Os dias mais estranhos e esquisitos do rio da minha aldeia, são quando ele, visto da margem, que fica mesmo defronte à casa que foi dos meus avós, agora é da minha mãe, onde nasci e onde fico quando estou na Gala, parece estar imóvel, inerte e sem respirar.
São raros, mas acontecem, esses dias do meu
“rio-chão"...
Felizmente, pois gosto muito mais do rio da minha aldeia quando tem ondulação e vida – para mim, o chamado “rio-cão” - e, ao olhar para norte, lá ao fundo, no Bico de São Jacinto, vejo as águas do principal braço do delta Mondego - o que banha a Figueira cidade -, a encontrarem-se com as águas do braço sul – o rio da minha aldeia!..
Nesses dias, quando, a partir da Gala, observo o estuário do Mondego, fico com a sensação que, ali, já podia ser o oceano!..
Duma maneira ou doutra, com “rio-chão”, ou “rio-cão”, continuo a gostar tanto do rio da minha aldeia!..