sábado, 22 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
"A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade" e a minha expectativa inicial...
Ao iniciar a leitura deste livro, publicado em 2 volumes, ocorreu-me que também a escrita de um blogue ajuda a ganhar apreço pelo trabalho de quem empreende o caminho duma escrita com substância, como me parece ser o caso desta obra.
Quem escreve um blogue sabe que, a certa altura, do outro lado, haverá um leitor, pelo menos um leitor, que sentirá algo pelo que escrevemos: sentirá, no mínimo, indiferença.
A escrita de um blogue torna-nos leitores mais atentos e mais exigentes.
Gosto de ler desde que tenho memória.
Gosto de livros.
Sinto-me disponível para ler, sobretudo, aqueles que acho que preenchem uma falta que eu nem sequer sabia que existia.
Há muitos mais livros, que passei a procurar, a que deixei de ser indiferente.
Não terei, porventura, provas do que vou escrever, mas, a minha intuição diz-me que este blogue, que já leva quase 10 anos de existência, fez de mim um melhor leitor.
O que, não tendo sido o objectivo inicial é, talvez, o resultado que mais me agrada nesta aventura.
É essa a expectativa que tenho ao iniciar a leitura desta obra publicada em 2 volumes pelo dr. Jorge Mendes.
"De facto, uma das marcas das povoações marítimas é o luto que nelas esvoaça e fica sobre todas as famílias.
Aqui, porque também na margem da foz, a Cova-Gala foi mártir maior.
Apagar essas marcas seria negar a sua história.
Cimentar as marcas é honrar os nossos mortos.
Os painéis (na fachada da Junta de Freguesia) recordam e honram o trabalho do mar e as suas tragédias familiares".
Quem escreve um blogue sabe que, a certa altura, do outro lado, haverá um leitor, pelo menos um leitor, que sentirá algo pelo que escrevemos: sentirá, no mínimo, indiferença.
A escrita de um blogue torna-nos leitores mais atentos e mais exigentes.
Gosto de ler desde que tenho memória.
Gosto de livros.
Sinto-me disponível para ler, sobretudo, aqueles que acho que preenchem uma falta que eu nem sequer sabia que existia.
Há muitos mais livros, que passei a procurar, a que deixei de ser indiferente.
Não terei, porventura, provas do que vou escrever, mas, a minha intuição diz-me que este blogue, que já leva quase 10 anos de existência, fez de mim um melhor leitor.
O que, não tendo sido o objectivo inicial é, talvez, o resultado que mais me agrada nesta aventura.
É essa a expectativa que tenho ao iniciar a leitura desta obra publicada em 2 volumes pelo dr. Jorge Mendes.
"De facto, uma das marcas das povoações marítimas é o luto que nelas esvoaça e fica sobre todas as famílias.
Aqui, porque também na margem da foz, a Cova-Gala foi mártir maior.
Apagar essas marcas seria negar a sua história.
Cimentar as marcas é honrar os nossos mortos.
Os painéis (na fachada da Junta de Freguesia) recordam e honram o trabalho do mar e as suas tragédias familiares".
A vacuidade total...
Em momentos de desespero só se dizem disparates: "Costa diz que se identifica com Ferreira Leite".
Se não fosse tão triste, neste momento, estaria como o Seguro: a rir perdidamente...
Em tempo.
Qual é que é mesmo o argumento do PS de Costa por estes dias contra a coligação?
É esse mesmo...
O de que quer privatizar a segurança social!..
Se não fosse tão triste, neste momento, estaria como o Seguro: a rir perdidamente...
Em tempo.
Qual é que é mesmo o argumento do PS de Costa por estes dias contra a coligação?
É esse mesmo...
O de que quer privatizar a segurança social!..
Lançamento do livro " A Cova-Gala, como notável exemplo de solidariedade" da autoria do Dr. Jorge Mendes, no Clube Mocidade Covense.
