quinta-feira, 31 de julho de 2014

Na Aldeia... (V)

Ser-me-ia, não diria impossível, mas muito difícil, viver fora da Aldeia.
Tive essa experiência - entre 2010 e 2012 - e não foi fácil.
Faltava-me o mar, os cheiros, o linguajar... Sobretudo, faltava-me este meu povo, pouco culto, crédulo, com mau gosto nas escolhas políticas, malcriado, desconfiado, mas do qual sinto a falta quando estou no meio de gente culta...
Enquanto povo e enquanto Aldeia, temos o que merecemos. Porque somos preguiçosos, subservientes, oportunistas, pouco instruídos, incultos - mas, sobretudo, manhosos...
Eu sei o que a maioria pensa: esta vida são dois dias e não vale a pena chatear e criar inimigos.
Preferimos viver com a espinha dobrada, a ter de abdicar de sentar o cagueiro numa festarola no parque das merendas, mesmo que seja de propaganda partidária, para comer um naco de carne do porco assado no espeto com um pedaço de pão e emborcar uns copos de tinto...
Claro que a carapuça não serve a todos. Ainda existem uns poucos que têm tido a coragem cívica e o bom senso de resistir...
Não é fácil...
Fácil, é pegar na primeira esferográfica e votar onde lhe for “aconselhado”.
Lá para finais de setembro próximo teremos eleições na Aldeia. Espero e desejo que na próxima campanha política os candidatos falem claro, sobretudo, dos projectos que têm para a Aldeia.
Espero que esqueçam os discursos políticos.
Exigem-se compromissos claros e exequíveis, próprios de gente que esteja inequivocamente ao nosso lado e na primeira linha da defesa da Aldeia.
Que não voltem a acontecer casos como o da habitação social: numa Terra virada para o turismo - de praias e sol -, na governação de Santana Lopes e Duarte Silva, dimensionou-se exageradamente a construção de habitação social numa Aldeia situada à beira-mar, sem qualquer estudo e medidas adequadas para a devida inserção social dos novos habitantes na Aldeia. Isso, como sabemos, condiciona o nosso presente e vai ter efeitos no futuro...
Todos sabemos o que pensam os possíveis futuros investidores, actuais comerciantes e veraneantes...

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Teatro na Aldeia

Grupo de Teatro do Clube Mocidade Covense apresenta a Peça de Teatro "A Resistência Heróica das Mulheres da Cova/Gala Ou Quem é Igual a Quem?" Dedicado a todos emigrantes Cova/Galenses No próximo sábado, dia 2 de Agosto Pelas 21h30

Tininho, tininho!..

Como escreve a terminar a sua crónica de hoje no jornal AS BEIRAS o eng. Daniel Santos, "a montante da decisão política, o assunto é eminentemente técnico. Com coisas importantes já se brincou demais, com consequências irreversíveis para a actual geração e as futuras. Bom senso exige-se".
Eu diria a mesma coisa mas de outra forma...
À maneira da Aldeia: um Pai e uma Mãe fazem muita falta, mas o tininho, ai o tininho, senhor vereador!.. 

aF228


E Quiaios aqui tão perto...

jornal El País elaborou um guia com as 10 melhores praias de Portugal. 
A Praia de Quiaios foi colocada no topo da tabela.

DRAMÁTICO!..

Recordando o assalto à Agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz

Em 17 Maio de 1967, a meio da tarde, a agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz foi assaltada, naquela que foi uma das acções mais mediáticas de oposição à ditadura de Salazar. 
Eu, na altura, tinha 13 anos de idade e andava a estudar na Bernardino Machado. Lembro-me que estava na Praça Velha, então terminal de autocarros, para apanhar transporte para a Gala, e não dei por nada. 
O assalto rendeu 29.274.390$00 (146.020 euros) e constituiu o maior roubo que até essa data tinha acontecido em Portugal. 
Os quatro assaltantes fugiram de automóvel, um Taunus 17M com a matrícula CE-56-02, para o aeródromo de Cernache (Coimbra), onde se apoderaram de uma avioneta Auster que aterrou horas depois na herdade do Vale do Paço, a 6 quilómetros de Vila do Bispo. De Vale do Paço a Vila do Bispo, os assaltantes utilizaram um Opel Kadett com a matrícula LE-82-54 e de Vila do Bispo a Mértola num Cortina alugado, de onde sairam clandestinamente do País. 
Cerca de um ano depois, a 10 de Abril de 1968, a Polícia Judiciária considerou não haver implicações de carácter político no caso do roubo da agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz e divulgou a identidade dos 4 principais autores da façanha: Hermínio da Palma Inácio, 46 anos; Camilo Tavares Mortágua, 34 anos; António Manuel Marques Barracosa, 25 anos; Luís Benvindo, 25 anos. 
Dois pormenores curiosos: 
1. No automóvel que os levou até Cernache deixaram uma metralhadora de plástico e 4 pistolas de bazar.
2.  Uma crónica que relata o modo como a notícia do assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz foi recebida no Rádio Clube Português.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Uma história figueirense: o outro lado do oásis...

