Via Diário as Beiras
terça-feira, 31 de maio de 2022
“A arte xávega está em risco”
O que estava em causa era a possibilidade de ser ou não, de uma vez por todas, remediada a lenta agonia e o progressivo desaparecimento da "Pesca de Cerco e Alar para Terra" ("Arte-Xávega"), e a possibilidade de ser ou não evitado o fim das suas elegantíssimas embarcações em forma de "meia-lua" ("o mais belo barco do mundo" segundo Alfredo Pinheiro Marques, "a embarcação mais interessante da Europa", segundo Fernando Alonso Romero, o extraordinário e fascinante "Barco-do-Mar", ou "Barco-da-Arte", usado desde há séculos nos litorais portugueses do Extremo Ocidente Peninsular e que, ainda hoje, ostenta a sua orgulhosa proa desde Espinho até à Praia da Vieira), e a possibilidade de ser ou não evitado o fim das comunidades dos homens, mulheres e famílias que fazem dessa "Arte" secular uma realidade viva e identitária de Portugal.
José Vieira. foto sacada daqui |
O presidente da Associação Portuguesa da Xávega, José Vieira, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, defendeu regras diferenciadas para aquele tipo de pesca, recusando a legislação que a enquadra com a pesca de cerco, apesar de não ter direito aos apoios que esta tem.
Não é para apelidar ninguém de "vendido", "comprado" ou "mamão"...
Ao reagir à derrota, no sábado, Jorge Moreira da Silva deixou no ar a hipótese de um dia voltar a ser candidato...
PSD: Eleição de Montenegro teve o menor número de militantes a votar em diretas com confronto de candidatos.
A ideia de que o PSD estava a encarar com alguma indiferença a batalha pela liderança entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva confirmou-se nos números. Numa eleição com mais do que um candidato nunca tão poucos votaram.
segunda-feira, 30 de maio de 2022
A chico-espertice ao seu melhor nível...
"Privados querem que exames pesem menos no acesso ao Superior".
Primeiro: inflacionaram as notas artificialmente para ganharem vantagem no acesso ao ensino superior público. Agora, querem a redução do peso do único instrumento que pode nivelar e repor alguma justiça nesse mesmo acesso.
Um pormenor delicioso, pelo ridículo, do tempo do salazarismo
Atenção ao preciosismo: não era uma licença por isqueiro, mas sim por utilizador.
Por exemplo, uma família de oito elementos que partilhasse um único isqueiro, para estar legal, precisaria de oito licenças! Para legitimar tal aberração foi publicado em Novembro de 1937, o Decreto-lei nº 28219, que estabelecia que qualquer cidadão, para poder utilizar isqueiros em público, tinha que possuir uma licença. Este documento tinha de ser passado por uma Repartição de Finanças.
Até ao 25 de Abril de 1974 era obrigatória essa licença anual de uso de isqueiros. Já nesse tempo, os governos tinham maneiras estranhas de sacar dinheiro ao pessoal. Mas o mais, digamos assim, interessante, é o que está escrito no próprio documento: o apelo à denúncia, premiando o acto com 15% do valor da multa!.. Para os que não têm memória, cá está, no seu melhor, a pureza do regime salazarista-caetanista: o incentivo à bufaria.
Será que o uso do isqueiro era subversivo?..
Claro que não: a licença para usar o isqueiro visava algo muito simples: era uma medida protecionista implementada pelo regime do Estado Novo, visando a proteção do monopólio da indústria fosforeira nacional face à importação de isqueiros e acendedores.
Como se dizia na minha juventude: "com as calças do meu pai também eu era um homem"!
Morreu Carlos Cidade, antigo sindicalista coordenador, político e vereador em Coimbra
Na altura em que, de forma acidental, tomei conhecimento da notícia, estava na cavaqueira com uma pessoa amiga numa esplanada. Fiquei, naturalmente, mais do que admirado, verdadeiramente chocado.
