A publicidade, nos dias que correm, é omnipresente.
Lido com ela, como lido com um filme ou com um livro.
Aprecio-a e fico com a minha análise.
Como não sou um consumista, raramente sou levado a adquirir o objecto/serviço anunciado.
Assim como posso elogiar um livro ou um filme, sob o ponto de vista estético, e não concordar com as ideias expressas, em nada me incomoda a apreciação dos méritos de uma boa publicidade, abstendo-me do objectivo a que ela quer chegar.
Sobre esta campanha, que tanto brado tem dado na Figueira, em especial nas redes sociais, apenas tenho a dizer que poderia ter sido uma boa ideia, que foi total e completamente desbaratada.
Imaginem: para que servem a um gajo do Porto, de Lisboa, de Coimbra, da Inglaterra, França, Marrocos ou da China, que chega à Figueira e vê os cartazes que podem ser vistos na imagem abaixo?
No meu entender, para nada.
Nem sequer para aguçar o espírito de descoberta para tentar compreender o que é aquilo quer dizer!...
O que é que diz um cartaz publicitário, como o da imagem acima, a um gajo que não sabe nada da Figueira!..
Para já não focar nos que não sabem ler português!..
Tanto, como a imagem que abre esta postagem.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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