José Santos, via Figueira na Hora
 "Centena e meia de patos morreram no Oásis da praia da Figueira".
"Já ao final da tarde da passada segunda-feira eram visíveis muitos patos mortos no Oásis da Praia da Figueira da Foz, mas hoje de manha “era uma lástima, talvez mais de centena e meia estavam mortos no lado” dizia-nos um morador da Ponte Galante que assistia revoltado a toda aquela tragédia.
Hoje ao princípio da tarde, funcionários da autarquia ainda andava a retirar os últimos, enchiam sacos de plástico e levavam para uma camioneta e de vez em quando, ainda aparecia um ou outro com sinais de vida como pudemos documentar numa das fotografias juntas.
Fala-se em algumas causas, como por exemplo, descarga de água de uma piscina com cloro, mas de uma coisa há a certeza, a falta de cuidado, vigilância, higiene e limpeza com o oásis, que está cheio de lodo e infestado de lixo
O Oásis que foi uma mais-valia turística é hoje um ponto negro para a cidade pelo desleixo a que foi votado."


Actualização: 
Fonte da autarquia figueirense contactou o Figueira Na Hora para esclarecer que o número de patos mortos ronda os 25 e não os cerca de 150 conforme avançado no local por populares e residentes nas imediações que foram acompanhando os trabalhos.
Quanto à causa da mortandade, a mesma fonte adiantou que só se irá pronunciar após conhecimento do resultado das autópsias que deverão acontecer amanhã.

"Estudo confirma potencialidades da Figueira da Foz para desportos náuticos"...

A Figueira nunca viveu em social-democracia. Isto é o mesmo que dizer que nunca tivemos uma sociedade equilibrada, justa e igualitária nas oportunidades. 
Tal como no resto do país, vivemos sempre numa sociedade que colocou os pobres por conta da caridade e os ricos por conta do privilégio.
Por isso, sempre me senti rico e privilegiado com notícias como esta...
"Uma investigação académica sobre a gestão do desporto no litoral confirma as potencialidades da Figueira da Foz para as modalidades náuticas. Ricardo Gomes, autor do estudo e professor na Escola Superior de Educação de Coimbra, que defendeu a sua tese de mestrado na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, escolheu a costa entre Mira e a Praia do Pedrógão. Ou seja, a área da jurisdição da capitania da nossa cidade. “Descobrimos que as praias do concelho, entre o Cabo Mondego e São Pedro, têm maior valor desportivo”, disse Ricardo Gomes ao DIÁRIO AS BEIRAS. O estudo, saliente-se, não aborda a vertente económica associada. “Existem vários valores desportivos que têm uma relação com as condições que cada praia oferece”, pormenoriza. 
Por exemplo, São Pedro é sinónimo de surfe e bodyboard. Mas no concelho pratica-se, também, kitesurf, vela, remo e motonáutica."
Resumindo: a natureza, aqui pela minha Aldeia, privilegiou-nos com condições naturais de beleza excepcional e atributos excelentes para a prática de desportos náuticos. 
Falta-nos a luz que nos guie... Talvez,  o líder que nos tivesse sabido conduzir...
Como sabemos, o parolismo, por aqui, andou deslumbrado, demasiados anos, com as luzes da cidade...

