Santana Lopes, goste-se, ou deteste-se, é competente no que faz. Em 2021, ao vir para o deserto político figueirense fazer uma difícil travessia, mais do que encontrar um poleiro mediático, que faz sempre jeito, sabia que viria confrontar-se com vários problemas herdados do passado recente.
Um dos quais, a herança de suceder àquele antecessor no cargo de Presidente de Câmara. O cargo de Presidente de Câmara, exige trabalho, criatividade, dedicação, rasgo, contenção, poder de encaixe, responsabilidade, carácter, conhecimento, concentração e firmeza na assunção e no propósito.
Habituado a ser apontado candidato a tudo, até a Presidente da República em 2026 (mal seria era se não tivesse nenhuma candidatura à vista...), Santana sabe que não pode falhar na Figueira. Santana sabe, também, que um presidente de câmara competente, tal como aconteceu com Jorge Sampaio, encaixa no imaginário dos eleitores para PR, no seu caso, em especial da direita portuguesa e, quiçá, um pouco mais aquém e mais além.
Porém, a vida política local é demasiado fraquinha para treinar um político para ser um futuro candidato a PR. Tanto na situação, como na oposição, é tudo muito atípico, acanhado e ridículo. Na Figueira, a política não é feita por políticos nos fóruns normais, mas nas redes socias, por comentadores instrumentalizados por alguns políticos que andam en passant há 20 anos. Não sendo grande frequentador desses meandros, de vez em quando, por puro divertimento, vou até lá ler um ou outro comentário.
O objectivo é sempre o mesmo: despejar amargura sobre Santana Lopes, aproveitando qualquer "facto político", como foi recentemente o caso do encerramento da ponte Edgar Cardoso, assunto que qualquer um sabe ter a ver com o Governo central, embora se reconheça que as medidas para atenuar os efeitos
das obras devem ser
“um trabalho colectivo
entre todos”.
Confesso que me ando a divertir imenso, sobretudo, com a ausência de lucidez de alguns comentários, própria de fanáticos a discutir futebol na tasca, o que pode perturbar pessoas fáceis de ser acometidas por emoções fortes.
Calunia-se, difama-se, injuria-se, ataca-se a reputação moral. Vale tudo: o que importa é denegrir, causar o maior dano moral e pessoal sobre o alvo a atingir.
A tribo, voluntariamente, alimenta a calúnia por automatismo antropológico.
Quem foge à cartilha e pensa diferente é diabolizado. A inveja, a cobiça e o medo são alimento para os caluniadores e os seus seguidores. Juntando a soberba, a vaidade, a megalomania e a falta de juizinho, temos o caldo perfeito.
Para treinar devidamente um futuro candidato a PR a Figueira precisa mesmo é de políticos locais no activo com outro nível.
Estamos tramados...