António Borges, com o peso moral que lhe dão os 225 mil euros, isentos de impostos, arrecadados em 2011, veio publicamente defender a redução dos salários em Portugal.
Passos Coelho, com toda a candura que se lhe conhece, já veio dizer: Redução nominal, não! Moderação.
E com toda a moderação que se lhe conhece, Passos Coelho lá vai «moderando» os salários em Portugal: com as mais pias confissões.
Sob o pretexto do combate ao desemprego jovem, Passos Coelho acaba de dar mais uma esfoladela ao salário dos portugueses.
O patrãozinho que decida praticar a caridade de empregar, a termo, um jovem desempregado terá um desconto de noventa por cento na TSU, até ao montante máximo de 175 euros. Ou seja, se o salário a pagar não exceder os 820 euros. E não importa que, expirado o termo, o jovem volte a ser um desempregado. Já não será um desempregado tão jovem! E é bom que saiba, desde o princípio, que, de vez em quando, é preciso mudar de vida.
Mas o que será mesmo muito bom, é que o patrãozinho, aproveitando esta promoção especial com um desconto de 90 por cento – estaremos perante um caso de dumping praticado pelo governo? –, mande para a rua um seu empregado que ganhe, por exemplo, um salário de 1640 euros, e contrate dois jovens desempregados com o salário de 500 euros cada um (até é superior ao salário mínimo nacional!). Porque estará a contribuir simultaneamente para a diminuição do desemprego e para a moderação salarial, na prática, beneficiará de um desconto especial na TSU de 94 por cento.
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