quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A voz de uma menina com cerca de 8 anos de idade na manifestação do passado domingo: “que mal fizemos nós para termos sempre o ar a cheirar mal?”.

O passado domingo foi um dia importante para a freguesia de Marinha das Ondas.
A população manifestou-se, de forma firme, ordeira e unida, contra a instalação de um centro de tratamento de resíduos, naquela que já é considerada uma manifestação histórica no concelho da Figueira da Foz. 

A qualidade do ar que respiramos corre perigo a sul do nosso concelho. É urgente dar conteúdo político e democrático ao sentimento de revolta dos manifestantes. 
A solução passa, obrigatoriamente, pelo fim da concentração de todo o poder político nos partidos e na reconstrução de um poder verdadeiramente democrático, onde a voz dos cidadãos seja tida em conta e conte.

É urgente mudar. Para isso, é fundamental dar conteúdo político positivo à revolta e à crescente indignação dos figueirenses. 
A grande manifestação realizada no passado domingo mostrou, de forma inequívoca, o que milhares de figueirenses pensam da nomenclatura política que tem governado a Figueira nos últimos 9 anos.
Parafraseando Bruno Pais de Menezes, "que mal fez a Margem Sul ao Concelho?"

Uma decisão...

Gosto de pensar bastante as minhas decisões. 
Gosto de fazer enquadramentos, ligações e consequências. 
Não quero com isto dizer que tome sempre a decisão certa, mas procuro tomar decisões conscientes. 

Na Figueira, há muito que não se discutem ideais, muito menos ideias.
As palavras há muito que não chegam. Nem sequer são ouvidas.
Nesta realidade, já decidi: vou ter aulas de defesa pessoal e de artes marciais.
Numa cidade como a Figueira, para que serve a educação cívica?

Poema Inútil

O que entendes tu disto
Pedro Miguel Rodrigues?
Estás a perder cabelo e 
todos sabem
ninguém conquista o mundo sem
ostentar uma farta cabeleira
olhos verdes um
sorriso de capa de revista muito
direito muito capaz de provocar
suspiros.
Ninguém conquista o mundo com
palavras. Se ficas careca estás feito
Ninguém te liga
e, no final, enforcas a tua inutilidade num poema
como este
Pedro Rodrigues

Nota de rodapé.
Pedro: um poema nunca é Inútil...
Inútil, é o sabor a laranja num supositório!..

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O verdadeiro Povo da Figueira...

O verdadeiro, o genuíno, o autêntico Povo da Figueira, é o povo da abstenção.
É ele que tem  ganho todas as eleições. 
É o único que tem legitimidade democrática para reclamar vitória e exigir que o seu programa fosse cumprido.
E o seu programa resume-se a isto: não se fazer nada.
O que para a Figueira seria melhor do que aquilo que esta maioria absoluta minoritária está a fazer à Figueira, a Buarcos e, talvez, ao Cabedelo. 
Só que este verdadeiro, genuíno, autêntico Povo da Figueira, este povo da abstenção, é uma  maioria de tal forma silenciosa, que se está positivamente nas tintas para tudo... 
Até para reclamar o que é genuína e verdadeiramente seu...

Figueira, Bordéus de Portugal?..

"Afinal não é só na Figueira da Foz que um presidente da Câmara pretende evitar receber um grupo de cidadãos...
O conservador Alain Juppé, presidente da Câmara de Bordéus, vai pelo mesmo caminho."

Via Luís Pena

Empreendedorismo militar não chegou à Figueira!..

"O Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IAFSA) recebeu uma queixa sobre a utilização indevida de casas arrendadas a militares.
Os apartamentos pertencentes ao IAFSA estariam a ser arrendados a turistas estrangeiros no âmbito de alojamento local."
Uma pessoa que identifica um problema é um Ser Humano. 
Uma pessoa que encontra a solução é um Visionário. 
Uma pessoa faz alguma coisa para o resolver é um Empreendedor.
Na Figueira, só temos seres humanos e visionários.
Veja-se o que continua a passar-se com  os dois prédios de habitação abandonados nas Abadias, que o Estado (o Exército) lá tem, a perder valor e “contribuindo para o défice” e “imparidades reais no setor imobiliário estatal”: continuam desocupados...

Saramago: "tudo se discute neste mundo, menos uma única coisa: a democracia."

Soberba...

Para a Igreja Católica, soberba é um dos sete pecados mortais.
Em regra, soberba é a expressão de um conjunto de misérias íntimas.  

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Não se pode viver só de sonhos....

Foto sacada daqui
CIM Região de Coimbra vai contar “milhões de histórias da alimentação”.
Contar as histórias da gastronomia e a sua ligação às comunidades, territórios e cultura vai ser um dos desafios da região de Coimbra, em 2021, como Região Europeia da Gastronomia.
João Ataíde, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), entidade promotora da candidatura vencedora, é “uma ótima oportunidade para trabalharmos juntos”...