Depois do choque, fiz buscas na internet para tentar perceber o que tinha acontecido. Segundo o presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, Nuno Moita, também presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, «na sexta-feira, Carlos Manuel Dias Cidade foi internado numa unidade do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo sido vitimado pela covid-19, com “outras complicações” de saúde associadas.»
No actual executivo municipal presidido por José Manuel Silva, eleito em 2021 pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/NC/PPM/Aliança/RIR/VOLT), Carlos Cidade, antigo vice-presidente da Câmara, exercia a função de vereador sem pelouros atribuídos.
No anterior mandato autárquico (2017-2021), com o socialista Manuel Machado na presidência, ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal.
Segundo a página do município na Internet, Carlos Cidade era membro da Comissão Nacional e da Comissão Política Distrital de Coimbra do PS, tendo ainda presidido em mandatos sucessivos à Comissão Política Concelhia.
Em dezembro, Carlos Cidade demitiu-se da liderança local do partido na sequência da escolha dos candidatos a deputados do PS por Coimbra às legislativas de janeiro, processo em que foi preterido e cuja lista seria encabeçada pela ministra da Saúde, Marta Temido, tal como nas eleições de 2019.
Carlos Cidade era licenciado em Direito pelo Instituto Superior Bissaya Barreto, de Coimbra.
Pós-graduado em Direito do Ordenamento do Território, Urbanismo e Ambiente pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, exercia a atividade profissional no Departamento Jurídico da Águas do Centro Litoral.
Entre outros cargos públicos, no plano autárquico, exerceu igualmente as funções de adjunto e de chefe de gabinete do então presidente da Câmara de Coimbra Manuel Machado, entre 1994 e 2002.
Antigo militante do PCP, do qual se afastou na década de 1990, Carlos Cidade exerceu também funções de dirigente sindical da CGTP, entre 1980 e 1993, tendo assumido a coordenação da União dos Sindicatos de Coimbra (USC) durante vários anos.
Carlos Cidade fez parte comigo de uma direcção do então Sindicato dos Empregados de Escritório de Coimbra, nos idos anos da década de 80 do século passado. Mantivemos o contacto durante vários anos. Depois, a vida afastou-nos.
A última vez em que nos cruzámos foi no Tribunal de Coimbra, já lá vão uns anos. Na altura, perguntei-lhe, em jeito de brincadeira, se faltava muito para a inauguração do Aeroporto Manuel Machado, ao que o Carlos Cidade respondeu "que já tinha faltado mais"...
E, assim, sem o saber, nos despedimos.
Para a família e amigos, aos seus companheiros e camaradas, fica o meu pesar pelo súbito falecimento do Carlos Cidade.
domingo, 29 de maio de 2022
"A vida continua. O tempo encarrega-se sempre de repor a verdade!" E agora PSD Figueira?
Via Paulo Pinto, Presidente da mesa do Plenário de secção...
Na foto (sacada daqui) Ricardo Silva, único vereador PSD na Figueira da Foz em 2022. |
sábado, 28 de maio de 2022
Quem eram os informadores da PIDE, onde estavam e porque delatavam?
Se o Milhazes vivesse na Figueira tinha coragem de dizer o que disse em directo na SIC?..
"Em horário nobre, perante a incredulidade de Clara de Sousa, mas mantendo uma expressão deliciosamente neutra, José Milhazes traduziu em direto o que milhares de jovens num concerto punk estavam a gritar.
Foi um momento extraordinário.
Por ter provado da forma menos subtil o quanto estamos formatados a uma comunicação sem rasgo.
Todos nós dizemos a mesma coisa.
Todos nós alinhamos os mesmos alinhamentos.
Todos nós escolhemos as mesmas palavras, a mesma retórica, a mesma estratégia de comunicação, o mesmo modo de chegar a quem nos lê, ouve ou vê.
