“Cerca
de metade da riqueza mundial está nas mãos de um por cento dos ricos e sete em
cada 10 pessoas habitam países onde as desigualdades se acentuaram nos últimos 30
anos.
É o
caso de Portugal, onde o peso dos rendimentos dos mais ricos no rendimento
total do país mais do que duplicou desde 1980; a situação, refere o estudo, tem
vindo a piorar, reconhecendo-se que pode ser ainda mais gravosa do que os
números indicam, dada a, cada vez maior, possibilidade de
expatriar riqueza.
O
relatório revela as consequências políticas desta situação, chamando-lhe “sequestro
democrático”, o que se traduz numa
subserviência dos governos face às elites cada vez mais poderosas e na perturbação
do princípio da igualdade de oportunidades.”
António
Tavares, figueirense, vereador PS, hoje no jornal AS BEIRAS.
Comentário de António Agostinho, figueirinhas, desempregado:
É vital para a democracia e para o desenvolvimento português, que o PS – partido que tem feito parte, nos últimos tais 30 anos do chamado arco da
governação, e de que o vereador António Tavares é militante recente... - se decida e se redefina: preto
no branco, rompa e abandone de vez o arco da velha governação, e deixe de
continuar presos aos princípios de uma terceira via inventada pelos
sociais-democratas para travestirem de socialismo o neoliberalismo de Thatcher
e Reagan, como tem vindo a acontecer em Portugal.
Claro que é importante praticar a eficiência energética, a
reabilitação urbana, a qualificação profissional, bandeiras de Sócrates e de que tanto fala Seguro. Mas,
não será repetindo essas e outras fórmulas do politicamente correcto e modernaço, como ficou provado com Sócrates, que se resolverão as questões de
fundo.
É necessário ir ao núcleo duro das questões sociais,
económicas e financeiras: salário mínimo adequado, horários de trabalho
equilibrados, pensões e reformas dignas, definir dívida pública ilegítima
(juros usurários), combate à precariedade e ao desemprego, redistribuição
civilizada do rendimento nacional (política fiscal), nacionalização faseada das
empresas de sectores económicos e financeiros vitais para os interesses
colectivos, regulação da banca comercial e de investimento, combate à fuga de
capitais, valoração monetária adequada ao nível económico do país, revigorar o
serviço nacional de saúde, reforçar o sistema de educação pública, garantir a
eficácia e independência da justiça, estabelecer uma política energética
racional de interesse público e estabelecer as bases da organização democrática
da administração pública central, regional e local.
A possibilidade de haver uma alternativa de esquerda à
política que tem vindo a destruir Portugal e os portugueses, dependerá da
possibilidade de se poder estabelecer um acordo de actuação sobre estas questões
concretas. O que não significa que tenha que haver um contrato pré-eleitoral, e
que se tenha que fazer tudo de forma imediata e simultânea.