José Vidal: "Apesar de ter filmado todas as intervenções, infelizmente só fiquei com o vídeo, pois o meu telemóvel pregou-me uma partida no som, desactivando-o sem que eu me apercebesse disso."
Em tempo.
Jose Vidal: "Peço imensa desculpa, mas sem som não há video por agora."
Em tempo.
Jose Vidal: "Peço imensa desculpa, mas sem som não há video por agora."
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Vivemos em alienação?..
Estamos a 45 dias de eleições legislativas. Penso que é tempo de se discutir política - que o mesmo é dizer, discutir o futuro de nós todos. É mais do que tempo do debate político, sem demagogias, se centrar nos temas que interessam aos portugueses. Deixo, para reflexão de quem disso se queira dar ao trabalho, 5 questões. A meu ver, é na resposta sincera à solução para estes problemas, que se encontram algumas das principais diferenças entre um governo de direita e um governo de esquerda.
1. Como combater níveis de desemprego real historicamente altos, sobretudo entre os mais jovens?
2. Como contrariar o agravamento das desigualdades sociais entre pobres e ricos?
3. Como equilibrar as contas públicas mantendo no Estado os serviços públicos de saúde, educação e segurança interna?
4. Como preservar a Segurança Social, garantindo que todos receberão uma reforma quando se aposentarem?
5. Como garantir a igualdade entre todos os cidadãos independentemente do seu género, origem, cor de pele, religião, orientação sexual, profissão ou ideologia?
1. Como combater níveis de desemprego real historicamente altos, sobretudo entre os mais jovens?
2. Como contrariar o agravamento das desigualdades sociais entre pobres e ricos?
3. Como equilibrar as contas públicas mantendo no Estado os serviços públicos de saúde, educação e segurança interna?
4. Como preservar a Segurança Social, garantindo que todos receberão uma reforma quando se aposentarem?
5. Como garantir a igualdade entre todos os cidadãos independentemente do seu género, origem, cor de pele, religião, orientação sexual, profissão ou ideologia?
Belém e Costa. Sócrates e Costa...
Na segunda-feira, Costa faz-se à vida e tenta marcar a agenda mediática: Maria de Belém caiu-lhe em cima...
Ontem, Costa tenta fazer novamente pela vida e tenta novamente marcar a agenda mediática: Sócrates caiu-lhe em cima...
Ai Costa, Costa, a vida Costa, a vida Costa... custa!..
Quando avançou para a liderança do PS, Costa dificilmente poderia prever que, nesta altura do campeonato, iria estar tão encalacrado dentro do partido.
Cá se fazem, cá se pagam...
Ai Costa, Costa!..
Ontem, Costa tenta fazer novamente pela vida e tenta novamente marcar a agenda mediática: Sócrates caiu-lhe em cima...
Ai Costa, Costa, a vida Costa, a vida Costa... custa!..
Quando avançou para a liderança do PS, Costa dificilmente poderia prever que, nesta altura do campeonato, iria estar tão encalacrado dentro do partido.
Cá se fazem, cá se pagam...
Ai Costa, Costa!..
Isto é muito a sério, mas é só um começo
"Ao longo de vinte anos, a doutrina da terceira via, segundo a qual as eleições se ganham ao centro com uma política de centro, conduziu à vitória monumental da direita. Por isso, muitos militantes trabalhistas querem romper com este passado e Corbyn aparece como o homem certo para o fazer.
Os cínicos argumentam que Blair tem mesmo razão e que, se o partido virar à esquerda, a direita se eternizará no poder. Vai ser refrão em Portugal e em toda a Europa, assustada com esta surpresa. Portanto, a ideia é que tudo deve continuar na mesma, com o centro a aceitar que a direita determine a única política admissível. Esta solução é a da eternidade da ordem liberal.