O “caralho” dito por José Milhazes em direto na SIC foi, por tudo isso, um momento revelador.
E isso é importante que seja dito.
Também eu me ri muito.
Também eu revi o momento mais de dez vezes.
Também eu mostrei a amigos e aos filhos mais velhos.
Também eu partilhei.
Também eu vi os memes, os bordados de ponto cruz, as canecas, as t-shirts.
Também eu vi a inconfundível cara do Milhazes plasmada um pouco por todo o lado.
Foi como se uma panela de pressão tivesse esgotado a sua capacidade de aguentar mais. O país descomprimiu da guerra e da pressão de carregarmos todos os dias o mundo às costas, os portugueses respiraram fundo e abraçaram a autenticidade e a rutura com o que todos os dias nos entra por um ouvido e nos sai por outro.
Ouvimos, mas deixámos de ouvir.
Olhamos, mas não vemos.
Banalizámos as imagens.
Não tropeçamos no que nos dizem porque as palavras são uma música com uma batida igual todos os dias.
Foi um momento alto da carreira de José Milhazes por nos ter provado o que já sabíamos, mas não conseguíamos explicar.
Queremos comunicadores que nos desinquietem os sentidos, que nos abanem, que nos virem do avesso e nos retirem da zona de conforto.
Ao dizer um palavrão em prime time percebemos o quanto estávamos precisados de ser despertos.
Que a metáfora seja o princípio para algumas mudanças.
Que se inventem novas palavras que nos expliquem o mundo.
Que surjam pessoas com a capacidade de não dizerem o óbvio, de não soletrarem o abecedário das cartilhas que nos adormecem.
E que este “caralho” revelador possa transformar-se no futuro em novos modos de comunicar que não precisem de usar asneiras para nos despertarem os sentidos.
Esse será o desafio.
Novas palavras.
Novos protagonistas.
Novos modos de comunicar, de pensar, de contar sobre o mundo.
Se isso for conseguido o país ficará mais desperto para o que se diz e para o modo como se diz."
Só para lembrar, pois poucos vão dar por isso...
Imagem via Diário de Notícias
Vai confirmar-se que o PSD "caminha a passos láparos para um futuro montenegro, onde haverá choro e rangel de dentes"?..
Da pobreza de espírito dos ricos de cá
«O país tem que ter uma estratégia. Todos concordam que temos que qualificar o turismo. Ninguém quer turismo de mochila. Queremos qualificar o turismo. Se queremos qualificar o turismo, não vamos querer turistas que queiram andar de Metro. Porque ninguém vai à Louis Vuitton de Metro»
Álvaro Covões, sobre o fecho da Avenida da Liberdade ao trânsito nos domingos e feriados, recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa.«Somos um país tão pobre, tão pobre, que, a falar de "ricos", parecemos os copistas na idade média a desenhar os povos do fim do mundo com três cabeças e cauda. Nem fazem ideia que a classe média-alta anda toda de metro nos países ricos. A coisa é de tal modo ignorante que só conseguem imaginar os "ricos" com os hábitos das gentes de cá, que andam de carro no trânsito das grandes cidades e, cheios de ansiedade social, compram Louis Vuitton para que ninguém os confunda com os mais pobres que eles».
Luís Gaspar (facebook), via Ladrões de Bicicletas
sexta-feira, 27 de maio de 2022
"Manuel Pereira da Costa, acredita que, em 2025, Santana Lopes será o candidato do PSD à Câmara da Figueira da Foz"
Via Diário as Beiras
Nota de rodapé.quinta-feira, 26 de maio de 2022
“Sem-abrigo” ou “pessoa em situação de sem-abrigo”?
A Resolução do Conselho de Ministros nº107/2017, de 25 de julho, define o que é uma "pessoa em situação de sem-abrigo".
