"Três anos à espera de resposta" é uma "estória" do quotidiano, que poderia ter infernizado a vida a qualquer um de nós. Está hoje contada no jornal AS BEIRAS.
No dia 17 de maio de 2015, Carlos de Oliveira Gomes seguia viagem no seu Mercedes de 1984 importado e recentemente adquirido em direcção a São Pedro, vila da margem sul da Figueira da Foz. Quando atravessava a Ponte Edgar Cardoso, cerca das 14H00, caiu um poste de iluminação na via, no qual embateu. Saiu ileso do acidente, mas a viatura com que sempre sonhara sofreu as consequências do choque. Quase três anos depois, o serralheiro mecânico de Vila Verde, freguesia da zona norte da Figueira da Foz, continua à espera de ser ressarcido pelos danos provocados no carro, que ainda não foi reparado, por falta de dinheiro. “Estou farto de esperar e de não me dizerem nada”, lamenta-se o sinistrado, em declarações ao jornal.
O caso continua na justiça, para onde a seguradora recorreu, para tentar que a empresa pública Infraestruturas de Portugal assuma os danos provocados no Mercedes.
O processo começou por envolver a autarquia figueirense. Entretanto, ficou provado que a manutenção dos postes de iluminação da ponte não é da responsabilidade da câmara. Enquanto o caso decorre nos tribunais, Carlos Gomes tem a sua vida condicionada, devido à falta da viatura.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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