Hoje em dia, não existem na nossa Terra, muitas actividades que ocupem lugar tão central no gosto da população, como o futebol.
Se calhar, porque não existem muitas outras actividade culturais, recreativas e desportivas...
Mas, essa discussão terá de ficar para ocasião mais apropriada.
Contudo, não tem de ser necessariamente um factor negativo, uma Terra vibrar por uma equipa de futebol!..
Ricos e pobres, gente de idades diferentes, de profissões diversas, de gostos desencontrados, podem perfeitamente unir-se pelo interesse pelo futebol da Terra.
Daí que, face à importância que um simples jogo de futebol local assume, talvez seja necessário pensar e redimensionar a importância do futebol nas nossas vidas.
Mas, talvez a melhor maneira de pensar sobre o futebol local, seja a meio da semana, quando a bola pára!..
Trata-se, sem dúvida, de uma reflexão que tem de ultrapassar o momento dos jogos, tendo em conta, porém, que o futebol vai muito para lá daquilo que se disputa dentro das quatro linhas.
Todavia, não se infira daqui, que o ideal é afastarmo-nos dos campos onde se jogam os desafios.
Pelo contrário.
Daí, que a promoção e divulgação que fazemos neste blog ao futebol da nossa Terra, seja exactamente para captar a atenção dos habitantes e levá-los ao campo.
Sem deixar de pensar nisto, vamos em frente.
A este nível, o futebol continua a ser apenas um mero
jogo.
Aqui, na nossa Terra, longe dos holofotes do mediatismo, longe dos grandes palcos e das grandes multidões, longe do profissionalismo principescamente pago, existe um outro futebol, com menos qualidade física e técnica é certo, mas, igualmente, capaz de despertar as grandes emoções de um desporto que, também, é rei.
Daí, a divulgação que tem no
OUTRA MARGEM, este magnífico espectáculo que é o futebol regional.
Há trinta anos atrás, quando apenas a televisão nos oferecia as finais da Taça de Inglaterra e da Taça dos Campeões, e nem a maioria dos jogos da selecção nacional eram objecto de transmissão directa, a única forma que grande parte do país tinha de assistir a um jogo de futebol era deslocar-se nos domingos à tarde ao campo (na maioria das vezes de terra batida) da sua terra, e aí vibrar com os golos, as defesas, os pénaltis (assinalados e por assinalar), com a curiosa vantagem de poder falar bem aos ouvidos do fiscal de linha, do treinador e, eventualmente, até poder discutir com ele ou com os jogadores, no dia seguinte à mesa do café, as incidências da partida.
Os tempos mudaram e, ao que parece, isso agora realiza-se nos blogs – o que é pena.
Desde há uns anos para cá, porém, com a exagerada profusão de jogos nos canais da televisão por cabo, com a qualidade dos protagonistas de ligas como a inglesa, a espanhola ou a italiana, o público português (e, isso na nossa Terra também aconteceu) virou as costas ao futebol amador ou semi-profissional.
Aliás, virou as costas a todos os estádios, pois mesmo na Liga principal as assistências são escandalosamente fracas,
Veja-se, para não irmos mais longe, o que se passa nos jogos da Naval em casa!..
O que podem fazer os pequenos clubes como o Cova-Gala perante isto?
Talvez não muito.
Mas, pelo menos, tentar não deixar destruir as suas raízes de base, que sociologicamente se encontram nos despiques entre localidades vizinhas.