sábado, 29 de novembro de 2025

Instituto Superior Miguel Torga vai assinar novos protocolos com coletividades e deverá incluir mais cursos com descontos

Via Diário as Beiras

Pedro Pimpão é o escolhido para liderar à Associação Nacional de Municípios

O autarca de Pombal, Pedro Pimpão, é o nome escolhido para liderar a candidatura do PSD à presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), confirmou o DN junto de fonte social-democrata.

A eleição de Pedro Pimpão, atual presidente dos Autarcas Sociais Democratas, acontecerá no congresso da ANMP, marcado para 13 e 14 de dezembro, em Viana do Castelo. Caso seja eleito como se perspetiva, uma vez que o PSD tem o maior número de presidências de câmara, sucederá no cargo à socialista Luísa Salgueiro, autarca de Matosinhos.

25 de Novembro: o inventado e o verdadeiro

 

"... o que aconteceu em Portugal a 25 de novembro de 1975.

Lembro-me muito bem daquele dia. Apenas três semanas antes chegara de Angola, onde participara como militar, desde janeiro, na agitada transição para a independência. O meu «Verão Quente de 75» foi, pois, fisicamente vivido em Luanda. Todavia, porque me mantinha informado e então militava ativamente numa organização política da esquerda, acompanhei sempre o que ia acontecendo, tanto lá como cá. Posso por isso dizer que, já de volta a Portugal, vivi os acontecimentos desse dia – agora tão deturpados – com um sentimento de tristeza e de «fim de festa», pois tinha a consciência de que representavam uma viragem na nossa democracia, e o fim de um projeto tão incompleto e contraditório, quanto belo e solidário, no qual plenamente acreditara. Permanecendo atento aos episódios que o integraram e lhe sucederam, logo percebi que quem saíra vencedor daquela conturbada terça-feira não fora a direita – a extrema-direita, essa praticamente nem se via -, mas sobretudo o Partido Socialista e o Grupo dos Nove, ala moderada do MFA composta por pessoas democratas que, à escala atual, seriam provavelmente vistas como de «extrema-esquerda». De facto, o que resultou do 25 de Novembro foi a confirmação da democracia representativa como modelo para Portugal, o que viria, aliás, a ser consagrado com a entrada em vigor, em 26 de abril de 1976 da nova e progressista Constituição da República. Prova de que a direita nada teve de vitoriosa foi, aliás, a rejeição imediata da ilegalização do PCP, que aquela na altura desejava, e a continuação da atividade do Conselho da Revolução. No essencial, o 25 de Novembro foi isto. Avançar agora a direita com o relato de feitos e glórias que não cumpriu, e de um sentido político que jamais existiu, é demagogia e oportunismo, além de uma deformação da história. Quem, dado o seu tempo de vida, tem o dever de deter alguma memória daquele tempo, e ainda assim o afirma, mostra confusão ou visível má-fé, sendo cúmplice de uma lenda destinada, nesta fase que atravessamos, a diminuir publicamente a esquerda e o impacto da Revolução de Abril. Quanto a quem não pode lembrar o que não viveu, a sugestão é que não acredite em invenções e estude um pouco. Consultando jornais da época, escutando os seus atores, e sobretudo lendo o que sobre o tema tem sido escrito por historiadores. Porque a história, podendo sem dúvida deter diferentes leituras, não pode ser inventada."

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Carnaval de Buarcos

Via Diário as Beiras: «... o presidente da Associação de Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, José Gouveia, considerou que a forma como a decisão foi comunicada “é uma traição para a associação”



Passou agora a ser “uma obra inevitável”: «consenso parlamentar para construção de bypass»

Há novidades: segundo o Diário de Coimbra "o Livre conseguiu validar no Orçamento do Estado para 2026 a proposta para lançar o concurso público para a conceção e construção da obra do sistema fixo de transposição sedimentar (bypass) da Barra da Figueira da Foz, cuja verba mínima disponível é de 18,1 milhões de euros, a qual deve ser financiada através da alocação de fundos do Programa Portugal 2030". Para Miguel Figueira, do SOS Cabedelo, a decisão tomada na segunda-feira na Assembleia da República, por unanimidade, reflete o “consenso político e académico” sobre a solução a adotar para evitar a erosão na costa sul da Figueira da Foz. O activista sublinhou à agência Lusa que “este consenso reflete a consciência social que ajudámos a construir e, finalmente, está definido o caminho a adotar pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tem de colocar em prática a solução que se impõe”“Sempre defendemos a solução de ‘bypass’, baseados na comunidade científica e como aplicação do melhor que se faz noutras partes do mundo, porque é impossível manter a areia na praia, se esta não estiver sempre a ser alimentada”, frisou.

