quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Essa é que foi essa, como diria o Eça: tanta promessa e nada aonteceu...

Os dois prédios, com seis pisos cada e um total de 24 apartamentos, localizam-se em zona residencial, na avenida Joaquim de Carvalho, junto ao parque das Abadias e defronte das instalações da Divisão Policial da PSP, localizadas num antigo quartel.
Foram construídos em meados da década de 1980, mas encontram-se devolutos há vários anos, com os pisos térreos emparedados, já depois de terem sido vandalizados.
Na reunião de câmara realizada a 25 de Nombro de 2019, a então vice-presidente, Ana Carvalho, anunciou que os dois blocos de apartamentos “estão num fundo do Estado”. Até final de 2020, iriam sofrer obras de reabilitação.
“Vão por frações a arrendar, com renda acessível, virada para a classe média. Não é habitação social, serão praticados preços 10 a 20% abaixo do preço de mercado”, disse Ana Carvalho.
Já o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, disse na altura acreditar que no início de 2021 os blocos de apartamentos “já estavam reabilitados e a ser habitados”.
Entretanto passaram os anos e não conteceu nada. 
Com este investimento, a Figueira da Foz está entre os municípios portugueses que mais investem em habitação pública. Desde o primeiro mandato do presidente da câmara, Santana Lopes (1997 – 2001), que não era lançada nova construção de habitação pública no concelho.
"Esta é uma obra com a qual ficamos todos felizes”, frisou Santana Lopes, na cerimónia da assinatura do contrato da empreitada do Bloco 4. Antes havia dito que “isto [construção e reabilitação de habitação pública] é fazer cidade”. Quando os dois novos blocos estiverem construídos e os outros dois reabilitados e habitados, já ninguém se lembrará da “vergonha” que era o abandono dos antigos prédios de habitação militares, devolutos e degradados há duas décadas, assinalou ainda o presidente da Câmara da Figueira da Foz. “Daqui a 20 anos, ninguém se vai lembrar disto”, vaticinou. Entretanto, defendeu o autarca, “temos de saber celebrar [o que está a ser feito e o que será feito naquela zona da cidade]”. Mas também é tempo de “ter consciência do esforço que está a ser feito pelo concelho”...

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