"Considera-se PESSOA EM SITUAÇÃO DE SEM-ABRIGO aquela que, independentemente da sua nacionalidade, origem racial ou étnica, religião, idade, sexo, orientação sexual, condição socioeconómica e condição de saúde física e mental, se encontre:
Sem teto, vivendo no espaço público, alojada em abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário;
Espaço público – espaços de utilização pública como jardins, estações de metro/camionagem, paragens de autocarro, estacionamentos, passeios, viadutos, pontes ou outros;
Abrigo de emergência – qualquer equipamento que acolha, de imediato, gratuitamente e por períodos de curta duração, pessoas que não tenham acesso a outro local de pernoita;
Local precário – local que, devido às condições em que se encontra permita uma utilização pública, tais como: carros abandonados, vãos de escada, entradas de prédios, fábricas e prédios abandonados, casas abandonadas ou outros.
ou
Sem casa, encontrando-se em alojamento temporário destinado para o efeito:
Alojamento temporário – equipamento que acolha pessoas que não tenham acesso a um alojamento permanente e que promova a sua inserção. Corresponde, por exemplo, à resposta social da nomenclatura da Segurança Social ou outras de natureza similar, designada por Centro de Alojamento Temporário: “resposta social, desenvolvida em equipamento, que visa o acolhimento, por um período de tempo limitado, de pessoas adultas em situação de carência, tendo em vista o encaminhamento para a resposta social mais adequada.”
A pandemia, no passado recente, foi também a culpada pelo aumento de pessoas sem-abrigo. Quando o país se viu obrigado ao confinamento, a economia fechou e muitas pessoas que já estavam em situação de vulnerabilidade e em precariedade laboral, acabaram numa situação de sem-abrigo.
Os pedidos de ajuda multiplicaram-se, sobretudo de famílias, num ano de 2020 apelidado de "dramático" pelas associações que prestam auxílio. Os dados oficiais, que reportam a 2020, indicam 8107 pessoas na condição de sem-abrigo em Portugal.
O director-geral do Centro de Acolhimento de Sem-Abrigo (CASA) admitiu em Janeiro passado, «que nos últimos dois anos houve um aumento em cerca de 40% do número de pessoas que foram pedir ajuda à associação, sobretudo famílias, uma percentagem que chegou aos 75% entre as pessoas sem-abrigo.
"Apareceram pessoas com características novas, muito mais estrangeiros, pessoas que trabalhavam na hotelaria, por exemplo, e que ficaram desprovidas de apoios e foram à procura de ajuda noutros locais".
Neste momento, o número de pessoas sem-abrigo anda próximo da realidade antes da pandemia.
Via o Diário as Beiras, fica uma notícia sobre o assunto na Figueira. Assunto, esse, que talvez por nos ser incomodo, nem sempre está muito presente na nossa realidade e no nosso pensamento.
quarta-feira, 25 de maio de 2022
20 anos de CAE
A importância do CAE
Se recuarmos à segunda década dos anos 80 do século passado, verificamos que durante cerca de 10 anos (1986 a 1995) houve em Portugal um acentuado investimento em recintos culturais, por parte das autarquias locais. A Figueira, como tem sido habitual, apanhou também esta onda com alguns anos de atraso. O Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz abriu em 2002. Comemora no próximo dia 1 de Junho 20 anos.
Imagem via Diário as Beiras |
Em 1999, com Santana Lopes como presidente, a Câmara Municipal da Figueira da Foz adquiriu a Quinta da Olaias, um espaço junto ao edifício do Museu e Biblioteca e ao Parque das Abadias, por 1 500 000 €. O objectivo era construir um centro de artes e espectáculos. Santana Lopes, sabia que a Figueira da Foz precisava de um espaço capaz de receber com dignidade grandes produções, grandes espectáculos e concertos.