Recordemos algumas questões:
1ª. 
"Entre 1958 e 2020,  Portugal continental perdeu 1313 hectares de costa, o equivalente a 1313 campos de futebol, com recuos da linha de costa entre 0,5 e 9 metros por ano", segundo informações da Agência Portuguesa do Ambiente.
Na década de 2010/2020, "o agravamento das taxas de erosão foi de um terço entre a Costa Nova (Ílhavo) e Mira, duas vezes entre Castelo do Neiva e Esposende, Ofir (Esposende) e Estela (Póvoa de Varzim), Cortegaça e Furadouro e a sul do Torrão do Lameiro (Ovar) e, pior, três vezes entre Cova-Gala e Lavos (Figueira da Foz)."
3ª.
A Figueira da Foz tem um problema de sedimentos: acumulam-se em frente à cidade, a Norte da foz do rio Mondego, e estão em falta nas praias a sul. A solução para resolver o problema existe: a solução passa por instalar um sistema fixo que transponha as areias do Norte para Sul, concluiu em 2021 um estudo encomendado pela Agência Portuguesa do Ambiente.
“by-pass” para transferir areias da praia, que devido a um acidente ambiental provocado pelo homem, tem o maior areal da Europa, é a solução para a costa sul do concelho.
Em 2023, a maioria absoluta do PS, inviabilizou esta pretensão da comunidade figueirense na discussão do Orçamento Geral do Estado para 2024.
desequilíbrio brutal na costa do nosso concelho, foi-se agravar anos após ano. 
O concurso público para a concepção e construção do BYPASS voltou a ser votado na Assembleia da República, nas alterações ao Orçamento de Estado 2025. Chumbou. A proposta do Livre, era igual à do ano anterior.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Uma notícia que interessa à Figueira

«Pestana "não está interessado em vender" Pousadas. Até admite comprar».

Para ler melhor clicar nas imagens


Começou-se a falar da assunto em 23 de Maio de 2025. Segundo o Diário as Beiras, «o município da Figueira da Foz iria concessionar o complexo municipal da Piscina-Praia à Enatur – Empresa Nacional de Turismo.

No final da sessão de Câmara desse dia, Pedro Santana Lopes disse aos jornalistas que a Câmara iria assinar em breve o protocolo de concessão depois de ter recebido luz verde dos serviços jurídicos municipais. Segundo Santana Lopes, o promotor vai reabilitar o imóvel e construir uma nova estalagem naquele espaço, situado na avenida marginal da cidade da Figueira da Foz, investindo inicialmente seis milhões de euros. O acordo entre a autarquia e a Enatur deverá vigorar por um período de 40 anos e será por adjudicação direta por estar “salvaguardado o interesse público”, já que empresa adjudicatária tem capital maioritariamente público.»

A proposta para a celebração do acordo de cedência de utilização e exploração do complexo piscina-mar estava na ordem de trabalhos da reunião de Câmara da Figueira da Foz que se realizou no dia 6 de Junho de 2025 e foi votada favoravelmente por unanimidade. 

O município irá conceder a exploração do equipamento, por 40 anos, à Empresa Nacional de Turismo (Enatur), cujo presidente do conselho de administração é Paulo Pereira Coelho, antigo vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-secretário de Estado e ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que anunciou fazer um investimento inicial de seis milhões de euros.

Estaleiros navais Atlanticeagle Shipbuilding

 Via Diário as Beiras

"Sócio português da empresa acredita que sequência de iniciativas vai ajudar a ultrapassar o impasse"


domingo, 23 de novembro de 2025

25 de Novembro de 1975: na actualidade "ninguém (ou muitos poucos) sabe o que foi"...

Na imagem: Ramalho Eanes, comandante operacional, com Costa Gomes (Presidente da República e CEMGFA), Melo Antunes, líder do grupo moderado dos Nove, Jaime Neves, chefe dos Comandos, e Mário Soares, líder do PS
Marcelo Rebelo de Sousa, foi o verdadeiro pai da ideia de esvaziar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Foi montada uma farsa. Alguns políticos assumiram-se como os truões ao serviço. A comunicação social tem-se encarregado de soprar trombetas a anunciar o espetáculo! Mais existem comentadores documentados, como José Pacheco Pereira.

Os pontos nos ii do 25 de Novembro

«Estamos em plena mistificação política associada às comemorações do 25 de Novembro, que o Governo entregou ao CDS, exactamente um partido que pouco teve a ver com o 25 de Novembro e se teve foi um dos derrotados dessa data ao não conseguir, por via dos sectores da direita militar, interditar o PCP.