“Autarquia quer divulgar a Figueira através dos “modernos meios de comunicação”. Prémio é de 5 mil euros”

Com esta iniciativa, que até merece chamada de primeira página no Diário de Coimbra, edição de hoje, a câmara pretende impulsionar e divulgar o concelho, através «dos modernos meios de comunicação e suportes digitais». Para isso, está a promover o concurso “Prémio Figueira Imagem”, ao qual podem candidatar-se pessoas singulares, a título individual ou em grupo, assim como pessoas colectivas a título individual. A Câmara Municipal pretende igualmente «reforçar os meios de divulgação da sua competitividade enquanto território nas diversas dimensões», visando «valorizar o potencial turístico e o empreendedorismo, incentivando e contribuindo para o seu desenvolvimento».
Perante isto um cidadão tem de reflectir. Todos estes senhores que vão fazendo de autarcas, devem ser apreciados na total plenitude do seu talento.
Não é um problema que tenha sido criado por este executivo, mas este concelho já é bem conhecido por algumas idiotices - carnavais de inverno, por exemplo.
Certamente, que a autarquia vai financiar este concurso “Prémio Figueira Imagem” com o dinheiro de quem paga impostos. Até nem está mal pensado, pois comédias como esta ajudam a entreter a pobreza de espírito e, como é sabido, enquanto andamos entretidos com merdas, evitamos pensar em coisas sérias.

Dono Deles Todos...

"Políticos como Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Isaltino Morais e muitos outros sofrem de um grave problema, sofrem de Google, dantes a memória era propriedade dos jornalistas e da Torre do Tombo e todos sabemos como em Portugal é fácil de calar muitos jornalistas, basta um pacote de grão. 
Mas desde que o maldito Google existe a memória está à distância de um dedo e em poucas horas é possível encontrar todos os laços de algumas personalidades aos negócios. Mas há uma imensidão de informação que não consta no Google, quem recebeu de quem, quem financio este ou aquele partido ou político, quem pagou as despesas de campanhas presidenciais, quem contratou políticos com o estatuto de assessor. 
E em Portugal quem tem mais informação sobre os podres de muito boa gente é o Ricardo Salgado, ele conhece a nossa classe política de ginjeira, é por isso que é o DDT."

segunda-feira, 28 de julho de 2014

CDU ANUNCIA QUE VAI A VOTOS NAS ELEIÇÕES INTERCALARES EM SÃO PEDRO

Em comunicado, a Coligação Democrática Unitária (CDU), reagiu hoje aos acontecimentos na Junta de Freguesia de São Pedro:
«Por não termos nenhum eleito na Assembleia de Freguesia de São Pedro, o nosso conhecimento sobre o que se passa na direcção da autarquia é sempre reduzido ou tardio. Continuam a chegar‐nos “ informações” pouco claras e avulsas sobre o que aconteceu na Junta de Freguesia e que levou a demissões no seio do Executivo.
A CDU repudia vivamente a utilização de dinheiros públicos em proveito próprio e nenhuma “desculpa” é aceitável, seja qual for a circunstância ou os montantes envolvidos. O que aconteceu em São Pedro é infelizmente um caso não único no País e o desejável e até exigível seria a instauração de uma sindicância sobre as actividades e contas da Junta de Freguesia actual e anteriores.
Face ao que aconteceu serão marcadas eleições intercalares para esta Freguesia.
A CDU apresentar‐se‐á a este acto eleitoral sob o seu lema de sempre: TRABALHO, HONESTIDADE E COMPETÊNCIA».

“Os reaccionários da esquerda, direita e do centro estão contra o tomateiro selvagem que cresceu na praia”...

A frase é deste blogue e é importante, pois realça um dos defeitos genéticos e óbvios da nossa democracia: qualquer democracia pluralista tem uma direita e uma esquerda, porque só há esquerda se houver direita. E só há direita se houver esquerda. E só há centro se houver esquerda e direita.
Portanto, é absolutamente natural que os “reaccionários” sejam de vários matizes... 
Alguns, esquecem  que na Figueira e no país há uma história que pode ser comparada - muitas direitas, hoje, consideravam-se putativamente antigas esquerdas... 
Na política, não há "vacas sagradas", está quem quer e os lugares são de eleição e escolha e sujeitos a crítica também. 
A política, em democracia, é uma actividade rotativa e de alternância.
À medida que o tempo avança os factos e os interesses vão surgindo... E o conhecimento deles também.
Um dia destes, “os reaccionários da esquerda, direita e do centro", além de estarem contra o tomateiro selvagem que cresceu na praia, serão também os principais causadores e culpados dos horrores que acontecem na Figueira desde 1977...
Continuamos no "quem não é por mim, é contra mim"!
Já percebi que os próximos tempos - o tempo que resta deste segundo mandato de Ataíde - vão ser muito aborrecidos para quem se interessar demasiadamente pelo que se passa na sua cidade. 
Tempos atrás, um querido e saudoso Amigo que, entre outras coisas, também sabia muito de política, ensinou-me: "a gente vota sempre contra alguém". Nos últimos 20 anos, a nível local, votei quase sempre contra alguém ou contra um projecto e não a favor de algo...
E,  errada ou certa, a imagem que este executivo me transmite hoje é a de uma inultrapassável soberba, pouco menos desagradável do que a arrogância da imagem transmitida pelo intelectual e vereador Tavares.
Por mim, podem ficar descansados: já que a praia da Figueira no tempo que passa não serve para nada, podem transformá-la num latifúndio biológico à vontade...
Não se armem é em "patos bravos"...

