Não tenho palavras para dar um título a esta postagem.
Quem passa por uma situação de perda brusca de alguém próximo ou querido, nunca mais é o mesmo.
Aprendi isso à minha custa em 6 de junho de 1974. Mais recentemente, em 14 de julho passado, revivi tudo isso.
A vida, o tempo, as coisas mais comezinhas ganham perspectiva e profundidade.
A morte, tinha eu 20 anos, passou a estar presente em todos os meus momentos - vigilante, cruel, traiçoeira, mas também companheira...
Um abraço para o treinador Quinito, um Homem especial, que aprendi a admirar há longos anos.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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