Segundo li no jornal i, num
almoço com apoiantes, em Buarcos, o autarca de
Lisboa defendeu que é necessário "estabilizar de uma vez por
todas as pensões já formadas", acabando com os cortes porque
"as pessoas têm direito a ganhar a pensão que constituíram e
que não lhes deve ser retirada". Costa fez as contas e garante
que o que está a "fragilizar" a sustentabilidade da
Segurança Social não é "o que os actuais pensionistas
recebem", mas "o elevadíssimo nível de desemprego e a
elevadíssima taxa de emigração que estão a tirar dos cofres da
Segurança Social 8 mil milhões de euros". Nesse sentido, Costa
prometeu que um governo socialista irá "travar a austeridade",
embora tenha omitido o que fará com os cortes aos salários dos
funcionários públicos.
Recorde-se, que promessa de repor os cortes feitos aos pensionistas já tinha sido
feita por António José Seguro em abril passado. Na altura, o ainda líder do PS prometeu que, se
chegar ao governo, terá "de imediato, uma prioridade: repor as
pensões e as reformas aos idosos do nosso país". Seguro também garantiu que fez as contas e que, apesar de 340 milhões de euros ser
uma quantia significativa, o PS podia "afirmar esse compromisso,
acabando com a CES [Contribuição Extraordinária de
Sustentabilidade] ou com a contribuição de sustentabilidade,
repondo esse rendimento aos pensionistas e reformados".
Os
novos cortes aos pensionistas foram aprovados na sexta-feira na
Assembleia da República com os votos do PSD e do CDS. A nova
Contribuição de Sustentabilidade será aplicada aos pensionistas
que recebam mais de 1000 euros e irá incidir sobre as pensões do
regime geral da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações.
Os cortes são entre os 2% e os 3,5%.
Outra
das propostas de António Costa para inverter o ciclo económico é o
aumento do salário mínimo para 522 euros...
Nada de novo: é a mediocridade política que temos em todo o seu esplendor!
Costa a repetir as promessas de Seguro!...
Seguro, mas seguro mesmo, é que quando
se analisa a “nossa” evolução, torna-se inequívoco o “nosso”
declínio governo após governo.
Seguro, mas seguro mesmo, é que, quando
se perspectiva o “nosso” futuro europeu, ele é cinzento.
Seguro, mas seguro mesmo, é que há
mais de quatro décadas que o produto desacelera, conforme as
seguintes taxas de crescimento médio anual: 7,5% (1960-70); 4,5%
(1970-80); 3,2% (1980-90); 2,7% (1990-2000); e 6,47% (2000-2010). Tal
como o previsto, estamos na “cauda” da Europa.
Não
há “verdade” política quanto aos problemas essenciais.
Os
partidos do chamado arco do poder assumem compromissos eleitorais que
não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes
rejeitaram ruidosamente na oposição.
Eleição
após eleição, assistimos a um espectáculo de mentira sem decoro,
gerador do descrédito dos partidos e da decadência da democracia.
Como
se verificou no passado recente, no PSD e no CDS, e agora se está a
acontecer no PS, escasseia “qualidade” política e, nalguns casos, também humana: os partidos
que nos governam desde 1976, são
“agrupamentos sem raízes na realidade do país” e que propiciam
o “aparecimento na cena política de políticos de segundo plano”.
Diga-se em abono da verdade, que desde 2000, os
governos pouco podem fazer, perdidas que foram as principais
“ferramentas” de política macro económica: a moeda nacional, os
juros, os câmbios, as tarifas aduaneiras e, na sua maior parte, a
margem de discricionaridade orçamental.
Desde 2000 o produto
português limitou-se a acompanhar as tendências europeias,
crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu.
No
decorrer destes 14 anos, apesar dos governos que tivemos terem sido
do PS, do PSD e do PSD + CDS a nossa economia, uns pontos abaixo, só
“obedeceu” à Europa.
Foi
indiferente quem governou. Portanto, foi sem surpresa que
verifiquei que António Costa repetiu ontem uma promessa “antiga”
de António José Seguro...
Ontem,
em Buarcos, ao que li, estiveram cerca de 150 pessoas a receber António Costa.
A Rosa Amélia não faltou...