O circo do “nosso” PS de cada dia...

foto Foz do Mondego Rádio
Segundo li no jornal i, num almoço com apoiantes, em Buarcos, o autarca de Lisboa defendeu que é necessário "estabilizar de uma vez por todas as pensões já formadas", acabando com os cortes porque "as pessoas têm direito a ganhar a pensão que constituíram e que não lhes deve ser retirada". Costa fez as contas e garante que o que está a "fragilizar" a sustentabilidade da Segurança Social não é "o que os actuais pensionistas recebem", mas "o elevadíssimo nível de desemprego e a elevadíssima taxa de emigração que estão a tirar dos cofres da Segurança Social 8 mil milhões de euros". Nesse sentido, Costa prometeu que um governo socialista irá "travar a austeridade", embora tenha omitido o que fará com os cortes aos salários dos funcionários públicos.
Recorde-se, que  promessa de repor os cortes feitos aos pensionistas já tinha sido feita por António José Seguro em abril passado. Na altura, o ainda líder do PS prometeu que, se chegar ao governo, terá "de imediato, uma prioridade: repor as pensões e as reformas aos idosos do nosso país". Seguro também garantiu que fez as contas e que, apesar de 340 milhões de euros ser uma quantia significativa, o PS podia "afirmar esse compromisso, acabando com a CES [Contribuição Extraordinária de Sustentabilidade] ou com a contribuição de sustentabilidade, repondo esse rendimento aos pensionistas e reformados".
Os novos cortes aos pensionistas foram aprovados na sexta-feira na Assembleia da República com os votos do PSD e do CDS. A nova Contribuição de Sustentabilidade será aplicada aos pensionistas que recebam mais de 1000 euros e irá incidir sobre as pensões do regime geral da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações. Os cortes são entre os 2% e os 3,5%.
Outra das propostas de António Costa para inverter o ciclo económico é o aumento do salário mínimo para 522 euros...
Nada de novo: é a mediocridade política que temos em todo o seu esplendor!
Costa a repetir as promessas de Seguro!...
Seguro, mas seguro mesmo, é que quando se analisa a “nossa” evolução, torna-se inequívoco o “nosso” declínio governo após governo.
Seguro, mas seguro mesmo, é que, quando se perspectiva o “nosso” futuro europeu, ele é cinzento.
Seguro, mas seguro mesmo, é que há mais de quatro décadas que o produto desacelera, conforme as seguintes taxas de crescimento médio anual: 7,5% (1960-70); 4,5% (1970-80); 3,2% (1980-90); 2,7% (1990-2000); e  6,47% (2000-2010). Tal como o previsto, estamos na “cauda” da Europa.
Não há “verdade” política quanto aos problemas essenciais.
Os partidos do chamado arco do poder assumem compromissos eleitorais que não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes rejeitaram ruidosamente na oposição.
Eleição após eleição, assistimos a um espectáculo de mentira sem decoro, gerador do descrédito dos partidos e da decadência da democracia.
Como se verificou no passado recente, no PSD e no CDS, e agora se está a acontecer no PS, escasseia “qualidade” política e, nalguns casos, também humana: os partidos que nos governam desde 1976,  são “agrupamentos sem raízes na realidade do país” e que propiciam o “aparecimento na cena política de políticos de segundo plano”.
Diga-se em abono da verdade, que desde 2000, os governos pouco podem fazer, perdidas que foram as principais “ferramentas” de política macro económica: a moeda nacional, os juros, os câmbios, as tarifas aduaneiras e, na sua maior parte, a margem de discricionaridade orçamental.
Desde 2000 o produto português limitou-se a acompanhar as tendências europeias, crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu.
No decorrer destes 14 anos, apesar dos governos que tivemos terem sido do PS, do PSD e do PSD + CDS a nossa economia, uns pontos abaixo, só “obedeceu” à Europa.
Foi indiferente quem governou. Portanto, foi sem surpresa que verifiquei que António Costa repetiu ontem uma promessa “antiga” de António José Seguro...
Ontem, em Buarcos, ao que li, estiveram cerca de 150 pessoas a receber António Costa. A Rosa Amélia não faltou...

