quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um livro apócrifo


Ao que veio no jornal, “os 1 500 exemplares, custaram 16 500 euros”, presumo que ao erário público.
Nestas circunstâncias, o mínimo que se exigia, dado que, ao que disseram, foi coordenado por “um Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, era que fosse historicamente rigoroso e isento.
Nem isso conseguiu ser. Na página 82, pode ler-se: “em 15 de Abril de 2009, foi aprovado por unanimidade em sessão da Junta, e no dia seguinte, igualmente na Assembleia de Freguesia, mas com uma abstenção, do membro da CDU”.
Até aqui tudo bem: rigorosa e historicamente, estava correcto. Mas, não, o tal “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, não resistiu e, aos factos históricos e verdadeiros, acrescentou: “este voto dissonante foi causador de uma certa estranheza. Mas, a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”.
Ora, aqui é que está o busílis: se “a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”, a um “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, o mínimo que se exige é que tivesse sido isento, verdadeiro e rigoroso, isto é, que tivesse dado voz a ambas as partes, na coordenação de uma obra histórica.

Para isso, bastava ter lido a acta da reunião do dia 16 de Abril de 2009 da Assembleia de Freguesia de São Pedro, onde deve constar, presumo eu, que o eleito que se absteve, alertou antes da votação que a matéria em causa tinha sido retirada da reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz, realizada na segunda-feira anterior, por “problemas processuais”.
Recordo, que da agenda da reunião Ordinária de 06-04-2009 da CÂMARA MUNICIPAL da Figueira da Foz, cuja acta pode ser lida na íntegra, clicando aqui, constava inicialmente o seguinte ponto:1 -GABINETE DA PRESIDÊNCIA1.1 -PROJECTO DE LEI N.º 535/X –ELEVAÇÃO DE SÃO PEDRO À CATEGORIA DE VILA DA INICIATIVA DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA. Este ponto, contudo, que era para ter sido discutido e votado nesse dia 6 de Abril de 2009, não chegou a ser, como confirma a edição do dia 7 de Abril de 2009 do Diário de Coimbra, que passo a citar:
“O parecer da câmara municipal sobre a elevação a vila das freguesias de Lavos, S. Pedro e Marinha das Ondas foi ontem adiado, por solicitação do presidente da câmara, que defendeu ser necessário «uma análise mais cuidada». Duarte Silva salientou que S. Pedro faz parte da cidade e assim sendo, não sabe se poderá ser elevada a vila.”
O mesmo assunto foi à sessão camarária figueirense seguinte, realizada 15 dias depois, no dia 20 de Abril de 2009. Aí, sim, foi votado favoravelmente, por unanimidade, apesar das dúvidas que existiam e que persistem até hoje.

Mas, dado que o “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, não fez o que deveria ter sido feito, para respeitar o rigor e a verdade histórica, venho avivar a memória de todos, recorrendo aos jornais da altura.
Lembro, que As Beiras, do dia 13 de Junho de 2009, tem uma local intitulada “Que alguém descalce a bota”, que reza o seguinte:
“OS PROCESSOS de S. Pedro e de Lavos levantam dúvidas legais: são as localidades que são elevadas, e não as freguesias ou concelhos. E em nenhuma das duas freguesias existem lugares com o nome das mesmas e com condições para serem promovidos na classificação. O caso de S. Pedro é menos gritante, uma vez que a freguesia se concentra praticamente no mesmo lugar. Para Carlos Simão, “a freguesia é que foi elevada a vila”. Já Isabel Oliveira reconhece que “nenhuma das localidades que constituem a freguesia de Lavos reúne os requisitos legais para ser vila”. E agora? “Agora, quem fez a proposta que descalce a bota, pois não serei eu a resolver um problema que não criei”, responde a autarca. “As pessoas adoram complicar o que é simples: aquilo que a Assembleia da República aprovou ontem foi uma lei!”, reagiu o deputado Miguel Almeida. Admitiu, a seguir, porém: “o que está em causa é uma questão técnica que eu neste momento não sei responder”. E João Portugal “chutou” para canto: “não comento propostas que não são minhas”. Apesar das tentativas, efectuadas até ao fecho desta edição, não foi possível obter declarações do presidente da Câmara da Figueira, Duarte Silva.”