1.º Programa Dez & 10



Nota de rodapé.
Via Dez & 10.
Para os devidos e legais efeitos, declaro, por minha honra, que tenho "a devida autorização", de quem de direito para colocar no ar o vídeo acima.
Para além disto, não por causa disto, garanto que vou manter, bem vivo, o meu direito à indignação para ajudar a criar as condições para que as coisas possam mudar no meu concelho e na minha cidade! 
A próxima edição do Dez & 10, vai ser amanhã, pelas 21 horas e 30 minutos, como sempre na Dez de Agosto
O convidado desta semana é Miguel Babo.

Brasil...

Em 2011, Bolsonaro deu uma entrevista à revista Playboy.
“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí“.

Ontem, Alexandre Frota, que protagonizou vários filmes de pornografia gay, foi eleito deputado federal pelo PSL, o partido de Bolsonaro que anda há anos a demonizar os homossexuais.  O tal de Bolsonaro que prefere ver o filho gay morto.
Frota vai dar um excelente ministro da Cultura...

 
Que alguém te ajude Brasil...

Na Figueira, até os cães e os gatos vão viver melhor! A notícia está nas BEIRAS...

"Autarquia vai investir 500 mil euros em novo canil e gatil", pode ver-se numa chamada de primeira página do jornal AS BEIRAS.
Na página 9 pode ler-ser que, "inicialmente, foi indicada a Várzea de Tavarede, mas, neste momento, «o local ainda não está definido, ou seja, a autarquia ainda está a analisar opções».
A câmara garante, no entanto, que «não é intenção construir, num único ano, um megacentro de recolha animal, mas antes definir um terreno que, até ao final de 2018, possa começar a receber as infraestruturas básicas para funcionar e que tenha, também, capacidade para aí se poder adicionar boxes e espaços comuns para os animais que venham a estar sob custódia municipal»."
O vereador do «bem-estar animal» é o Miguel Pereira.
Para ler a notícia, compre o jornal...

— Liberdade, que estais em mim... *

"Estiveram presentes na nossa manifestação figuras de diversos quadrantes políticos, Bloco de Esquerda, PCP e PSD. Notou-se a ausência de figuras do PS, minha área política. Infelizmente a minha pessoa não sentiu a solidariedade da minha área política, apenas de uns quantos a nível local, o que é de lamentar.

A ausência da concelhia do PS, enquanto tal, é altamente preocupante e demonstra que está municipalizada. Parece um rebanho onde, como dizia Miguel Torga, é preciso ser-se homem no meio de carneiros. Tenho razões de sobra para estar fulo com muitos camaradas de partido, não me calo.

Existe um certo narcisismo e voyeurismo na mentalidade dessas pessoas.

Bem sei que sou uma carta fora do baralho, que incomoda muita gente, mas não me esquivo nem evito dizer o que penso. Penso pela minha cabeça, não sou “paroquiano” político que diz ámen a tudo, tenho coluna vertebral e tenho a cerviz no sítio.

Sei dizer não, quando o devo fazer. Não alinho nem nunca alinharei no politicamente correcto, dispenso essas grilhetas, sou homem livre. Prefiro o combate de ideias do que a submissão ou subserviência ao poder municipal e político."

A manifestação de domingo foi a prova cabal que, quando queremos, podemos estar fortemente unidos. Ontem estivemos muito bem contra tudo e contra todos, contra todos aqueles que querem lixar a nossa vida!"
Manuel Cintrão

* Liberdade
— Liberdade, que estais no céu... 
Rezava o padre-nosso que sabia, 
A pedir-te, humildemente, 
O pio de cada dia. 
Mas a tua bondade omnipotente 
Nem me ouvia. 

— Liberdade, que estais na terra... 
E a minha voz crescia 
De emoção. 
Mas um silêncio triste sepultava 
A fé que ressumava 
Da oração. 

Até que um dia, corajosamente, 
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado, 
Saborear, enfim, 
O pão da minha fome. 
— Liberdade, que estais em mim, 
Santificado seja o vosso nome.    

Eu sei que é triste, mas fartei-me de rir...

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O declínio e a respeitabilidade...

"A Figueira não tem Arte Nova nem ovos moles, como Aveiro; nem Arte Urbana e o Grão Vasco como Viseu; Nem biblioteca joanina e Machado de Castro, como Coimbra; nem castelos, como Montemor e Leiria; nem Woolfest como a Covilhã; nem expofacic como Cantanhede; nem palheiros como a Costa Nova; nem jardins como o do Paço Episcopal de Castelo Branco, o Botânico de Coimbra ou o Budha Eden do Bombarral; nem bicicletas como Águeda; nem vinhos como a Beira Interior, a Bairrada e o Dão; nem cerejas como o Fundão; nem queijo como a Serra de Estrela, nem chanfana e leitão como a Bairrada.
A bem dizer, a Figueira não tem porra nenhuma..."
Nem praia.

Ninguém reparou que esta foto reflecte uma ruína? Apesar do  luxo asiático da zona envolvente. Esta imagem é bem a metáfora perfeita de uma cidadania de merda. Ou melhor, o retrato fiel de uma figueirinha loira. Uma figueirinha decadente e loira que se mira ao espelho e nem sequer vê o triste e baço despojo que ele reflecte, hipnotizada com o brilho fátuo da moldura dourada.