A primeira “pedra” foi lançada a 5 de Novembro de 2000. Todavia, o processo que levou à construção do CAE não foi pacífico, por questões políticas e financeiras. A aprovação do CAE, prevista no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, foi suspensa durante um mês, por intervenção directa do Secretário de Estado do Planeamento. Porém, Santana Lopes nunca desistiu. A sua determinação na defesa da candidatura da construção do CAE, levou o Governo a criar um Programa de Valorização Territorial, uma novidade do III QCA, para poder enquadrar nesse programa o investimento do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
O processo de construção do CAE, depois de submetido ao III Quadro Comunitário de Apoio, lá se candidatou a fundos comunitários. O projecto foi aprovado. O investimento foi de 10 milhões de euros, comparticipado em 50% pelos fundos comunitários. Os outros 50 %, vieram da Administração Central (25 %) e do Município figueirense(25%).
Foi assim, depois de mais algumas peripécias que aconteceram pelo meio, que foi possível inaugurar o CAE no dia 1 de Junho de 2002, já com o falecido eng. Duarte Silva como presidente da autarquia figueirense.
No início, a gestão do CAE esteve a cargo da Câmara Municipal. Entretanto, também para tornear dificuldades que tinham ver com a dependência do orçamento camarário, a autarquia figueirense passou o CAE para a gestão da Figueira Grande Turismo EM.
Depois da extinção da FGT voltou para a tutela da CMFF, que é a quem compete a manutenção deste equipamento cultural de forma a permitir que o seu funcionamento decorra com todas as condições de segurança.
Um equipamento cultural, como o CAE, assume papel insubstituível na promoção do desenvolvimento do nosso concelho. A cultura é fundamental no desenvolvimento local.
Passados 18 anos, a oferta de serviços culturais proporcionada pelo CAE, contribuiu para melhorar a qualidade de vida dos figueirenses e assumiu-se como um elemento de reforço da competitividade do concelho da Figueira, ao promover a sua imagem e a sua visibilidade no exterior.
Imagem via Diário as Beiras |
Proponho um brinde...
À queima - ou queimódromo ou borrachódromo. O que queiram chamar-lhe: depende de cada um...
«A tradição académica da visita dos estudantes do Ensino Superior às escolas que frequentaram no Secundário em Coimbra não correu da melhor forma em alguns estabelecimentos como foi o caso da Escola Avelar Brotero onde foram lançados petardos e praticados actos de vandalismo, como relatou ao Diário de Coimbra o sub-director deste estabelecimento de ensino, António Miranda. Também na Escola Secundária José Falcão ocorreram «excessos e muita sujidade», de acordo com o sub-director José Dias.»terça-feira, 24 de maio de 2022
TERÇAS COM POESIA - Quinta das Olaias, com Andreia C. Faria
Hoje, dia 24 de maio é dia de mais uma sessão de «Terças com Poesia» com a poeta portuguesa, Andreia C. Faria (Porto, 1984), galardoada com o Prémio Autores de 2018 e com o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2019.
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Para quem gosta de política: "CCD substitui Malta do Viso e organiza Festa da Sardinha na Figueira da Foz"
A associação Malta do Viso anunciou, esta manhã, em conferência de imprensa, o cancelamento da Festa da Sardinha, agendada para os dias 9, 10 e 11 de junho, no Coliseu Figueirense.
Entretanto, Pedro Santana Lopes garante que o Centro de Cultura e Desporto (CCD) dos Trabalhadores da Câmara da Figueira da Foz assumem a organização do evento, na mesma data, na Praça João Ataíde.
Para quem gosta de política. Hoje a notícia é: "Festa da sardinha foi cancelada..." Para amanhã é capaz de haver mais notícias...
Via Diário as Beiras: "Malta do Viso cancela Festa da Sardinha na Figueira da Foz".
