"PS figueirense ao rubro...", uma postagem ontem publicada quase no final do dia, atingiu em poucas horas milhares de visualizações.
Recebi várias manifestações.
Destaco duas. Obviamente, sem citar nomes.
1. "Não sei se lhe fica bem tanto rigor nos relatos"...
2. "Li mais de 3 vezes. Está muito bem escrito"...
Não posso deixar de manifestar regozijo.
Sobretudo, pelo rigor das fontes da ANC-Caralhete News!
Quantas vezes, sem darmos por isso, procuramos um dado percurso porque ao percorrê-lo encontramos algo que nos põe bem dispostos!..
Como que somos impelidos a ir por ali...
Somos seres humanos. Como tal, é natural a procura do que nos conforta.
Nunca nos conformamos com o cinzentismo da adversidade.
Apesar de terem transformado a Praia da Claridade na Praia da Calamidade, a Figueira não pode continuar a ser uma fatalidade!..
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
(Extractos do Poema Cântico Negro, de José Régio)
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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