quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Na Aldeia... (VII)

 Aqui na Aldeia, já se faz teatro há muitos anos. 
Sei, porque me contaram, de valorosos e talentosos Amadores dos anos 40 e 50 do século passado, como, por exemplo, o grande e tão esquecido covagalense professor Mário Lima Viana...
Tanto quanto a minha memória já mo permite, recordo, lá pelos idos de 1975, a representação pelos elementos do também saudoso GAU, da peça “AS DUAS CAUSAS” de Ramada Curto... 
Diz quem assistiu e colaborou, que entre as peças que se levaram à cena na Aldeia, esta fez história no teatro local,  como o comprovaram as enchentes no Marítimo da Gala e nas terras limítrofes por onde andou em digressão... 
Temos, portanto, tradições teatrais na Cova e Gala. 
Tínhamos – e continuamos a ter - amadores (actores e actrizes) que desempenhavam e continuam a desempenhar os seus papeis como se de profissionais se tratassem. 
O interessante, porém, seria talvez tentar perceber porque esteve tantos anos parado o teatro na Aldeia. 
Terá sido, porventura, consequência da evolução social e pelo advento da televisão?..
Pelos visto, a tal caixinha que mudou o mundo, mudou também a  Aldeia -  hoje, as telenovelas preenchem as noites de muitos de nós. 
Será que vamos continuar a embrutecer o espírito a viver vidas inventadas?

Tininho, tininho!.. (II)

Na Figueira, um jornal (edição papel) ainda pode servir para embrulhar carapaus ou lavar vidros...
Agora, que utilidade tem um blogue?.. 

Em tempo
Numa cidade pobre de quase tudo, pobre do jornalista que se meta com os poderosos da política, de modo a assustá-los de verdade. 
Fica  frito, num instantinho, pois quase todos têm por onde podem ser pegados. 
O poder não perdoa afrontas, porque a perda do poder, é a perda da imunidade de facto... 
Depois, temos a luta pela sobrevivência em que só os animais ferozes e sem escrúpulos de maior, se safam impunes. 
Até ao dia em que são devorados pela imprevidência, porque a selva guarda segredos e um deles é a imprevisibilidade do tempo e os humores dos políticos.

Jovem de 19 anos perde a vida em acidente de viação

Luís Filipe Azenha, de 19 anos e natural da freguesia de Bom Sucesso, morreu ontem, na sequência de uma colisão entre um automóvel e um camião, por volta das 12.30 horas, no IC1 (antiga Estrada Nacional 109), perto da Costa de Lavos.
Via Diário de Coimbra

Pobre país - o nosso...

Segundo acusação de Paul De Grauwe, professor de Economia na Universidade de Leuven, na Bélgica, e ex-conselheiro da Comissão Europeia, em declarações ao Dinheiro Vivo, o "Governo está a enganar os portugueses" quando diz que a operação de resgate do BES não terá custos para os contribuintes!..

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Isto é tão óbvio que até irrita...

O que verdadeiramente o BES fez, foi exactamente o que fez a D.Branca, só que tinha o suporte da CMVM. (...) 
No fundo quem se deve ficar a rir disto tudo é Ricardo Salgado! 
Esta intervenção de Paulo Morais diz tudo!

O poder das nódoas!..

"Lugares-chave da Misericórdia de Lisboa são ocupados por militantes do PSD e do CDS"... 

Não se trata propriamente de uma novidade, visto que a Santa Casa da Misericórdia de Llisboa é gerida há muitos anos, tanto pelo PSD, como pelo CDS e pelo PS, numa lógica partidária. 
Actualmente, porém, e tanto quanto é possível avaliar, esta lógica ganhou peso dentro da instituição. 
Entre os nomes conhecidos como próximos do provedor está também Lídio Lopes, um antigo vice-presidente da Câmara da Figueira e até há pouco líder histórico da concelhia local do PSD, que ocupa as funções de subdirector do Departamento de Qualidade e Inovação da Misericórdia.

Que não se confunda então a "preguiça" com a preguiça...

....  são os votos do eng. Daniel Santos expressos na crónica de hoje no jornal AS BEIRAS, que pode ser lida clicando aqui.

Se não foi o Zandinga...