As guerras...
domingo, 22 de maio de 2022
sábado, 21 de maio de 2022
A praia da Figueira, plano de urbanização do engenheiro Almeida Garret e as dúvidas e interrogações do engenheiro José Redondo, chefe da repartição técnica da CMFF em 1962
"Em 1966, a 30 de outubro, foram inaugurados os 2 molhes, com um custo de 70.000 contos. Após a construção destes molhes, a praia cresceu progressivamente, em resultado das areias provenientes da zona costeira a norte do cabo Mondego. Em contrapartida, a sul da foz do Mondego, o mar avançou perigosamente." (Foto e legenda via Fernando Curado) |
Saraiva Santos, 2015, in "A indústria da pasta de celulose na história da Figueira"
Em março de 1962, o chefe da repartição técnica da CMFF, engenheiro José Redondo escreveu num parecer sobre o plano de urbanização do engenheiro Almeida Garrett:
(...) " manter-se-á a praia nas condições próximas das presentes, de tal modo que a avenida possa continuar a ser, de facto, uma avenida marginal?
Crescerá a praia de tal modo que venhamos a ter, até ao mar, um areal imenso, desértico, incómodo e impróprio para veraneio, perdendo assim a Figueira o seu principal motivo de atração?
(...) virão as obras do porto proporcionar, realmente, o surto de progresso em que a cidade, há mais de um século almeja ?
Ou serão, pelo contrário, essas obras motivo de um retrocesso de atividades, pela perda da riqueza que a praia vem, desde há muitos anos, proporcionando?
(...) Porque não se julgue que será alguma vez viável estar a pensar numa marginal já com o distanciamento do atual, para ter em conta o assoreamento que as obras exteriores do porto venham a provocar.
(...) A Figueira não pode estar a cada dois ou três decenios a mudar umas tantas dezenas de metros a sua avenida marginal e o respectivo equipamento. (...) Se em 20 anos, como afirma o LNEC, a praia vai crescer 400 ou 500 metros, como pode a Figueira pensar noutra avenida que acompanhe essa progressão para o mar".
20 de Maio de 2022 - Três Efemérides, num Dia Só...
"O dia 20 de Maio é o dia em que, em Portugal, ocorrem três efemérides ...embora só uma delas seja celebrada... Três efemérides que, por acaso, se dá o acaso de coincidirem, temporalmente, no mesmo dia. Numa coincidência que é semelhante à da noite do dia 17 de Dezembro de 1961... (o Dia do Destino Português...), e do poema de Sophia de Mello Breyner Andresen que nessa noite estava a ser escrito... acerca do que é a verdadeira grandeza, humana, e do que é o verdadeiro pranto, histórico, e do que é a tragédia, paradoxal, da verdadeira História de Portugal, e dos Portugueses, e da sua expansão ultramarina, e do seu lugar e da sua presença no mundo...
A primeira dessas efemérides (mas que ninguém comemora...) é a do assassínio, em 20 de Maio de 1449, da figura mais significativa e interessante da História de Portugal, o Infante Dom Pedro de Coimbra, o responsável pioneiro da estruturação (legal e administrativa) do Estado Português (e da coragem de, através dessa estruturação, enfrentar o Feudalismo...), e o verdadeiro responsável pioneiro do incentivo e da organização do "Mar Português", dos Descobrimentos Geográficos e da Expansão Ultramarina Portuguesa (assassinado em 1449, em Alfarrobeira, às portas de Lisboa, faz, neste ano de 2022, quinhentos e setenta e três [573] anos).
