segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Barbearias...


Recordar um Lutador

Na foto sacada daqui, Joaquim Namorado (o da esquerda),
num colóquio com Manuel da Fonseca e Piteira Santos



Ao fazer a minha visita, habitual e diária, ao aldeia olímpica tive conhecimento que “faz hoje 22 anos que um grande, enorme coração deixou de bater. Um coração feito de ternura, de solidariedade, de generosidade.”
Foi o coração do Poeta Joaquim Namorado, com quem tive o privilégio de conviver durante anos na redacção do Barca Nova, um Poeta para quem a poesia foi sempre uma máquina de produzir entusiasmo.



Façam ruínas
do que me afirmo,
espalhem ao vento as cinzas
do que sou:
na parcela mais remota do que fui
estou.

Dizem que foi Joaquim Namorado, para iludir a PIDE e a Censura, quem mascarou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov...
Entre muitas outras actividades relevantes, foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”...
Joaquim Namorado, considerava-se um figueirense de coração e de acção. Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo. Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal Barca Nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa. Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, na altura presidida pelo eng. Aguiar de Carvalho, instituiu um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.
Santana Lopes, na sua fugaz passagem pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado”. Mas, não acabou com a mensagem que o Lutador de toda uma vida legou:

No tempo em que os animais falavam
Liberdade!
Igualdade!
Fraternidade!

aF39


Os botes da minha Terra

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal imobiliário na Cova-Gala...



Para ver melhor clicar em cima da ilustração
...apesar de adiado, há-de ser quando o autarca puder!...

Era para ter ido dia 15 passado, segunda-feira, a votos na reunião de Câmara...
Por imponderáveeis, “foi retirado da agenda da sessão camarária, nesse dia, pelo eng. Duarte Silva...”
Sendo assim, já não foi dia 22 à Assembleia Municipal ...
Mas, como no calendário, o Natal acontece todos os anos ("uma das mais significativas alterações introduzidas ao Plano de Urbanização da Figueira da Foz (PUFF), na proposta agora em discussão pública, é a reclassificação, como solo urbanizável, do sector da Zona Industrial da Gala a norte da EN 109 . Este sector é designado por “Unidade de Zonamento” 28 (UZ 28) . No PU ainda em vigor, no artigo 47º do seu Regulamento, aqueles terrenos estão incluidos no “Espaço Urbanizável para fins industriais “ designado por UZ 19.
O artigo 65º do Regulamento agora proposto fixa os parâmetros urbanísticos do aproveitamento imobiliário a promover. De entre estes parâmetros, cabe destacar :
- indice de construção bruta máximo de 0,7
- os edificios podem ter um máximo de 7 pisos!...;
- se houver alguém que queira construir por lá uma espectacular unidade hoteleira (quem diz uma, diz várias, porque não?...) , poderá fazê-la com qualquer coisa como 17 ou 18 pisos...
Em linguagem de pão-pão-queijo-queijo, o que se propõe, fundamentalmente, é que fique permitida “uma operação urbanística” nos terrenos classificados como de uso industrial, do antigo e agora encerrado estabelecimento industrial Alberto Gaspar SA . De caminho, a UZ 28 passa também a incorporar os terrenos de outras instalações industriais, umas já desactivadas ( Foztreilas, Mendes & Monteiro...) e um par de outras em acentuado estado de degradação. Se estou bem recordado, este últimos terrenos foram adquiridos, nos finais dos anos 70, em regime de direito de superfície, com a finalidade exlusiva de se destinarem à instalação de estabelecimentos industriais.
"), fica a pergunta: Janeiro, próximo, será o mês da solução final?..

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Os botes da minha Terra

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Que sorte ter nascido português


O meu dia de Natal acabou de ser salvo pela mensagem televisiva do primeiro-ministro, Eng. José Socrates.
Se não tivesse escutado atentamente não ficaria a saber que lhe devemos "a descida das taxas de juro dos empréstimos à habitação".
Tendo pela frente uma conjuntura difícil, o primeiro-ministro deixou um apelo, dizendo que é precisamente nestes momentos "que se espera de todos uma atitude de confiança, uma capacidade de entreajuda, um sentido de responsabilidade solidário".
Pode contar comigo senhor primeiro-ministro. Que sorte ser português...

Os botes da minha Terra

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Hoje é noite de Natal, haja esperança

Estamos na noite do dia 24 de Dezembro de 2008.
Por esta hora, as famílias encontram-se reunidas à volta do bacalhau, acompanhado com batatas, couve portuguesa, cenouras e ovos. Tudo, regado generosamente com bom azeite. Depois, será a sobremesa…
A esta hora, também quase toda a minha família está reunida na casa da minha mãe.
Por compromissos profissionais, tenho de estar bem longe de casa nesta noite que dizem ser a mais especial do ano.
Vou experimentar dois sentimentos aparentemente antagónicos: por um lado, estou triste, pois gostaria de estar na Gala com os meus; por outro, estou optimista, pois tenho saúde e tenho trabalho.
No Portugal contemporâneo não é coisa pouca. Portugal está a mudar e nem sempre para melhor.
Mas, hoje é noite de Natal. Haja esperança.
E continuem a acreditar que os sonhos se podem tornar realidade.
Bom Natal

Quem quer tramar Lídio Lopes?