Estas dúvidas, que ainda hoje continuam por esclarecer, já existiam quando a proposta foi votada na Assembleia de Freguesia de São Pedro, em sessão realizada no dia 16 de Abril de 2009, pelas 21:30 horas, no edifício sede da junta de freguesia de São Pedro.
Como costumo praticar o “crime” de pensar pela minha cabeça e votar obedecendo à minha consciência e não por interesses políticos, populistas, demagógicos e/ou eleitoralistas de ocasião, tomei a posição que a minha consciência me impunha: abster-me.
Deste voto consciente, de que me orgulho, espero ser julgado pela história no futuro, com rigor e com verdade, coisa que um “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, ainda que também coordenador de um livro apócrifo, não soube, não quis, não conseguiu, ou não lhe deixaram fazer.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pensava que estamos em crise!...

foto Pedro Cruz
Estamos em Dezembro, a poucos dias da noite de Natal.
Num feriado, como o de hoje, assiste-se a uma crescente afluência aos centros comerciais para se efectuarem as compras dos presentes.
Ainda era Novembro e já estávamos a ser pressionados a consumir os mais diversos produtos.
A publicidade e o marketing que nos inunda o dia a dia, na televisão, nos jornais, nas revistas, nas ruas, quase que nos abafa... Muitos destes produtos nem sequer fazem falta a ninguém, mas, mesmo assim, quantos de nós, não decidimos comprar só por comprar ... É Natal!.. É Natal!.. "Todos às compras"... É Natal!... Com papas e bolos se enganam os tolos... Estima-se que cada português gaste 390 euros em prendas de Natal!..

Ainda temos o mar!..

foto Pedro CruzCá pela Aldeia da Cova-Gala, nota-se um fenómeno de esgotamento, de cansaço...
Segundo os cérebros, entre 1994 e 2009, houve uma verdadeira cavalgada em São Pedro: a acreditar na verdade única e oficial, até parece que fomos a freguesia que mais cresceu e se desenvolveu em Portugal!..
Tivemos uma mudança demográfica, outra nos costumes, outra na paisagem urbana - cimentou-se, cimentou-se, algo de absolutamente fantástico!..
De repente, porém, chegámos a 2009, e percebemos que não tínhamos inovado nem criado assim tanto!.. Fizemos largos, ruas, rotundas, blocos de apartamentos, colocámos tapetes de alcatrão, construímos o portinho da gala com os armazéns de aprestos, ainda não utilizados, nem inaugurados, e já a caminho da ruína, construímos as passadeiras da praia – mas, qualquer Terra, com um cheque na mão, teria feito isto e muito mais…
Mas não criámos emprego para a juventude, não incentivámos novos projectos, não promovemos novos produtos, não criámos espaços para a cultura e o desporto, não arranjámos condições para a terceira idade... Resumindo: não olhámos para as pessoas da Aldeia da Cova-Gala.
E estivemos próximo de perder muito do que ainda temos: demos cabo de parte da floresta e íamos dando cabo de mais, deixámos quase morrer a pesca, demos cabo da nossa orla marítima, vendemos a nossa verdadeira identidade "por uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma"...
Quatro coisas imperdoáveis, quatro erros históricos.
Mas, a Cova-Gala não está doente.
Está, apenas, dependente…
Por enquanto ainda temos o mar!..

X&Q788


Língua

"Dinis Manuel Alves acha que «não tarda muito a serem precisas aulas para ensinar caligrafia aos adolescentes». Está errado — já são necessárias aulas de caligrafia há muito tempo. Não por causa do grau de economia linguística (a lei do menor esforço em linguística estudava-se com Martinet à vista), mas porque não sei que graça tem isto.

A lei do menor esforço em linguística não significa acabar com as vogais."



FJV

Com a devida vénia, via a origem das espécies

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cova-Gala, a raiz!..

A Cova-Gala, tem origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770.
De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova.
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca.
Apesar do passado de cerca de 250 anos destas duas povoações, a Freguesia de S. Pedro é recente, foi criada em 1985.
A Vila de São Pedro, criada em 5 de Junho de 2009, é a “a povoação de São Pedro ( uma coisa que não existe!..), no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, elevada à categoria de Vila”.
Se duvidam disto, leiam o Diário da República nº. 150, 1ª. Série, Lei nº. 58/2009.
Um Povo que não preserve o seu passado e as suas raízes não tem futuro. E a Cova e a Gala têm um passado de que todos nos devemos orgulhar.
E, temos de saber preservar, com rigor e com verdade, e não ao sabor conjuntural dos interesses politiqueiros, seja de quem for.

Aldeia da Cova-Gala

Foto: Pedro Cruz

Uma entrevista dada há 25 anos, perfeitamente actual. Ouçam o que diz o Zeca...


