Portas, no
domingo passado, querendo fazer crer que o cenário poderia ser bem pior…
Os reformados da função pública vão perder em média
9,3% do seu rendimento em 2014, 740 milhões de euros, e outros 9,3% em 2015,
também no valor de 740 milhões de euros. Esta percentagem, muito próxima dos
20% defendidos pelo FMI em Janeiro, consta do mapa de cortes enviados
juntamente com a carta do primeiro-ministro à troika sexta--feira e corresponde
à rubrica da convergência da Caixa Geral de Aposentações com a Segurança Social
(ver gráfico ao lado).
No total, Pedro Passos Coelho avança com reduções na despesa pública da ordem
dos 6,114 mil milhões de euros até ao final de 2016, de que 4,788 mil milhões
constam do documento que os peritos da troika começam hoje a negociar em
Lisboa. Os outros 1326 milhões correspondem ao chumbo do Tribunal Constitucional
a quatro normas do Orçamento do Estado deste ano e serão incluídos no Orçamento
Rectificativo que será aprovado até ao final do mês.
Omapa, já na posse da troika, abrange o ajustamento da dimensão da
administração pública (224 milhões este ano, 1,3 mil milhões no próximo e 1,6
mil milhões em 2015), o ajustamento da política de remunerações no Estado (445
milhões em cada um dos próximos dois anos), medidas sectoriais (505 milhões
este ano, 1,1 mil milhões em 2014 e 1,2 mil milhões em 2015) e a reforma do sistema
de pensões (1,4 mil milhões no próximo ano e 1,4 mil milhões em 2015)."
Portas, tal como Maquiavel sabe que "há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis."
Fica a interrogação: com actores desta categoria
será que há cenário que nos salve?..