O tema "a falência do nosso sistema político", está presente há muitos anos na democracia portuguesa, mas ganha maior actualidade em véspera de eleições.
Por diversas e variadas razões. As mais óbvias, nas autárquicas 2021 na Figueira, residem no facto da esmagadora maioria dos votantes não saber quem são os números dois das listas à Câmara Municipal.
Apetece dizer, também neste caso: felizes os que ignoram.
Ao abrigo deste voto "esclarecido", para mim é líquido que 90% dos autarcas não são verdadeiramente eleitos, mas sim escolhidos pelos orgãos do respectivo partido ou pelos influentes da lista independente.
Quem controla a estrutura é que manda.
E vocês só votam em quem a meia dúzia (estou a ser generoso...) que tomou conta da máquina o permite.
Mas, há ajudas...
Por exemplo, Zita Seabra (de quem já nem me lembrava que existia.Tenho uma vaga recordação que não pode ver, nem cheirar, frango assado - tal fastio ficou a dever-se ao facto de ter comido quantidades generosas do galináceo quando andava pelo comunismo e vivia na clandestinidade: "era o que toda a gente trazia para as reuniões"), apareceu ontem nestas autárquicas 2021, para aconselhar os figueirenses a escolher o futuro presidente da sua cidade e do seu concelho...
Compreendo o tédio da Zita: a monotonia gastronómica desses tempos vividos na clandestinidade devem ter sido lixados. Porém, tanto fastio intriga-me: quem não tem um bocadinho de carinho por aquilo que comeu, bebeu, leu, curtiu - numa palavra: viveu - nos tempos de juventude?
A azia da Zita, deve ter mais a ver com outra coisa do que o fastio no prato...
"Eles, quando uma pessoa sai do partido, nem nos cumprimentam na rua; eu sei, já o fiz."
Não compreedo porque se atormenta a Zita por os comunistas, depois dela ter saido do partido, não a cumprimentarem.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo... Zita, esta nova Zita, que se habituou a carros de marca, que vai ao cabeleireiro e a restaurantes caros, que foi deputada e vereadora do PSD, quando passa pelo frango assado diz-lhe, ao menos, olá?
Presumo que não. Não vá o galinácio, mesmo morto, reconhecê-la...
Percebo a necesssidade da Zita em encontrar com que se distrair.
Escusava era de ter aparecido ontem na Figueira.
Penso que veio dar mais um tiro no pé de alguém...