"Atrevimento de Um Pescador (e as Horas de Solidão)"

O Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR (Figueira da Foz - Praia de Mira), informa que dentro de cerca de um mês, lá para finais de Agosto de 2014, vai ter lugar o lançamento da edição do livro de memórias do membro do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR, Mestre Manuel Gabriel, da Praia de Mira.
Manuel Gabriel, "Mestre do Largo Pescador", com toda uma vida de mar, plena de experiências náuticas, durante décadas, nas águas da Europa, da África Ocidental, da Guiné, da África do Sul e do Atlântico Norte, vai publicar o seu livro de memórias, editado por iniciativa do próprio autor (e a cuja produção editorial o CEMAR tem a honra de também prestar colaboração), o qual vai ser intitulado "Atrevimento de Um Pescador (e as Horas de Solidão)", e no qual vai ser incluído um anexo final ("E as Horas de Solidão)") onde são reunidos alguns poemas do autor, escritos ao longo dos anos, nos intervalos das suas actividades marítimas.

domingo, 27 de julho de 2014

Bonjour Tristesse!..

foto Pedro Agostinho Cruz

aF227


Alberto João

Quarenta anos. Quarenta «redondos» anos a comandar a Madeira. Quarenta anos que Alberto João Jardim quer que terminem agora, ou no máximo em outubro do próximo ano. Em entrevista ao Expresso, o social-democrata falou de Passos Coelho, com quem não “acerta”, da falta de “dinheiro para brincadeiras” [leia-se uma possível candidatura a Belém] e da vontade de ser esquecido. É um «rei» que já não quer mais brincar aos tronos.” daqui

Numa rábula que se tem repetido de quatro em quatro anos, sabe-se agora que Alberto João Jardim não vai, afinal, candidatar-se de novo nas próximas eleições regionais. Após largas dezenas de anos à frente do poder madeirense - e apesar das suas renovadas e veementes promessas de não se candidatar e encontrar um sucessor - será que é desta que vai mesmo abandonar o posto?
Não sei não...
O veterano presidente do governo regional da Madeira tornou-se um refém político na sua própria ilha.
Ao contrário de Mota Amaral, que teve a capacidade e soube fazer a transição, na sua carreira, da dimensão regional para o plano nacional, Jardim nunca foi capaz de se afirmar fora do seu reduto. Nem a nível da direcção nacional do PSD, nem em órgãos como o Parlamento ou o Conselho de Estado. A sua voz não é ouvida ou, quando o é, não se leva a sério.
Daí que sempre se tenham frustrado as suas tentativas para se libertar do espartilho regional. Quer em rocambolescas encenações de candidatura à Presidência da República quer em fracassadas alianças para disputar o poder no PSD nacional.
Jardim acabou por tornar-se um refém da Madeira.
Agora, resta-lhe querer que o esqueçam e que o deixem em paz...
Não lhe vou fazer essa maldade. Vou recordá-lo em cuecas, grotesco e rasca, na primeira página do  «Tal & Qual». Ou de copo de «whisky» na mão, a rir-se, no meio da sua  trupe carnavalesca. Ou, ainda, vestido de palhaço, a fazer um manguito  com o dedinho espetado para cima e a proclamar, muito ufano: «Quero  que se foda a Assembleia da República! Já disse que me estou cagando  para Lisboa! O país não se revê em Lisboa, naqueles parvalhões que  andam por lá e têm a mania que mandam nisto tudo!».
Enfim...  mais uma vez um fim anunciado que, quando acontecer, vai ser triste.