De facto, os partidos socialistas submeteram-se a tal razão cínica. Não é essa a história de Hollande? Eleito com promessas gloriosas (fazer frente a Merkel! em poucas semanas renegoceio o Tratado Orçamental e acrescento um plano para o emprego!), alinhou-se no consenso europeu e assim ficou. O mesmo se dirá de Renzi (que já enfrentou uma greve geral contra a mudança da lei laboral), o mesmo se dirá de Seguro e de Costa (para quem não há vida para além do Tratado Orçamental e dos comunicados do Eurogrupo), de Sanchez (que quer um ministro das finanças europeu, como Schauble e à imagem de Schauble) e de todos os outros.
A Inglaterra tem no entanto duas diferenças assinaláveis em relação a França, ou Itália, ou Portugal. A primeira é que o partido trabalhista tem uma história organicamente ligada ao movimento operário e sindical, o que explica que neste caso ainda tenha havido gente e convicção para esta aspiração a uma viragem anti-blairista e anti-liberal.
A segunda é que o país não está submetido nem ao euro nem às regras do BCE e tem assim margem de manobra para políticas próprias, o que permite um debate mais aberto sobre alternativas realizáveis. A Corbymania que tanto incomoda o establishment resulta dessas duas potencialidades."
Em tempo.
O texto de Francisco Louçã pode ser lido na integra aqui.
Os cínicos argumentam que Blair tem mesmo razão e que, se o partido virar à esquerda, a direita se eternizará no poder. Vai ser refrão em Portugal e em toda a Europa, assustada com esta surpresa. Portanto, a ideia é que tudo deve continuar na mesma, com o centro a aceitar que a direita determine a única política admissível. Esta solução é a da eternidade da ordem liberal.
De facto, os partidos socialistas submeteram-se a tal razão cínica. Não é essa a história de Hollande? Eleito com promessas gloriosas (fazer frente a Merkel! em poucas semanas renegoceio o Tratado Orçamental e acrescento um plano para o emprego!), alinhou-se no consenso europeu e assim ficou. O mesmo se dirá de Renzi (que já enfrentou uma greve geral contra a mudança da lei laboral), o mesmo se dirá de Seguro e de Costa (para quem não há vida para além do Tratado Orçamental e dos comunicados do Eurogrupo), de Sanchez (que quer um ministro das finanças europeu, como Schauble e à imagem de Schauble) e de todos os outros.
A Inglaterra tem no entanto duas diferenças assinaláveis em relação a França, ou Itália, ou Portugal. A primeira é que o partido trabalhista tem uma história organicamente ligada ao movimento operário e sindical, o que explica que neste caso ainda tenha havido gente e convicção para esta aspiração a uma viragem anti-blairista e anti-liberal.
A segunda é que o país não está submetido nem ao euro nem às regras do BCE e tem assim margem de manobra para políticas próprias, o que permite um debate mais aberto sobre alternativas realizáveis. A Corbymania que tanto incomoda o establishment resulta dessas duas potencialidades."
Em tempo.
O texto de Francisco Louçã pode ser lido na integra aqui.
Ena pá: tantos?..
Bem sei que não é uma promessa.
É um compromisso.
Mas, será que ninguém se lembra dos 150 mil, de há seis anos, e dos 130 mil de Passos?..
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Um barco de pesca naufragou esta quarta-feira cerca de 13,5 milhas a sul da barra...
"Naufrágio ao largo da Figueira da Foz provoca um morto. Quatro homens foram resgatados".
Segundo o Correio da Manhã, a vítima mortal foi o mestre do barco e era primo do jogador Hélder Postiga.
Segundo o Correio da Manhã, a vítima mortal foi o mestre do barco e era primo do jogador Hélder Postiga.
Na Figueira, silly season é todo ano...
"O desafio está lançado e o que se pretende é mais participação na causa pública.
Apresentem ideias, projectos e acima de tudo não deixem passar esta oportunidade de fazer parte da história do nosso Concelho.