Muito antes da Maya e as suas cartas, os Portugueses sabiam do futuro através das palavras de Lesagi Zandinga, um tárologo/bruxo/vidente que aparecia em tudo o que era programa de televisão com as suas previsões do ano que iria começar.
Mas já não estamos nos anos 80 do século passado...
Entretanto, o Zandinga desapareceu da circulação...
Por isso, como poderia a PT na passada 5ª feira ter conhecimento de uma decisão que o governo apenas tomou no fim de semana?
A propósito: sabem “quem sobreviveu melhor ao naufrágio do BES?”...

“Representante do Crédit Agricole na administração do BES não deu por nada”...

Sei de bancos – bons ou maus – praticamente o que sei sobre futebol.
Ou seja, o mínimo possível: sei que existe uma bola redonda, duas balizas, um campo onde 22 jogadores andam a correr e a procurar dar pontapés na bola. E há três fulanos que tentam regular aquilo...
Ainda bem que um ignorante como eu não tem onde cair morto...
Isto, pensei eu com os meus botões, depois de ler no jornal i o que transcrevo abaixo...

“O vice-presidente do Crédit Agricole, o banco que agora se considera "traído" pela família Espírito Santo, com quem mantinha uma das mais antigas alianças, era também o vice-presidente do conselho de administração do BES. Bruno Bernard Marie Joseph de Laage de Meux estava mesmo ali ao lado, mas nunca deu por nada.
Licenciado pela Écoles des Hautes Études Commerciales e MBA pelo INSEAD, foi desde 2006 administrador e membro do Comité Estratégico Crédit Agricole, o banco que ontem ameaçou levar tudo para os tribunais.
"Nós só podemos lamentar ter sido enganados por uma família com quem temos tentado construir uma parceria há anos", afirmou ontem o presidente executivo do Crédit Agricole, Jean-Paul Chifflet, um dos accionistas mais antigos do BES, que com a sua posição de 14,6% perdeu 708 milhões de euros depois do resgate do grupo bancário pelo Estado.
Jean-Paul Chifflet aguarda o resultado das auditorias em curso para decidir se avança ou não com processos judiciais contra a anterior gestão do BES. O que não deixa de ser irónico.”

"Memória meteorológica é algo que ninguém tem"

foto António Agostinho
"Houve verões piores do que este, certamente - e não foram poucos - mas, destituído de memória metereológica como toda a gente, gostaria de registar que, de todos os verões de que me lembro, este é, de longe, o pior de todos."
MEC

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Quem tem unhas é que toca guitarra...

Puxar de 3 milhões, em puro cash, não é para quem quer... 
É para quem pode! 
"Ricardo Salgado já pagou a caução no valor de três milhões de euros a que estava sujeito após ter sido inquirido, no dia 24 de Julho, no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde prestou declarações no âmbito do processo Monte Branco, que investiga uma enorme rede de branqueamento de capitais em Portugal. 
De acordo com fontes próximas de Ricardo Salgado, o montante em questão foi pago através de transferência bancária, sem a prestação de garantias. 
O ex-presidente do BES não requereu a entrega do seu passaporte."

BES: O NEOLIBERALISMO FINANCEIRO ABRE CAMINHO À SOLUÇÃO IDEAL

..."esta história tem dois lados. Um lado mau, que faz lembrar a história do “pide bom” e do “pide mau”, que necessariamente vai terminar com uma solução onerosa de ambos os lados para os portugueses. E um outro lado que encerra algumas virtualidades: todos aqueles – e são muitos – que advogam uma radical mudança de política em Portugal, nomeadamente, mas não só, um verdadeiro domínio do capital financeiro pelo Estado, como sangue arterial indispensável à vida saudável de qualquer economia, estão dispensados, a partir de domingo à noite, de responder à pergunta que insidiosamente lhe faziam os opositores dessa solução e que era a seguinte: “Onde vão vocês arranjar o dinheiro para pagar as nacionalizações e os encargos das instituições nacionalizadas?….É muito simples, é só copiar…"

Via POLITEIA

Mais um problema - e grave!..

A tradição continua a ser o que sempre foi...

Santana Lopes foi convidado por Passos Coelho
para um novo mandato na semana passada

foto 
ENRIC VIVES-RUBIO
Segundo o jornal Público, o "futuro da Misericórdia de Lisboa pode estar em causa, dizem auditores"...

Pelo quinto ano consecutivo, o conselho de auditoria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) mostra-se preocupado com a sustentabilidade da instituição. 
Desta vez, porém, os auditores vão mais longe do que nunca e dizem que a sua “sustentabilidade futura” pode estar em causa.
Como diria o outro, "nomeia-se o Santana Lopes para gerir o deserto do Sahara, e é certo que mais tarde ou mais cedo haverá falta de areia."

