Agora nada.
Mais poemas.
Para não morrer asfixiado.
Só sei respirar por intermédio das palavras.
José Gomes Ferreira
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Ontem, dia 18, não foi eu que escrevi isto:
“O Carnaval da Figueira mereceu desta vez a atenção da RTP1, através do seu programa “Portugal no Coração”. E, infelizmente, além do incontrolável mau tempo, também o que foi mostrado e dito da Figueira foi de baixo nível. O corso carnavalesco muito fraquinho, embora tivesse exigido muito sacrifício aos participantes por causa da incomodativa chuva e do frio. E as entrevistas feitas no estúdio de Lisboa foram muito pouco significativas, não sendo de molde a evidenciar devidamente os atractivos da nossa terra. Boa nota o espaço dedicado à gastronomia e também para os Reis, Rosa Amélia e João Baião, que tiveram uma actuação constante e apelativa animação que lhes exigiu, decerto, grande esforço físico."
"Mais vale pouco… que nada?!.." E pela bagatela de 150 mil euros, o que é que se podia exigir mais?..