O montante disponível para o ano 2015/2016 é de €100.000 (cem mil euros) e o projecto a executar é escolhido por votação online".
João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz.
Apresentem ideias, projectos e acima de tudo não deixem passar esta oportunidade de fazer parte da história do nosso Concelho.
O montante disponível para o ano 2015/2016 é de €100.000 (cem mil euros) e o projecto a executar é escolhido por votação online".
João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
PS: espectáculo!..
Ascenso Simões, cabeça-de-lista do PS em Vila Real, declarou esta noite que não vai apoiar ninguém nas eleições presidenciais de 2016.
“Não apoio nem apoiarei qualquer candidato presidencial”, escreveu na sua página no Facebook.
E defende uma revisão da Constituição, para fazer com que o Presidente seja eleito por sufrágio indirecto....
"Há muito que defendo uma revisão constitucional que faça encerrar o anacronismo que é a eleição directa do PR."
Em tempo.
1. Já havia socialistas a apoiar Sampaio da Nóvoa (como Mário Soares ou Jorge Sampaio), outros a apoiar Maria de Belém (como Manuel Alegre), mas agora há uma terceira via no PS: Ascenso Simões, até há uma semana director de campanha de António Costa e agora cabeça-de-lista do PS em Vila Real.
2. Américo Thomaz, o "corta-fitas", foi o candidato escolhido pela União Nacional, em 1958, para suceder a Craveiro Lopes, com o beneplácito de António de Oliveira Salazar, não só por ser afecto ao regime mas também por ser pouco interventivo.
Teve como adversário o General Humberto Delgado. A maciça fraude eleitoral permitiu a sua vitória por 75%, contra apenas 25% atribuídos a Delgado. O próprio Thomaz não votaria na sua eleição.
Na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca seriam publicados oficialmente no Diário do Governo, conforme estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão constitucional de 1959, que estas deixariam de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972.
O 25 de Abril encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil.
“Não apoio nem apoiarei qualquer candidato presidencial”, escreveu na sua página no Facebook.
E defende uma revisão da Constituição, para fazer com que o Presidente seja eleito por sufrágio indirecto....
"Há muito que defendo uma revisão constitucional que faça encerrar o anacronismo que é a eleição directa do PR."
Em tempo.
1. Já havia socialistas a apoiar Sampaio da Nóvoa (como Mário Soares ou Jorge Sampaio), outros a apoiar Maria de Belém (como Manuel Alegre), mas agora há uma terceira via no PS: Ascenso Simões, até há uma semana director de campanha de António Costa e agora cabeça-de-lista do PS em Vila Real.
Teve como adversário o General Humberto Delgado. A maciça fraude eleitoral permitiu a sua vitória por 75%, contra apenas 25% atribuídos a Delgado. O próprio Thomaz não votaria na sua eleição.
Na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca seriam publicados oficialmente no Diário do Governo, conforme estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão constitucional de 1959, que estas deixariam de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972.
O 25 de Abril encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil.
Crónica triste
"Preocupa-me a forma
como os portugueses lêem sociologicamente o país. É uma leitura
que mistura a narrativa da
TV - as patéticas novelas,
os péssimos noticiários, a
papalvice dos comentadores
- com a versão romanesca
de um tabloide popularucho
e a estranha forma como a
justiça age. Basta escutar uma
hora de conversas de café
para perceber a esquizofrenia
maniqueísta e simplória que
arrasta a descrição que se faz
do absurdo do quotidiano.
Há os “nós”, sofredores, trabalhadores e pagadores de promessas, e os “eles”, essa corja malvada que deveria melhorar a vida dos “eles”.
Os primeiros são impotentes; sabem tudo, mas limitam-se a desabafar que “ao menos o Salazar morreu pobre”.
Os segundos aparecem nas revistas cor-de-rosa e nas TVs a falar genuinamente mal a língua materna, mas apiedados dos primeiros. Discorrem sobre a pobreza dos outros como quem fala de estranhos.
