domingo, 24 de novembro de 2024
António José Seguro assumiu que pode ser candidato a presidente da República: mas, "qual é a pressa?"...
sábado, 23 de novembro de 2024
O que se está a comemorar não é o 25 de Novembro...
José Pacheco Pereira: "A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o"
"... É mais aquilo que traduz esta capa do Diabo, a ideia de que a liberdade e a democracia nasceram impolutas apenas no 25 de Novembro de 1975. O 25 de Abril não dera aos portugueses a “verdadeira liberdade”. Era isto que, em 1974 e 1975, diziam, afirmavam e em função disto actuavam os partidários da ditadura que, de 1926 a 1974, oprimia os portugueses. Estas frases têm implícitas várias afirmações. Uma é de que não falo de “saudosistas” da ditadura, porque a palavra é mole. Eram muito mais que “saudosistas”. E digo oprimir porque, durante 48 anos, os portugueses não mandavam no seu país, naquela que foi a mais longa ditadura da Europa no século XX, com excepção da URSS. Não é pouco, é muito, e a capa do Diabo glorifica esse muito, mistificando o que aconteceu no 25 de Novembro de 1975 para atacar o 25 de Abril.A 26, os derrotados são outros, todos aqueles que queriam ilegalizar o PCP. A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025. O problema é que as pessoas a serem homenageadas seriam, com excepção de Jaime Neves — o herói solitário das comemorações “fake” de 2024 —, o Presidente general Costa Gomes, os militares do Grupo dos Nove, que são os mesmos que hoje se recusam a ir a estas comemorações, os seus vivos como Vasco Lourenço ou Sousa e Castro — demasiado “esquerdistas” para os propugnadores das comemorações “diabólicas” —, Ramalho Eanes e, no plano civil, Mário Soares, os seus companheiros da luta da Fonte Luminosa e os homens do PPD, Sá Carneiro e Emídio Guerreiro. Ou seja, tudo gente que merecia a “verdadeira” homenagem, e não a que tem na sua propositura na Assembleia um destacado membro da resistência armada ao 25 de Abril e os membros da direita radical no CDS e no PSD. Vão todos participar numa mistificação histórica, que é ao mesmo tempo uma menorização do valor do 25 de Novembro. Mas os tempos estão para estas coisas, que a prazo se pagam caro."
Turismo Centro de Portugal lança inquérito a residentes sobre impacto do turismo na região
O inquérito, com o nome “O Turismo na Perspetiva dos Residentes - Centro de Portugal 2024”, avalia a perceção dos residentes de qualquer um dos 100 municípios da região sobre os impactos, positivos ou negativos, do turismo em diversos domínios.
Através deste estudo, que demora cerca de cinco minutos a responder, o Observatório procura “recolher opiniões sobre os efeitos do turismo em áreas como a criação de emprego, a dinamização da economia local, a melhoria de infraestruturas básicas, o aumento de opções culturais e de lazer, a requalificação urbana e a conservação do património natural”, assume comunicação da Turismo Centro de Portugal.
Simultaneamente, “analisa possíveis impactos negativos, como o aumento do custo de vida, a superlotação urbana, o vandalismo, a poluição visual e sonora e a gestão de resíduos”.
Na ótica do coordenador do OTSCP, Francisco Dias, a participação dos residentes é crucial: “O juiz supremo a quem incumbe confirmar o veredito sobre o nível de sustentabilidade do turismo no Centro de Portugal são os cidadãos que residem na região. Em última análise, o turismo só traz benefícios à região se os residentes forem dos principais beneficiários desta atividade”. “Presume-se que uma avaliação globalmente positiva destes itens será o testemunho de que as comunidades locais estão diretamente envolvidas no planeamento do turismo, a nível local e regional, e que os residentes consideram o turismo benéfico para si e para as suas comunidades”, acrescentou ainda o coordenador.
O Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal foi criado pela Turismo Centro de Portugal, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, através do CiTUR – Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo do Politécnico de Leiria.
Sobre eleições...
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
No dia do centenário de Manuel Luís Pata
O Senhor Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, em finais de outubro de 2013, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontrávamos, de uma empolgante conversa sobre o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Gala.
Se fosse vivo completaria hoje 100 de vida. A nostalgia não é boa companheira, se não for acompanhada de lucidez. Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar. A memória nostálgica é perigosa. Significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. A lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.
Manuel Luís Pata nunca desanimou.
O maior exemplo que Manuel Luís Pata nos deu - e que as pessoas pensavam que era teimosia - que é força de vontade dos pobres - para mim, é outra coisa: é sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheci...
Foto Bela Coutinho, obtida via Cemar |
Os figueirenses sempre tiveram medo de assumir as suas posições.
Antes do 25 de Abril, por razões óbvias. E, agora, no tempo que nos dizem ser da democracia, continuo a conhecer muito pouca gente que arrisque tornar-se cidadã de corpo inteiro.
E todos sabemos porquê.
Continuam a existir represálias, mais ou menos encapotadas.