A mistificação assenta no combate político dos nossos dias, na minimização do papel das eleições para a Constituinte, no apagar do papel do “Verão Quente” de Agosto de 1975, e na falsa atribuição de papéis e intenções ao PCP no 25 de Novembro. Essas interpretações não se sustentam em nenhuma base sólida com o carácter de fonte histórica e destinam-se a dar ao 25 de Novembro um papel de “segundo 25 de Abril”, na prática, mais relevante para a construção da democracia, o que não é verdade.

Que problemas defrontava o PCP na 2.ª metade de 1975?

Essencialmente quatro: a formulação de uma estratégia e uma táctica que conciliasse a situação portuguesa com a orientação internacional do movimento comunista ligado à URSS no período da distensão (détente); a perda da influência no interior do poder militar do MFA; o assalto anticomunista com destruição de sedes, perseguição a militantes conhecidos do PCP no Norte, atentados; e a “rua” dominada pelos esquerdistas com o apoio dos militares ligados ao Copcon.

1.º A posição do PC da URSS (PCUS)

O Departamento Internacional do PCUS era já, há mais de uma década, o substituto da Internacional. Era por aí que passava o controlo político dos partidos comunistas, os financiamentos e as operações de apoio clandestino. Em 1974-1975, antes e durante a “revolução portuguesa”, a estratégia soviética resultava de uma discussão interna sobre o golpe de Pinochet no Chile. Essa discussão era entre os que achavam que Allende devia ter ido mais longe, e os que achavam que tinha ido longe demais. A segunda posição era dominante e acompanhava a política externa da URSS ligada à Conferencia de Helsínquia. Suslov, de quem Cunhal era próximo, e Ponomariev, a última coisa que queriam era uma “Cuba na Europa” ou uma “comuna de Lisboa” e Cunhal sabia-o muito bem.

A preocupação com Angola e a sua independência e a guerra civil é outra dimensão, mas não altera a orientação soviética ao PCP.

2.º A perda de influência do PCP no MFA

Para o PCP, o mais grave da situação de 1975 era a perda de influência nas cúpulas do MFA, em particular depois dos fracos resultados das eleições para a Constituinte, da queda de Vasco Gonçalves e do ascenso do Grupo dos Nove. Cunhal, num discurso ao Comité Central do PCP em Agosto de 1975, que permaneceu secreto na sua integralidade — o que significa que temos de o tomar muito a sério —, manifestou essa preocupação maior e pretendia responder, não com a rua, mas com a “ronha”, termo que utilizou.

3.º O terrível mês de Agosto

O PCP foi o alvo principal (mas não único, com o MDP e a FSP) de uma sublevação a norte de Rio Maior que juntou as organizações clandestinas de extrema-direita, como o ELP, e a Igreja, mas que ia mais longe: era um movimento genuinamente popular, resultado de um anticomunismo alimentado pelos medos de perda da propriedade das terras no minifúndio, resultado entre outras coisas dos erros das campanhas de dinamização, e da defesa da Igreja.

O PCP sai desse mês acossado, e consciente de que os militares não lhe davam a protecção de que precisava. O resultado foi um “basta” interior, com o PCP disposto a ter uma defesa mais agressiva, em particular das sedes. A minimização do que aconteceu em Agosto é um dos aspectos da mistificação actual das “comemorações” do 25 de Novembro, ao negar essa parte do contexto.

4.º O PCP perdeu o controlo da “rua”

A partir de Agosto, em particular em Lisboa, o PCP perdeu o controlo da “rua” para os “esquerdistas”. Isto era, para Cunhal e para a direcção do PCP, um enorme problema, porque punha em causa a táctica da “ronha”, acelerava o processo político e acentuava uma radicalização que o PCP sabia ser imprudente. O PCP, como sempre, não podia abandonar a “rua”, e mantinha-se na sua habitual posição de ter um pé dentro e outro fora. Mas actuava com relutância, como aconteceu na entrada e saída da FUR, ou na participação incomodada em manifestações em que se gritava contra o “social-imperialismo soviético”. Este padrão de um pé dentro e outro fora foi seguido para o “cerco” da Assembleia e o 25 de Novembro.

Que "esquerdistas" são estes?