Rui Cardoso Martins, nas suas crónicas que intitulou “Levante-se o Réu”, já nos tinha relatado como uma boa parte desta portuguesinha sociedade se desenrola nas salas de audiências. A justiça é o teatrinho dos pobres – do pilha-galinhas, do burlão de esquina, do traficante de erva, do contrafator de marcas.
Das conversas ouvidas, destaco a da D. Olga, ex-telefonista, que tem dores na bacia, veio há pouco da hidroginástica e vai almoçar um chambão assado com batatinhas salteadas que a empregada está a fazer. Bonito.
“Ó Portugal, se fosses só três sílabas/de plástico, que era mais barato!” (O’Neill dixit)" - António Tavares, hoje no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
"É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico", Sigmund Freud.
Fala-se pouco disso, mas Portugal tem uma incidência brutal de doenças Pisquiátricas.
Brutal, porque um em cada cinco, é deveras significativo.
O leque é elevado, e dentro, cabem doenças mais e menos graves.
O preocupante, para além de outras questões, é que a abordagem, é muitas das vezes feita pelo Médico de Família, que por boa vontade que tenha, não domina o assunto.
É mais ou menos o mesmo, que pormos um Médico de Clínica Geral a realizar intervenções cirúrgicas.
O resultado, não escandaliza tanto, é um facto.
O desgraçado até já era maluco.
Há os “nós”, sofredores, trabalhadores e pagadores de promessas, e os “eles”, essa corja malvada que deveria melhorar a vida dos “eles”.
Os primeiros são impotentes; sabem tudo, mas limitam-se a desabafar que “ao menos o Salazar morreu pobre”.
Os segundos aparecem nas revistas cor-de-rosa e nas TVs a falar genuinamente mal a língua materna, mas apiedados dos primeiros. Discorrem sobre a pobreza dos outros como quem fala de estranhos.
Rui Cardoso Martins, nas suas crónicas que intitulou “Levante-se o Réu”, já nos tinha relatado como uma boa parte desta portuguesinha sociedade se desenrola nas salas de audiências. A justiça é o teatrinho dos pobres – do pilha-galinhas, do burlão de esquina, do traficante de erva, do contrafator de marcas.
Das conversas ouvidas, destaco a da D. Olga, ex-telefonista, que tem dores na bacia, veio há pouco da hidroginástica e vai almoçar um chambão assado com batatinhas salteadas que a empregada está a fazer. Bonito.
“Ó Portugal, se fosses só três sílabas/de plástico, que era mais barato!” (O’Neill dixit)" - António Tavares, hoje no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
"É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico", Sigmund Freud.
Fala-se pouco disso, mas Portugal tem uma incidência brutal de doenças Pisquiátricas.
Brutal, porque um em cada cinco, é deveras significativo.
O leque é elevado, e dentro, cabem doenças mais e menos graves.
O preocupante, para além de outras questões, é que a abordagem, é muitas das vezes feita pelo Médico de Família, que por boa vontade que tenha, não domina o assunto.
É mais ou menos o mesmo, que pormos um Médico de Clínica Geral a realizar intervenções cirúrgicas.
O resultado, não escandaliza tanto, é um facto.
O desgraçado até já era maluco.
"Para Belém quem mais lhes convém." A quem?.. (II)
António Costa, como escrevi aqui, tem melhor imagem e fala melhor do que António José Seguro.
Quanto ao resto, ou seja, o essencial e o que realmente importa, é mais do mesmo.
Pela minha parte, e a realidade cada vez mais me dá razão, não deposito nele qualquer esperança.
Ontem, Costa apareceu na televisão.
Calmo, bem vestido, bem disposto, ar calmo e limpinho de quem não se está para maçar excessivamente...
Cá para mim, lá pelo PS, podem pensar em procurar outro líder...
Maria de Belém quer não sei o quê!..
Vem aí outro Cavaco.
