos respectivos.  E nenhuma atribuição de nenhum tacho tem um custo eleitoral com expressão suficiente para obrigá-los a quebrar com a cultura dos dois partidos. Se para a grande maioria dos eleitores a captura dos organismos públicos pelos aparelhos partidários é uma questão lateral na formulação das suas decisões sobre o partido ao qual confiam o voto, se a maioria dos portugueses incorporou como natural que o seu voto sirva também para dar o poder de substituir boys laranja por boys rosa e vice-versa, seguramente que não serão aqueles cujas carreiras se fazem à sombra desta indiferença que irão tomar a iniciativa de matar a sua galinha dos ovos de ouro. Amanhã já quase ninguém se lembrará que o Presidente do CCB foi escolhido pela sua militância partidária, sem concurso público nem projecto conhecido. E as próximas eleições serão muito depois de amanhã.

O labirinto do fauno...

O espelho...

Perder, ganhando, dá nisto...

"Social-democracia, sempre!": um slogan para a reeleição

foto daqui
As reformas que ficaram por fazer...
Reduzir os custos do trabalho, cortar 600 milhões de euros nas pensões a pagamento, transformar a sobretaxa de IRS e os cortes nos rendimentos de temporários em permanentes.

Notável...

Na Figueira, um notável é, como se sabe, alguém que, em certa altura da vida, exerceu o direito aos seus quinze minutos de glória.
Como, que eu saiba, por aqui ninguém descobriu o caminho marítimo para a Índia, o caminho mais fácil e mais directo é alguém participar num qualquer concurso televisivo. Em devido tempo terá o merecido prémio: por exemplo, ser rei do carnaval e abafar, ao que me disseram, 4 mil merecidos euros.
Todavia, podemos ainda, com um pouco de boa vontade, considerar que aparecer em festas de "sociedade", ocupar um cargo político, por irrelevante que seja, ser acusado de um crime infame, ser advogado de alguém acusado de um crime infame, são também vias apropriadas para aceder à notabilidade. De tal modo é fácil aceder à ribalta na Figueira que, a meu ver, ser não-notável na Figueira, isso sim, é que começa a se tornar uma raridade, acessível apenas a gente sofisticada, marginal ou especial.


Segundo li no Figueira na Hora, o PS figueirense quer incluir o Cabo Mondego no Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal.
Vai daí, o deputado municipal socialista, Luís Ribeiro, apresentou na reunião da Assembleia Municipal realizada ontem à tarde, uma proposta nesse sentido.
O estranho aconteceu a seguir:  viria a ser retirada, sendo substituída por uma recomendação com os mesmos pressupostos, para inclusão do geo-monumento e do couto mineiro do Cabo Mondego no Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal e ainda na respectiva rede a ser criada.
Isto, no mínimo, foi notável. Mais notável, ainda, porém, é que a proposta inicial de Luís Ribeiro passou de proposta a recomendação, não pelo seu conteúdo, mas sim por questões formais que se prenderam com o facto dos deputados não terem recebido em tempo a proposta para análise!..
Agora, terá de ser novamente apresentada, no formato de proposta formal, numa próxima reunião da Assembleia Municipal.

Isto, só não é politicamente notável, porque toda a gente que se interessa minimamente na Figueira pela política, tem conhecimento que nesta  fornada do grupo do PS na Assembleia Municipal existem alguns totós e bétinhos que são facilmente comidos pela oposição, como se viu na Assembleia Municipal realizada no dia 14 de dezembro de 2015.
Que falta fez na tarde de ontem à bancada do PS figueirense o "velho" João Carronda...
Põe-te bom depressa caro Amigo...
Não é com tomadas de posição de força partidária, por parte da maioria socialista, fundamentalistas e excessivas, que se põe um importante órgão do poder local, como é a Assembleia Municipal da Figueira da Foz, a funcionar e ao serviço dos interesses do nosso concelho.

Dobre

  Fernando Pessoa
Peguei no meu coração 
E pu-lo na minha mão 

Olhei-o como quem olha 

Grãos de areia ou uma folha. 

Olhei-o pávido e absorto 

Como quem sabe estar morto; 

Com a alma só comovida 

Do sonho e pouco da vida.