"Família de Rui Moreira tenta construir empreendimento em terrenos que pertencem ao município..."
Este, foi o dia em que uma parte do eleitorado descobriu que os independentes e impolutos, regeneradores da vida política e da cidadania, enfermam dos mesmos vícios do establishment político-partidário, velho de tantos anos, quantos os anos da democracia...
Os sonhos são o que são: sonhos!
Já lá vão muitos anos, a 25 de Abril de 1974, tive um sonho lindo.
Tinha 20 anos: foi o dia "inicial e limpo" (como diria a Sophia de Mello Breyner)!
Como todos os sonhos, foi isso mesmo: um sonho, bonito, radioso, empolgante, vibrante, esperançoso.
Um bonito e simples sonho que me fez viver com um sorriso durante algum tempo.
Como todos os sonhos, entretanto, foi-se esbatendo...
E, pouco a pouco, de desilusão em desilusão, vou dando conta do retrocesso dos valores de Abril...
Adeus ó 25 da utopia
onde o sonho já morou.
Adeus sonho de encanto,
aquele tão lindo recanto,
onde tanto sonho havia...
Só a saudade ficou...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário