segunda-feira, 21 de outubro de 2024

População de lampreia está em declínio nos rios nacionais

Foto: Pedro Agostinho Cruz
Há cada vez menos lampreia nos rios portugueses. Isso, refecte-se na pesca. 
O ano passado foi o pior na captura de lampreia da última década, com o registo nacional de apenas 13 toneladas apanhadas em Portugal continental, que compara com as 79 toneladas pescadas em 2014. 
A tendência tem sido decrescente ano após ano. 
No rio Mondego, 2024 foi o ano com menor número de efetivo de lampreias adultas desde que há registos. O director do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Pedro Raposo Almeida, alertou, há dias, que foram contabilizados só 1969 espécimes no açude-ponte de Coimbra, muito abaixo dos 10 mil necessários para a sustentabilidade daquela espécie. 
O biólogo e director do Aquamuseu do rio Minho, Carlos Antunes, adverte que o salmão está em risco de extinção, a enguia ameaçada e a lampreia poderá estar a seguir-lhes os passos. 
Amanhã em Valença, o especialista participará no seminário Conversas em Torno do Rio Minho. A iniciativa pretende debater o presente e o futuro daquele curso de água internacional, desta vez com enfoque na temática dos peixes migradores. “As conversas vão incidir sobre as espécie migradoras. Não é um problema de agora. A situação de alarme soou no ano passado face aos valores da pesca da lampreia”, explica Carlos Antunes. “A comunidade assustou-se com os valores tão baixos em termos de pesca [de lampreia], porque, até em termos ambientais, empíricos, os pescadores conhecem e sabem, pela prática, que anos chuvosos costumavam ser bons e isso não se verificou”
Quanto às possíveis causas da quebra da lampreia, existem várias “patologias” que estarão a contribuir para a diminuição da população de lampreia: “perda de habitats, barragens, espécies exóticas, mudanças climáticas e poluição, quer a visível quer a invisível, porque ainda há muito que conhecer a nível dos contaminantes emergentes”.

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