Podemos designar o esquerdismo de 1974-75 aquele que participa nas manifestações, aquele que cria comissões de moradores, comissões de trabalhadores, ocupações de empresas, organizações dentro dos quartéis, e que tem no topo militar o Copcon, como um neo-esquerdismo, diferente do que vinha de antes do 25 de Abril. As organizações dominantemente maoistas anteriores ao 25 de Abril eram, na sua maioria, constituídas por estudantes, e quase sem penetração nos meios operários. Todas estão presentes nos movimentos de 1975, mesmo no campo militar com os trotkistas nos SUV, mas tinham políticas diferenciadas, como o MRPP ou o PCP(ML)/Vilar, e estão longe de controlar as movimentações, em comparação, por exemplo, com as organizações das intercomissões dos trabalhadores.

Este neo-esquerdismo tem uma força de movimento popular muito mais significativa do que o antigo esquerdismo, e é um fruto do impacto da liberdade pós-25 de Abril. Em bom rigor, os dois movimentos com base popular são o contra-revolucionário a norte e o “popular” na zona de Lisboa e Setúbal, estendendo-se já, com influência do PCP, pelo Alentejo. Este neo-esquerdismo lida muito melhor com organizações não-leninistas, como o PRP-BR e a LUAR, e nalguns aspectos como o MES.

A comparação com a Revolução Russa de 1917

Uma das acusações da direita, que o PS também usou, apresenta alguns acontecimentos de 1975 como uma repetição por parte do PCP do modelo da revolução bolchevique.

O único aspecto que pode permitir a comparação é a existência de uma dualidade de poderes, como em 1917, entre os sovietes e o Governo menchevique. Em Portugal, há de facto em 1975 uma dualidade de poderes, entre o Governo fragilizado, mas com um apoio militar que se veio a perceber ser poderoso em 25 de Novembro de 1975, a legitimidade eleitoral da Assembleia Constituinte, e o “poder popular” esquerdista, que foi sempre a nível nacional fraco, embora mais forte na “comuna” de Lisboa, mas que estava a perder poder de forma acelerada.

Havia um plano de tomar o poder no 25 de Novembro?

Não. Não houve e não há qualquer prova de um plano de tomada de poder, quer por parte do PCP, quer por parte dos militares esquerdistas no 25 de Novembro.

Nenhum assalto ao poder nas movimentações militares dos pára-quedistas cujos objectivos eram corporativos e, quando muito, reforçar a componente “popular” da dualidade de poderes. Como aconteceu em várias manifestações de apoio ao Copcon, mesmo com chaimites, quando chegavam ao fim, apontavam as armas, gritavam frases revolucionárias e iam-se embora pacificamente. Não sabiam o que fazer.

Esteve o PCP presente no 25 de Novembro?

Sim, no princípio, mas não o iniciou nem participou nele para tomar o poder e instituir uma qualquer variante de ditadura do proletariado. Como referimos antes, o PCP em casos como este tem sempre um pé dentro e outro fora, e o pé dentro tem muito a ver com a decisão de não mais ficar passivamente a ver o que se tinha passado a norte de Rio Maior em Agosto. Tinha logística na rua, principalmente com os veículos pesados da construção civil que já tinham estado presentes no “cerco” à Constituinte, no aparelho de comunicações paralelo, e nos militantes armados nas sedes para as defender. Mas não só os sectores militares mais significativos ligados ao PCP como a Marinha desde cedo informaram Costa Gomes que aceitavam o seu comando, como todo este aparelho foi retirado quando o PCP se apercebeu de que a movimentação militar esquerdista ia falhar, logo, nem sequer valia ter um pé dentro. Mas nada disto significa iniciativa, plano, intenção de tomar o poder, comando dos acontecimentos.

Deve-se comemorar o 25 de Novembro?

Pode e deve-se, se for com rigor. Sem dúvida que o 25 de Novembro é um passo fundamental do caminho aberto pelo 25 de Abril. No dia 25 com a vitória militar contra o esquerdismo; e no dia 26 pela recusa da ilegalização do PCP.

Os heróis do 25 de Novembro são aqueles que se quer hoje apagar da história por serem inconvenientes para a visão da direita radical do que aconteceu: Costa Gomes, Presidente da República, o Grupo dos Nove do MFA, com relevo para Vasco Lourenço, Ernesto Melo Antunes, o general Ramalho Eanes como elemento do comando, e entre os comandados Jaime Neves e no plano civil Mário Soares e o PS.

Essa comemoração, se for séria, deve acompanhar os passos que vão da liberdade à democratização. Durou mais de dez anos, mas resultou.»

sábado, 22 de novembro de 2025

Ronaldo na Casa Branca

"Gostos não se discutem e, pensando bem, há muitas coisas a unir Ronaldo e Trump".

Para ler na íntegra o texto de Miguel Sousa Tavares, clicar aqui.