Energia positiva...

O serviço de Turismo foi tão eficaz a promover a Figueira como destino de férias, que até a “limpeza” decidiu vir passar o verão na Praia da Claridade em 2014...

Uma história com barbas...

“Não vai custar um tostão aos contribuintes”... 
Mesmo sob a capa de romance, surpreende-nos este Portugal rasteirinho, sinuoso, complexo e  muito mais violento do que poderá parecer. 
Bad bank e good bank...
Valia a pena, sobretudo, conhecer as relações demasiado próximas que se estabelecem entre sectores da sociedade que, à primeira vista, não deveriam ter qualquer ligação entre si. 
Como por exemplo esta, sacada daqui. 
«Cavaco Silva e Ricardo Salgado tiveram um encontro em 1989, quando o então primeiro-ministro se estreou no Fórum Mundial de Davos. O bar de um pequeno hotel suíço chegou a ser encerrado para Ricardo Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo falarem com Cavaco. Manifestaram vontade de o grupo regressar a Portugal para assumir a seguradora Tranquilidade e o banco da família, que tinha sido nacionalizado em 1975. O que aconteceria em 1991.
Passaram-se os anos do cavaquismo e do guterrismo. Em Janeiro de 2004, Ricardo Salgado convidou para jantar em sua casa, no Estoril, três casais: Durão Barroso (então primeiro-ministro) e Margarida Sousa Uva, Aníbal e Maria Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, com Rita Amaral Cabral, que viria a ser administradora não executiva do BES. 
«O encontro serviu para pressionar Cavaco a candidatar-se às próximas eleições presidenciais", escreveria o 'Expresso' na primeira página. Salgado teria argumentado que, com a difícil situação económico-financeira do País, era benéfico o papel estabilizador de Cavaco em Belém.»  
Impressiona, claro, o desfecho sangrento de várias das situações que vão sendo conhecidas, a fazer lembrar um caso bem recente da noite figueirense
Alguém falou em brandos costumes? 
Quem quiser continuar a viver numa ilusão, é capaz de ser melhor não clicar aqui e ler o post na totalidade…

Para ler...

"Coleccionar links no Verão quente do Ano da Graça de 2014".

«Um funeral, dois nascimentos e um na corda bamba»...

Ainda bem que o Benfica nada tem a ver com o BES...
«A solução tem o carimbo de Frankfurt e é a primeira vez que se estreia na Europa. Matou-se um banco e nasceram dois irmãos: um está destinado a ter vida curta mas nasceu em berço de ouro; o outro será sempre um pária, que se vai arrastar por muitos e bons anos. (...)

A solução gizada e que tem a chancela do Banco Central Europeu e assenta no fundo de resolução, que todos os países da zona euro foram obrigados a criar, para que futuras insolvências de instituições financeiras não venham a ser pagas pelos contribuintes mas sim pelo sistema bancário como um todo. Contudo, o facto desse fundo só ter arrancado no final de 2012 faz com que tenha em caixa pouco menos de 400 milhões de euros. Ora o lindo e novo banco que hoje abriu portas ao público necessita de um capital inicial de 4,9 mil milhões de euros. Os 4,5 mil milhões que faltam virão do fundo de resgate, no valor de 12 mil milhões (dos quais ainda resta um pouco mais de metade), instituído no âmbito do programa de ajustamento de Portugal com a troika e deverão ser taxados a 8,5%, a mesma taxa de juro paga por BPI, BCP e Banif quando recorreram a esta linha de crédito. (...)

Parafraseando Durão Barroso e a sua popular expressão, agora só falta que alguém (ou vários 'alguéns') dê "uma pipa de massa" pelo Novo Banco, para que o Estado (ou melhor, os contribuintes) não acabem a pagar parte dos 4,9 mil milhões de dinheiros públicos que lá foram metidos para o pôr a funcionar. Sim, porque não haja ilusões. Isto é uma nacionalização. Esta magnífica solução privada só funciona porque há milhões de euros do domínio público lá metidos. Veremos, no final, se o Novo Banco é mesmo um lindo cisne, se o banco mau é mesmo mau, se o governador resiste à procela e se os contribuinte se safam de pagar mais um grande exemplo da excelência da gestão privada.» 

De um texto de Nicolau Santos, publicado  no Expresso diário. Via  Entre as brumas da memória.