Quanto mais consigo entrar no pequeno mundo da cidade que é a Figueira, mais sinto a sua decadência e a sua pequenez. 
Ter a noção da migalha que o nosso concelho é, neste momento, em Portugal, a partir daí, é um exercício fácil. 

Contemplar uma cidade como a Figueira, continua a ser agradável, apesar da vulgaridade em que estamos inseridos. 
A Figueira continua a ser uma cidade em construção no espaço. Os seus efeitos, porém, vão notar-se e vão ser perceptíveis só nos próximos anos.  

Todos nós, cidadãos, temos relações com algumas partes da Figueira. 
A cidade e a sua imagem está impregnada de memórias e significações para cada um de nós.
As pessoas e as suas actividades, são tão importantes como os espaços públicos e os imóveis. 

Nós os figueirenses, não somos apenas observadores deste espectáculo patrocinado pela Câmara Municipal, mas, também, tomamos parte activa nele.
Na maior parte das vezes, a nossa percepção da cidade não é isenta nem íntegra, mas sim bastante parcial e fragmentária. 
Acontece ao cidadão normal. E acontece ao político.

"A Figueira não tem nada que realmente atraia o turismo ou a simples curiosidade. Ninguém se desloca de propósito à Figueira para ver a torre do Relógio ou o penico do Jordão, ou a rotunda do farolito, ou qualquer uma das suas rutilantes urbazinações ou das gandes supefíces licenciadas recentemente pela autarquia. Mas tem figuras realmente bizarras. Podia montar um circo."
A Figueira, para quem a conheceu há 50 anos, tem a noção que é uma cidade em declínio.
Espero, contudo, que o declínio, não lhe venha ainda a  beliscar a respeitabilidade. 

Um problema do tempo que passa: a Liberdade de expressão...

Via Manuel Cintrão
A liberdade de expressão assume uma importância crucial numa sociedade democrática.
Os jornalistas portugueses viveram momentos únicos no dia 25 de Abril de 1974. 
Pela primeira vez, em muitos anos, tiveram oportunidade de noticiar em Liberdade, ouvir e publicar, sem censura, comentários da população. 
Entretanto, em 2018, a informação, com Liberdade de expressão, deixou de ser um problema de direito constitucional? 
Será que a informação passou a ser um problema de direito comercial à distribuição de dividendos?

O tamanho...


Vídeo sacado daqui

Para mim, as manifestações não se medem pelo comprimento, mas sim pela força interior, motivação, intenção e sinceridade dos manifestantes. 
Assim sendo, mesmo pensando que estiveram mais de 500 pessoas, na manifestação que o vídeo mostra, não vou discutir “tamanhos”... 
Para mim, que lá estive, o que conta é a questão da justeza dos motivos que levaram um razoável número de pessoas a sair à rua, ontem no lugar conhecido como Canto das Rosas, na localidade de Sampaio, Marinha das Ondas, no limite sul do concelho, a escassas dezenas de metros do terreno onde está prevista a instalação da unidade industrial, empunhando cartazes contra a poluição e exigindo outra localização.
“Em três dias conseguimos mobilizar este povo e é esta luta que vamos levar. Eu penso que vai acabar aqui, quem tem responsabilidade política, quem tem responsabilidade neste país, quem tem responsabilidade concelhia, vai olhar para esta manifestação e vai-nos dar razão”, disse aos jornalistas José Susana, do autodenominado movimento “Marinha Mais Saudável”, promotor do protesto.
“Esta é a nossa primeira manifestação, tivemos pouco tempo para a preparar. Mas como os senhores veem, podem dar a grandeza desta manifestação, podem mostrar ao país a quantidade de pessoas que está aqui”

Em tempo.

Vídeo sacada daqui

Figueira, outubro de 2018

"Ainda a propósito de árvores...
Contrastes chocantes...
Umas, com sentença de morte anunciada, regam-se em excesso, outras que imploravam água há meses, morrem à míngua desse bem precioso (na Rua Cidade Rodrigo), próximo do ex-Pinhal Sotto Mayor."
Via Luís Pena
E é também por estes pormenores que, pouco a pouco, a Figueira se está a tornar, cada vez mais, numa cidade fria e insensível! 
Neste momento, só pensa no faz de conta e nos números e não nas necessidades das pessoas que cá moram, ou que possam vir para cá  morar. 
Esta cidade tem os seus valores completamente adulterados... 
Como não gosto de viver nela, procuro lutar todos os dias para a tentar mudar...

Foi há um ano, mas está mais actual do que nunca...

domingo, 7 de outubro de 2018

"SANITA DO CONCELHO", NÃO! POR UMA FREGUESIA DE MARINHAS DAS ONDAS E ALHAIS LIMPA E SAUDÁVEL!


Foi, talvez, a maior manifestação do século no concelho da Figueira da Foz.
A multidão.  Imagem sacada daqui

A logística veio de Pombal
Imagens da multidão
A deputada Ana Oliveira no uso da palavra

Ainda a multidão
Para ver vídeo clicar aqui.