Talvez, este coma bolos com mais chá. Isto, é
"o centrão e a nossa oligarquia", no seu melhor e a funcionar...
Há quem pense que António Costa, em bom rigor, começa a colher a tempestade dos ventos que semeou...
Quanto ao resto, ou seja, o essencial e o que realmente importa, é mais do mesmo.
Pela minha parte, e a realidade cada vez mais me dá razão, não deposito nele qualquer esperança.
Ontem, Costa apareceu na televisão.
Calmo, bem vestido, bem disposto, ar calmo e limpinho de quem não se está para maçar excessivamente...
Cá para mim, lá pelo PS, podem pensar em procurar outro líder...
Maria de Belém quer não sei o quê!..
Vem aí outro Cavaco.
Talvez, este coma bolos com mais chá. Isto, é
"o centrão e a nossa oligarquia", no seu melhor e a funcionar...
Há quem pense que António Costa, em bom rigor, começa a colher a tempestade dos ventos que semeou...
Maria Archer, uma Mulher mais do nosso tempo do que do seu tempo
Maria Emília Archer Eyrolles Baltasar Moreira, conhecida como Maria Archer (Lisboa, 4 de Janeiro de 1899 - Lisboa, 23 de Janeiro de 1982), foi uma escritora portuguesa.
Nascida em Lisboa, mudou-se para Moçambique com os pais e seus cinco irmãos em 1910. Só terminou a escola primária aos 16 anos, tendo para isso que insistir com seus pais, que achavam desnecessária a sua formação. A família voltou para Portugal em 1914, mas dois anos depois estava novamente na África, desta vez na Guiné-Bissau.
Em 1921, enquanto o seu pai regressava a Portugal, Maria Archer casou-se com o também português Alberto Teixeira Passos. O jovem casal fixou residência em Ibo. Cinco anos mais tarde, após o surgimento do Estado Novo e a crise subsequente, o marido perdeu o emprego num banco e os dois mudaram-se para Faro. Em 1931, divorciaram-se.
Separada, foi morar com os pais em Luanda, onde iniciou sua carreira literária. Publicou a novela Três Mulheres, num volume que continha também a aventura policial A Lenda e o Processo do Estranho Caso de Pauling, de António Pinto Quartin.
Voltou para Lisboa, onde iniciou um período de intensa actividade, produzindo obras sobre a sua vivência na África. Em 1945, aderiu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), grupo de oposição ao regime salazarista. A partir daí as suas obras passaram a ser censuradas. O romance Casa Sem Pão (1947) foi apreendido. Sem condições de viver da sua produção intelectual, refugiou-se no Brasil, onde chegou em 15 de julho de 1955.
No exílio, colaborou com os jornais O Estado de S. Paulo, Semana Portuguesa e Portugal Democrático e na Revista Municipal de Lisboa (1939-1973). Alternou entre a literatura de temática africana e as obras de oposição à ditadura portuguesa. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Portugal Colonial (1931-1937).
Voltou para Portugal em 26 de Abril de 1979, internada na Mansão de Santa Maria de Marvila, em Lisboa, um asilo onde passou seus últimos três anos de vida.
Durante a vida, Maria Archer foi uma inconformista, consciente das discriminações e das injustiças, em geral, e, em particular, das que condicionavam o sexo feminino, numa sociedade retrógrada e, como se diria em linguagem actual, "fundamentalista", em que o regime impôs a regressão às doutrinas e práticas de um patriarcalismo ancestral.
A escrita, servida pelos dons de inteligência, de observação e de expressividade foi para Maria Archer uma arma de combate político. Como disse Artur Portela, "a sua pena parece por vezes uma metralhadora de fogo rasante".
É um combate em que a sua vida e a sua arte se fundem - norteadas por um ostensivo propósito de valorização dos valores femininos, de libertação da mulher e, com ela, da sociedade como um todo.