A segunda dessas efemérides (sempre institucionalmente comemorada...) é a do dia que é considerado como o "Dia da Marinha Portuguesa", o qual todos os anos é sempre festejado neste dia 20 do mês de Maio devido a ser o dia em que se considera que em 20 de Maio de 1498 chegou à Índia — abrindo pela primeira vez o caminho marítimo entre a Europa e o Índico — a expedição portuguesa, da Ordem de Santiago da Espada, vulgarmente conhecida como a "Viagem de Vasco da Gama". A expedição dos Gamas (Paulo e Vasco da Gama), que, apesar de todos os atrasos, até acabou por ser realizada, e teve lugar em 1497-1499 (e, no fim, após a morte de Paulo da Gama, acabou por ser dela considerado responsável o seu irmão que o acompanhava e que sobreviveu, Vasco da Gama), e foi uma expedição que havia sido preparada pelo neto desse antigo Regente Infante Dom Pedro de Coimbra assassinado em Alfarrobeira, e seu herdeiro e continuador (pessoal, patrimonial e político) — herdeiro e continuador, quer na política interna, quer na política ultramarina — o “Príncipe Perfeito” Rei Dom João II.
Essa chegada à Índia nessa expedição de 1497-1499 dita "de Vasco da Gama" (que faz agora quinhentos e vinte e quatro [524] anos) ficou para sempre célebre, e é sempre celebrada — como uma das datas mais importantes e mais gloriosas da História de Portugal —, embora sobre ela existem enormíssimas dúvidas, e óbvias lacunas, que nunca são apontadas, apreciadas e esclarecidas... — e embora estejam à frente dos olhos de toda a gente as óbvias censuras e manipulações que acerca dela foram feitas "a posteriori"… (assim se originando o chamado "mistério de Vasco da Gama"... que quase tudo e todos, em Portugal, se têm afanosamente dedicado a silenciar e a tentar esconder, como se não existisse).
E essa expedição dos Gamas nem sequer terá chegado à Índia no dia 20 de Maio de 1498, e sim no dia 17 ou 18 de Maio de 1498... Mas a deslocação da efeméride um par de dias mais para a frente, na calendarização oficial (de 18 de Maio para 20 de Maio), para efeitos públicos e institucionais, teve a utilidade de assim se conseguir que o dia 20 de Maio, em Portugal, todos os anos, pudesse ser evocado e celebrado por outra qualquer coisa de significativo (e até glorioso...), em vez de ser evocado como o dia do assassínio do Infante Dom Pedro, o da "Virtuosa Benfeitoria", em Alfarrobeira, no episódio que ficou célebre como "Fartar, Vilanagem!"…
Preferiu-se comemorar a "Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia", em vez de comemorar "Fartar, Vilanagem!"…
A terceira dessas efemérides (mas que ninguém comemora...) é a do dia 20 de Maio de 1801, o dia em que foi conquistada (e assim ficou para sempre), pelo exército de Espanha comandado por Manuel Godoy (no âmbito da ridícula campanha da "Guerra das Laranjas"...), a praça portuguesa de Olivença — a praça militar isolada do lado de lá do Guadiana que desde há muito se encontrava ao abandono por parte dos Reis portugueses da Casa de Bragança... (os novos reis que, desde 1640, estavam instalados não somente em Vila Viçosa mas também em Lisboa, e aí viviam das riquezas do ouro e dos diamantes do Brasil…). Ao abandono... com a ponte Ajuda, que era o cordão umbilical que ligava Olivença a Portugal, destruída desde 1709, e nunca reconstruída... com uma guarnição somente de 200 milicianos… com um governador, mercenário francês, Jules César Auguste de Chermont, que logo se rendeu... etc.)
A ponte Ajuda construída no tempo do Rei português Dom Manuel nos inícios do século XVI (construção belissimamente estudada no livro do historiador local Luis Alfonso Limpo Píriz)... destruídos os seus arcos centrais em 1709, e deixada assim... sem reconstrução, durante um século…! Durante o século em que a Portugal afluíram os abundantes ouros do Brasil, e por todo o lado foram erguidas as faraónicas obras religiosas portuguesas, de Mafra, etc., com as suas talhas douradas...!
Abandono, e desleixo, à portuguesa. Até que Olivença, por isso, ficou de todo estrangulada na sua ligação ao lado de cá do rio... e se perdeu para Portugal.