Por isso é que, numa sociedade como a figueirense, são tão importantes e decisivos cidadãos como Manuel Luís Pata.
Todos nascemos completos. Contudo, só poucos conseguem viver assim.
A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta.
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania.
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: na minha memória, continua erecto e consequente...
Atrasou-se tudo...
Recorde-se que em Dezembro de 2021, "o Governo reconheceu como acção de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o rio Mondego, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, que prevê ocupar solos em Reserva Ecológica Nacional (REN)."
Chegou a estar prometida para 2020: 2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."
Será desta?..
Imagem via Diário as Beiras
O "ridículo" de comemorar o 25 de Novembro
Passaram 49 anos que se deu o golpe militar da contra-revolução do 25 de Novembro de 1975, que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o golpe de estado da revolução do 25 de Abril de 1974, que tinha ditado o fim da ditadura.
É um facto histórico e não uma opinião!
A contra-revolução do 25 de Novembro de 1975 teve 2 principais actores.
Um político e um militar.
Mário Soares e Ramalho Eanes. Mas Ramalho Eanes ficou com os principais louros da vitória pela liderança e pela elaboração do plano de operações do golpe militar, pois os louros da vitória militar transformaram-se rapidamente numa vitória política, levando-o mais tarde à Presidência da República. No passsado mês de Abril, numa entrevista ao Diário de Notícias o coronel na reforma Carlos de Matos Gomes, em resposta a uma pergunta do jornalista («no seu livro diz também que o 25 de Novembro de 1975 não é exatamente a história simples que hoje se conta. Mas há duas figuras, dois triunfadores do 25 de Novembro, por quem confessa grande admiração, que são o general Ramalho Eanes e Mário Soares. São dois fundadores da democracia essenciais?») disse o seguinte:
«Não, nenhum deles é fundador de democracia nenhuma. A democracia é um processo que, aqui em Portugal, vai percorrendo várias etapas até chegar àquilo que é o modelo da democracia liberal, que existe na Europa apenas a partir da Segunda Guerra Mundial. Nós estamos hoje a falar de democracia, mas nunca vivemos numa democracia tão alargada quanto a que existiu desde o 25 de Abril até ao 25 de Novembro. Aquilo que vai limitar e enquadrar e meter em redil partidário a democracia é o 25 de Novembro.»
E em resposta a outra pergunta («a democracia foi mais efetiva no período revolucionário?»), afirmou:
«Absolutamente. O que é que acontece? A democracia mete medo aos democratas formais, isto é, àqueles que modelam os sistemas de representatividade, que é o que existe. Nós vivemos numa democracia de representação indireta, e indireta a níveis altíssimos. Por exemplo, o procurador-geral da República tem uma legitimidade em quarto ou quinto grau. Desde que eu elejo um deputado até chegar à representatividade do procurador-geral da República vão cinco ou seis passos.»
Ouçam Miguel Sousa Tavares
No seu espaço semanal de comentário no Jornal Nacional, 5.ª Coluna, Miguel Sousa Tavares diz que "comemorar o 25 de Novembro pela primeira vez aos 49 anos não faz sentido, é ridículo".
O comentador da TVI diz concordar com Ramalho Eanes, que considera que "a data não é para ser celebrada, é para ser recordada", porque, sublinha, "ao contrário do 25 de Abril esta é uma data que dividiu e ainda divide os portugueses".
Para ouvir, clicar aqui.
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
PORTINHO DA GALA, uma estrutura que custou mais de 2 milhões de euros...
Pescadores da Figueira da Foz alertam para perigo de morte em cais da margem sul
Foto: António Agostinho |
Desde 2018, que o gabinete jurídico da Câmara da Figueira da Foz está a fazer um novo regulamento para o Portinho da Gala, contando com o contributo da Junta de Freguesia de São Pedro e da Capitania da Figueira da Foz.
25 de Novembro: uma comemoração despropositada
Via Público
«Comemorar os 49 anos do 25 de Novembro na Assembleia da República com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril é uma aberração. Comemorar os 50 anos do 25 de Novembro com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril, convenhamos, também seria um disparate.
Mas é isso que vai acontecer dentro de dias no Parlamento, fruto de uma convergência e de uma pressa deliberada dos partidos de direita. Foi aprovado com os votos do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, no final de uma discussão em que o partido proponente declarou tratar-se de uma “vitória do CDS e uma vitória de todos os democratas”.
Na sessão que celebrará para a semana o 25 de Novembro, o PSD aparecerá colado à extrema-direita, que concretizou, através do CDS, um dos seus sonhos: centrar a discussão numa polarização entre si e partidos como o PCP e o BE. Há cinco anos, em plena “geringonça”, fazer essa discussão era um embaraço para o PS, que tinha naqueles partidos um importante suporte. Hoje, ter o figurino a que vamos assistir no Parlamento é um presente que o PSD dá de bandeja ao Chega.»
«O PCP não vai estar presente na sessão solene de celebração do 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República, anunciou ontem o secretário-geral do partido, rejeitando a “operação em curso” de “apagamento do 25 de Abril”.»