Via cinco dias

X&Q787


Mariana Imaginário outra vez na TVI

domingo, 6 de dezembro de 2009

Cova-Gala perde em casa por 2-0

Numa tarde imprópria para a prática de qualquer modalidade desportiva realizada ao ar livre, num jogo de muita luta, "disputado num campo que já não se usa", um pelado bastante difícil, com muita água e muita lama, o União de Gavinhos fez valer a sua maior experiência e veio ao Cabedelo vencer por dois golos de diferença, resultado conseguido na segunda metade do encontro, quando se encontrava a jogar a favor do vento .

Porque hoje está mau para o futebol…

foto de Pedro CruzDaqui a pouco, pelas 15 horas, se o pelado deixar, o Cova-Gala vai defrontar a União de Gavinhos, no Complexo Desportivo do Cabedelo, para a Divisão de Honra da AFC.
Porque hoje está mau para o futebol, desporto que eu adorava quando era miúdo, recordo aqui o quanto gostava de jogar à bola nos quintais da Cova-Gala, onde agora está implantado o Bairro Social da foto acima.
Primeiro, porque era nos quintais das traseiras da Terpex (estávamos em 1969. Nessa altura o Desportivo Clube Marítimo da Gala tinha acabado de perder o seu campo de futebol. A Câmara Municipal da Figueira da Foz tinha vendido o terreno, onde este se encontrava, á TERPEX), depois de nos terem roubado o campo de solão para fazer a fábrica , que nos dias de hoje são blocos de apartamentos, que se jogava.
Nem sequer um pelado existia.
Todavia, aqueles eram tempos da esperança e de sonhos!..

A propósito do verdadeiro nome da minha Terra

imagem sacada daqui

Cova-Gala, ainda se escreve com letra maiúscula, ou já se tem de escrever com minúscula?..

sábado, 5 de dezembro de 2009

Rico e pobre


- Algumas diferenças. Há mais, aqui...

Estou completamente baralhado, ajudem-me…

Ontem, no DN, o senhor doutor António Vitorino, de costas na foto, a cumprimentar efusivamente o eng. Sócrates, escreveu isto: “o principal desafio da UE, na óptica dos cidadãos, é o de encontrar respostas para o desemprego estrutural.”
Mas, oh senhor doutor, permita que uma besta, como eu, se interrogue: então, o combate ao desemprego estrutural, em Portugal, não é obrigação do governo português?..
Oh pá, por favor, ajudem-me, como eu estou baralhado…
Então, agora é a Europa que tem resolver os nossos problemas estruturais!...
Oh pá, por favor, ajudem-me, como eu estou baralhado…

aF93

Viva Ary

Via o Cantigueiro, tomei conhecimento que “a noite passada foi de homenagem ao José Carlos Ary dos Santos. No Coliseu dos Recreios de Lisboa.”


Com escreveu um dia o Samuel, "o José Carlos Ary dos Santos era uma força da Natureza, uma espécie de vendaval que levava tudo à sua frente, uma mão que “pousava” nas nossas costas deixando-as prontas para a ortopedia, um imenso amigo, um vozeirão que incomodava meio mundo... “porém morrendo aos poucos de ternura”.

Felizmente, nos finais dos anos 70 do século passado, tive oportunidade de ver o Poeta, ao vivo, a declamar para milhares de pessoas...
Nunca mais esqueci.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fraca sorte


Já são conhecidos os adversários de Portugal para a fase final do Mundial de Futebol a realizar na África do Sul.

Parabéns trovador

Hoje, comemoram-se 40 anos da carreira de um grande senhor da música portuguesa – Pedro Barroso.
Cantor coerente, sempre teve a coragem de querer ser diferente, num país que teima em não reconhecer os que seriam credores do justo tributo.
O Pedro Barroso é um deles!
Canta autor, como agora se diz, Pedro Barroso é dono de uma voz impressionante e de uma sensibilidade musical única.
Parabéns trovador!... E viva quem canta.

Água aumenta 11% em 2010

"A partir de 2010 os figueirenses irão ver as facturas da água inflacionadas em 11%. Ou melhor, em 10,82%, a fazer fé nas palavras do presidente da Câmara da Figueira.
Este, é o terceiro aumento da factura da água decorrente do contrato de concessão com a empresa Águas da Figueira, SA, celebrado em 2004.
Segundo o presidente da Câmara da Figueira, João Ataíde, a fixação do tarifário para 2010 encontra-se “totalmente condicionada por compromissos assumidos pelo anterior executivo”.
A bancada social-democrata quer estudar todas as possibilidades de renegociação do referido contrato, tarifários e plano de investimentos por parte da concessionária."
É pá, vejam lá se ajudam a fazer a renegociação do lindo sarilho que arranjaram, porque senão...