Um domingo destes, ao fim da tarde, numa pequena cidade da zona oeste, 120 quilómetros a sul da Figueira da Foz e a cerca de 70 de Lisboa.
Uma senhora de idade para mim indefinida, mas que presumo andar à volta dos 50 e poucos anos, com ar triste e cansado, mete 7 ou 8 produtos de primeira necessidade em cima da pequena passadeira rolante que os conduz à
“caixa" do supermercado, coloca o cartão multibanco na mão da funcionária que o passa na máquina, uma, duas, três vezes, e perante a atrapalhação e embaraço da senhora de idade para mim indefenida, mas que presumo andar à volta dos 50 e poucos anos, pagamento nada…
A bicha continua a alongar-se. É então que uma gaja platinada, bem nutrida e com
“um par de mamas a parecer bem” com um ar enfastiado, tipo
“mete nojo”, abriu a bocarra e dispara de maneira que toda a superfície comercial ouvisse:
“se já sabia que o cartão não tinha dinheiro não percebo o que veio fazer ao supermercado!”
A senhora de idade para mim indefinida, mas que presumo andar à volta dos 50 e poucos anos, com ar ainda mais triste e cansado, presumo que se tivesse um buraco no chão ter-se-ia enterrado, tal a aflição que li na sua cara.
Sem dar tempo a que ninguém pudesse reagir, foi-se embora do supremercado, deixando os 7 ou 8 produtos de primeira necessidade em cima da mesa da
“caixa”...
Olhei bem para a gaja platinada, bem nutrida e com
“um par de mamas a parecer bem”, com um ar ainda mais enfastiado, tipo
“mete mais nojo”, e pensei:
será que esta vaca vai conseguir jantar com o mesmo apetite?..