Em novembro de 2006, em plena reunião de câmara realizada no dia 6, o então vereador PSD Paulo Pereira Coelho, manifestou-se contra a urbanização dos terrenos da Alberto Gaspar.
Mas, sublinhou, se tiver de ser feita, “que seja a autarquia a ganhar dinheiro a favor dos munícipes”.
Nessa reunião de câmara, o vereador da então maioria Paulo Pereira Coelho mostrou-se contra a alteração do Plano de Urbanização (PU) nos terrenos da Alberto Gaspar, em S. Pedro.
No essencial, o PS defendeu a mesma posição.
Na altura, já há dois anos que os cerca de 70 trabalhadores tinham rescindido os contratos de trabalho com a empresa, alegando salários em atraso.
Passado todo esse tempo a administração da empresa pressionava os politicos com o argumento de que o dinheiro (perto de seis milhões de euros) da alienação dos terrenos a um grupo espanhol, que pretendia construir cerca de mil fogos em altura, era para pagar aos credores, incluindo os antigos trabalhadores. Mas Paulo Pereira Coelho defendia que “a câmara não teve culpa” que a Alberto Gaspar tivesse chegado à situação em que se encontra.
“Se os terrenos (de 12 mil metros quadrados) estão na massa falida, a câmara que vá lá e que os valorize, que os venda e que ganhe dinheiro com eles a favor dos munícipes”, sugeriu Pereira Coelho.
Isto, se Duarte Silva mantiver a decisão de avançar com a alteração ao PU, porque Pereira Coelho deixou claro que está contra a transformação de terrenos industriais numa área de “especulação imobiliária”.
Como era óbvio, a situação dos trabalhadores estava a ser usada como modo de pressionar a câmara a tomar decisões. Esse, foi também o entendimento de Paulo Pereira Coelho, que avisou: “recuso–me, terminantemente, a funcionar sob pressão, diria mesmo, até quase sob chantagem”.
É que, segundo o que o vereador disse na altura, “alguém já prometeu comprar os terrenos, baseado em supostas decisões da câmara”.
Recorde-se, que um grupo imobiliário espanhol pretendia adquirir os terrenos da falida Alberto Gaspar, para urbanização - 120 mil metros quadrados que estão à espera da revisão do plano urbanístico, pela câmara.
Os espanhóis chegaram a actuar como legítimos proprietários dos terrenos onde estiveram implantadas as instalações fabris da empresa Alberto Gaspar & Cª. Ldª., pois até chegaram a vender apartamentos!
Só que, entretanto, rebentou a bolha imobiliária espanhola, que atingiu em cheio a Martinsa-Fadesa, a tal promotora imobiliária que já estava a vender apartamentos nos terrenos do Alberto Gaspar, situados na zona industrial da Gala!..
Quem tem lido este blogue ao longo dos anos, conhece a “estória” … Pode ser recordada clicando aqui.
E os trabalhadores, os tais que foram explorados e usados pela admnistração da Alberto Gaspar como arma de arremeso, viram as suas vidas e as das suas famílias desfeitas.
Um exemplo, via AS BEIRAS.
Será justo que venham a ser os herdeiros do Alberto Gaspar a beneficiar com as mais valias que a transformação de terrenos, que foram cedidos em condições especiais para uso industrial, em terrenos para a especulação imoblilária, vão proporcionar?
Porque os políticos têm memória curta, recordo um intervenção do actual vereador da maioria absoluta Carlos Monteiro no decorrer da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, realizada a 24.09.2009.
Retirado da acta da sessão ordinária nº. 4/2009.
A terminar, fica o registo do que então disse o presidente da Câmara Muncnipal da Figueira da Foz, o falecido Duarte Silva.
1 comentário:
Então a menino queria,
ficar a saber segredos,
daqueles que ninguém sabe?
Sobre o Pê Dê Mê da Figueira
Pergunte à bolinha matreira
Faça-lhe festas com os dedos
Verá que a bola se abre!
No mês que aí vem se há-de ver!..
Vai ser rico de surpresas...
Terão de satisfazer
mulheres como eu - tesas!
Martinha Lacerda
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