Edição de hoje do jornal AS BEIRAS. Para ver melhor, clicar na imagem |
Tudo passa, no essencial (está a ser assim em Buarcos/S. Julião e vai ser assim, pelo andar da carruagem, em Vila Verde...), pela mediatização dos gestos, a sobrevalorização das aparências e do espectáculo, em detrimento da capacidade de organização e de trabalho, ou da capacidade de projectar algum ideal sobre o futuro da freguesia e do concelho.
E, de degrau em degrau, em 2017, descemos até aos "administradores de ilusões" que nos tentam fazer crer, que a gestão criteriosa da imagem, ou a encenação das atitudes, são muito mais importantes que o conteúdo das coisas, que a realidade, que o verdadeiro ser...
Como se vê, a competência é o que menos importa no cada vez mais pequeno cosmos político figueirense...
A reflexão, que é urgente fazer, em torno da ruptura entre os cidadãos e a democracia (a crescente abstenção é um indicador claro), leva-nos invariavelmente à questão do divórcio entre o cidadão e a política.
A Figueira, nas autárquicas de 2017, vai viver, quase de certeza, um dos piores momentos da sua existência em democracia. Nos últimos anos, fomos governados por políticos medíocres que colocaram a Figueira numa situação praticamente irrelevante a nível nacional e nos transformaram numa cidade e numa sociedade de pessimistas.
O concelho corre o risco de, em outubro de 2017, bater o record da abstenção.
Teria sido necessário, para inverter essa tendência, que tivesse surgido um propósito comum, que se traduziria num efectivo sentido de comunidade e na participação dos cidadãos, indicadores de uma democracia de qualidade, uma democracia onde todos participem e aprendam.
Ainda houve uma "ameaça", mas mais uma vez, a politiquice figueirinhas prevaleceu. Verificou-se o óbvio: é muito difícil aos figueirenses conseguirem um verdadeiro envolvimento colectivo.
Mais tarde ou mais cedo, os figueirinhas terão de compreender, que uma revalorização da democracia no concelho é um desafio que se coloca a todos.
A implementação de políticas de qualidade, ao serviço do desenvolvimento do concelho e da maoiria dos seus habitantes, só será possível com o envolvimento de toda a comunidade. E isso passará por estimular práticas colaborativas e agir estrategicamente.
Todos temos de perceber e fazer entender aos políticos, que o essencial é que o concelho, no seu conjunto, se envolva. Que o mesmo é dizer, é fundamental envolver o concelho.
Precisamos fazer ver aos políticos figueirense que têm de fazer muito mais para merecerem o voto do concelho.
Não é descrendo do exercício do direito de cidadania que colaboraremos na construção do progresso e da identidade da Figueira da Foz.
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