Ela é já uma Mulher livre num país ainda sem liberdade - coragem que lhe custou o preço de um longo exílio ...
Maria Archer é uma grande escritora E pode ser lida apenas como tal. Mas permite também diversas outras leituras.
Uma leitura sociológica, antropológica, política...
Ninguém como ela escrutinou e caracterizou o pequeno mundo da sociedade portuguesa da primeira metade do século XX, das famílias, pobres ou ricas, decadentes ou ascendentes, aristocratas, burguesas, "povo" - todos imersos na nebulosa de preconceitos de género e de classe, de vaidades, de ambições, de prepotências e temores...
"Aurea mediocritas", brandos costumes implacáveis... o mundo de contradições de um Estado velho, que se chamava Estado Novo.
Ou uma leitura feminista...
Ninguém como ela conseguiu corroer essa imagem da "fada do lar", meticulosamente construída sobre a ideia falsa da harmonia de desiguais (em que, noutro plano, se baseava a ideologia corporativa do regime), da falsa brandura do autoritarismo e da subjugação no círculo pequeno da família como no mais alargado, o do País.
Maria Archer é uma retratista magistral da mulher e da sua circunstância... O rigor da narrativa, a densidade das personagens, a qualidade literária, só podiam agravar, aos olhos do regime, a força subversiva da denúncia. Na crueza da palavra. Na nitidez do traço...
O regime não gostou desses retratos femininos, como não gostava da Autora. Primeiro, tentou desqualificá-la, desvaloriza-la. Sintomática a opinião de um homem do regime, Franco Nogueira, que em contra-corrente , num texto com laivos misóginos, a apresenta como apenas uma mulher a falar de coisa ligeiras e desinteressantes, (como o destino das mulheres....).
Sintomático também que a crítica seja divulgada pela própria editora da romancista, a par de tantas outras, todas de sentido contrário.
Não tendo conseguido os seus intentos, o Poder passou à acção: os seus livros foram apreendidos, os jornais onde trabalhava ameaçados de encerramento... Maria Archer viu-se forçada a partir para o Brasil - uma última e infindável aventura de expatriação, de onde só viria, envelhecida e fragilizada, para morrer em Lisboa.
Mas o desterro não foi pena bastante!
Teresa Horta, no prefácio da reedição de "Ela era apenas mulher" afirma que Maria Archer foi deliberadamente apagada da História.
Elegância é uma palavra que quadra com Maria Archer. Caracteriza-a na maneira como pensou, como escreveu, como se vestiu e apresentou em sociedade, como viveu a vida inteira, até ao fim...
Ousou ser Maria Archer, sem pseudónimos...
Nascida em Lisboa, mudou-se para Moçambique com os pais e seus cinco irmãos em 1910. Só terminou a escola primária aos 16 anos, tendo para isso que insistir com seus pais, que achavam desnecessária a sua formação. A família voltou para Portugal em 1914, mas dois anos depois estava novamente na África, desta vez na Guiné-Bissau.
Em 1921, enquanto o seu pai regressava a Portugal, Maria Archer casou-se com o também português Alberto Teixeira Passos. O jovem casal fixou residência em Ibo. Cinco anos mais tarde, após o surgimento do Estado Novo e a crise subsequente, o marido perdeu o emprego num banco e os dois mudaram-se para Faro. Em 1931, divorciaram-se.
Separada, foi morar com os pais em Luanda, onde iniciou sua carreira literária. Publicou a novela Três Mulheres, num volume que continha também a aventura policial A Lenda e o Processo do Estranho Caso de Pauling, de António Pinto Quartin.
Voltou para Lisboa, onde iniciou um período de intensa actividade, produzindo obras sobre a sua vivência na África. Em 1945, aderiu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), grupo de oposição ao regime salazarista. A partir daí as suas obras passaram a ser censuradas. O romance Casa Sem Pão (1947) foi apreendido. Sem condições de viver da sua produção intelectual, refugiou-se no Brasil, onde chegou em 15 de julho de 1955.
