O vice-presidente dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz Mário Leitão demitiu-se. Em declarações ao jornal AS BEIRAS, garantiu que não falará publicamente sobre os motivos que o levaram a sair, 19 anos depois de fazer parte da direcção daquela associação humanitária, para proteger o “bom nome da instituição”.
“Não prestarei declarações sobre o assunto, a menos que surjam mentiras na praça pública”, disse. Mário Leitão, não obstante, ressalvou que a sua demissão não foi motivada por divergências com a direcção, realçando o bom relacionamento com todos os seus elementos, em particular com o presidente, Lídio Lopes.
Lídio Lopes, por seu turno, não quis prestar declarações sobre a demissão de Mário Leitão, relevando, contudo, a consideração e o respeito mútuos existentes entre ele o seu antigo número dois.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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