Foto: Pedro Agostinho Cruz |
O ano
passado foi o pior na captura de
lampreia da última década, com
o registo nacional de apenas 13
toneladas apanhadas em Portugal continental, que compara
com as 79 toneladas pescadas em
2014.
A tendência tem sido decrescente ano após ano.
No rio Mondego, 2024 foi o ano com menor número de efetivo de lampreias adultas desde que há registos. O director do Centro de Ciências do
Mar e do Ambiente, Pedro Raposo Almeida, alertou, há dias, que
foram contabilizados só 1969 espécimes no açude-ponte de
Coimbra, muito abaixo dos 10
mil necessários para a sustentabilidade daquela espécie.
O biólogo e director do Aquamuseu do rio Minho, Carlos Antunes, adverte que o salmão está
em risco de extinção, a enguia
ameaçada e a lampreia poderá
estar a seguir-lhes os passos.
Amanhã em Valença, o especialista participará no seminário
Conversas em Torno do Rio Minho. A iniciativa pretende debater o presente e o futuro daquele curso de água internacional,
desta vez com enfoque na temática dos peixes migradores.
“As conversas vão incidir sobre as espécie migradoras. Não
é um problema de agora. A situação de alarme soou no ano passado face aos valores da pesca da
lampreia”, explica Carlos Antunes. “A comunidade assustou-se
com os valores tão baixos em termos de pesca [de lampreia], porque, até em termos ambientais,
empíricos, os pescadores conhecem e sabem, pela prática, que
anos chuvosos costumavam ser
bons e isso não se verificou”.
Quanto às possíveis causas da
quebra da lampreia, existem várias “patologias” que estarão a
contribuir para a diminuição da
população de lampreia: “perda
de habitats, barragens, espécies
exóticas, mudanças climáticas e
poluição, quer a visível quer a invisível, porque ainda há muito
que conhecer a nível dos contaminantes emergentes”.
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