Foi assim o futuro de Portugal…
Em Portugal, quem ganhou, para sempre, foi a Casa de Bragança... e não a Casa de Coimbra do Infante Dom Pedro de Alfarrobeira e do seu neto Rei Dom João II...
E assim se criou um país que ficou para sempre subdesenvolvido e insustentável.
Hoje, 20 de Maio de 2022, completam-se quinhentos e setenta e três [573] anos da morte de uma das figuras mais decisivas e mais importantes (e, na sua multifacetada identidade, ao mesmo tempo homem de pensamento e homem de acção, a mais fascinante de todas as personalidades individuais) da História Nacional Portuguesa, o INFANTE DOM PEDRO DE AVIS E LANCASTRE (1392-1449), Regente da Coroa de Portugal (1439-1448), viajante das "Sete Partidas do Mundo" (Europa, 1425-1428), Duque de Coimbra, Senhor de Montemor, Buarcos, Aveiro, etc. (Beira Litoral, 1411-1415-1449)… o verdadeiro precursor da "glória e grandeza" futura de Portugal (como lhe viria a chamar Sophia de Mello Breyner Andresen): o precursor da criação do moderno Estado Português (as "Ordenações Afonsinas" de 1446, e a protecção dos concelhos municipais e das actividades económicas produtivas, do mercado e dos mercadores e pescadores), o precursor do efectivo lançamento dos Descobrimentos e Expansão Ultramarina Portuguesa (os verdadeiros Descobrimentos Geográficos do desconhecido, e as verdadeiras colonizações das Ilhas Atlânticas, e a encomenda para Portugal do mapa veneziano de Fra Mauro, origem do futuro "Plano da Índia", o plano que veio a ser conceptualizado e organizado na década de 40 do século XV pelo seu neto e herdeiro o "Príncipe Perfeito" Rei Dom João II), e o precursor da autêntica criação do vocabulário cultural e abstracto da Língua Portuguesa ("Livro da Virtuosa Benfeitoria", c.1431) e de tantos outros avanços culturais que, com o tempo, secularmente, vieram a ser os paradigmáticos para a identidade nacional portuguesa (a inspiração para os Painéis de Nuno Gonçalves de c.1445, a continuidade das obras do Mosteiro da Batalha como panteão nacional, etc.).
O Infante Dom Pedro, sobre a memória do qual — e sobre o carácter exemplar e simbólico dessa memória, verdadeiramente profética para o futuro de Portugal e da sua História (uma memória que, por isso, depois do seu assassínio, ficou a pairar, como um fantasma, para sempre, nessa História...) — tem desde sempre sido insidiosamente mantida e reforçada (ora silentemente disfarçada nos bastidores escuros dos claustros clericais e pseudo-progressistas, universitários e "académicos"… ora trombeteadamente massificada nas algazarras dos festivais das "Comemorações" oficiais…) uma "Maldição" destinada a perpetuar o seu silenciamento e a sua censura (à "boa maneira portuguesa", discretamente, escondendo a mão…)… através do silenciamento e da censura (através da perseguição pessoal, profissional e política) contra quem quer que tenha a coragem de tentar resgatar essa "Maldição da Memória" em curso desde há séculos.
Uma "Maldição" destinada a perpetuar sobretudo o silenciamento do exemplo cívico e do significado da sua figura. Uma maldição destinada a silenciar a História, memória e exemplo do Passado, para libertação do Futuro...
Mas uma maldição que não vai ter êxito... Essa figura histórica do Infante Dom Pedro, devido a esse seu exemplo cívico, está viva, e assim vai continuar para sempre... porque, ainda hoje (e para sempre), fala com a sua própria voz...
Agora, no século XXI, até pode enviar "tweets" (condensados a partir do seu "Livro da Virtuosa Benfeitoria" e de outros textos seus)...
Magia da Escrita, contra a Maldição da Memória... 1449-2022..."
CENTRO DE ESTUDOS DO MAR - CEMAR.