No exílio, colaborou com os jornais O Estado de S. Paulo, Semana Portuguesa e Portugal Democrático e na Revista Municipal de Lisboa (1939-1973). Alternou entre a literatura de temática africana e as obras de oposição à ditadura portuguesa. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Portugal Colonial (1931-1937).
Voltou para Portugal em 26 de Abril de 1979, internada na Mansão de Santa Maria de Marvila, em Lisboa, um asilo onde passou seus últimos três anos de vida.
Durante a vida, Maria Archer foi uma inconformista, consciente das discriminações e das injustiças, em geral, e, em particular, das que condicionavam o sexo feminino, numa sociedade retrógrada e, como se diria em linguagem actual, "fundamentalista", em que o regime impôs a regressão às doutrinas e práticas de um patriarcalismo ancestral.
A escrita, servida pelos dons de inteligência, de observação e de expressividade foi para Maria Archer uma arma de combate político. Como disse Artur Portela, "a sua pena parece por vezes uma metralhadora de fogo rasante".
É um combate em que a sua vida e a sua arte se fundem - norteadas por um ostensivo propósito de valorização dos valores femininos, de libertação da mulher e, com ela, da sociedade como um todo.
Ela é já uma Mulher livre num país ainda sem liberdade - coragem que lhe custou o preço de um longo exílio ...
Maria Archer é uma grande escritora E pode ser lida apenas como tal. Mas permite também diversas outras leituras.
Uma leitura sociológica, antropológica, política...
Ninguém como ela escrutinou e caracterizou o pequeno mundo da sociedade portuguesa da primeira metade do século XX, das famílias, pobres ou ricas, decadentes ou ascendentes, aristocratas, burguesas, "povo" - todos imersos na nebulosa de preconceitos de género e de classe, de vaidades, de ambições, de prepotências e temores...
"Aurea mediocritas", brandos costumes implacáveis... o mundo de contradições de um Estado velho, que se chamava Estado Novo.
Ou uma leitura feminista...
Ninguém como ela conseguiu corroer essa imagem da "fada do lar", meticulosamente construída sobre a ideia falsa da harmonia de desiguais (em que, noutro plano, se baseava a ideologia corporativa do regime), da falsa brandura do autoritarismo e da subjugação no círculo pequeno da família como no mais alargado, o do País.
Maria Archer é uma retratista magistral da mulher e da sua circunstância... O rigor da narrativa, a densidade das personagens, a qualidade literária, só podiam agravar, aos olhos do regime, a força subversiva da denúncia. Na crueza da palavra. Na nitidez do traço...
O regime não gostou desses retratos femininos, como não gostava da Autora. Primeiro, tentou desqualificá-la, desvaloriza-la. Sintomática a opinião de um homem do regime, Franco Nogueira, que em contra-corrente , num texto com laivos misóginos, a apresenta como apenas uma mulher a falar de coisa ligeiras e desinteressantes, (como o destino das mulheres....).
Sintomático também que a crítica seja divulgada pela própria editora da romancista, a par de tantas outras, todas de sentido contrário.
Não tendo conseguido os seus intentos, o Poder passou à acção: os seus livros foram apreendidos, os jornais onde trabalhava ameaçados de encerramento... Maria Archer viu-se forçada a partir para o Brasil - uma última e infindável aventura de expatriação, de onde só viria, envelhecida e fragilizada, para morrer em Lisboa.
Mas o desterro não foi pena bastante!
Teresa Horta, no prefácio da reedição de "Ela era apenas mulher" afirma que Maria Archer foi deliberadamente apagada da História.
Elegância é uma palavra que quadra com Maria Archer. Caracteriza-a na maneira como pensou, como escreveu, como se vestiu e apresentou em sociedade, como viveu a vida inteira, até ao fim...
Ousou ser Maria Archer, sem pseudónimos...
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