"Passos Coelho acusou o ministro da educação de estar a defender interesses."
Por falar em interesses...
Nessa matéria a experiência de Passos Coelho é quase imbatível.
Poderia invocar a concessão à pressa dos transportes públicos de Lisboa e Porto; a concessão da exploração de petróleo no Algarve a Sousa Cintra, poucos dias antes de o governo cessar funções; a falta de transparência nas privatizações da TAP, da EDP ou da REN; a privatização de empresas públicas lucrativas, como os CTT ou as condições de privatização do Oceanário ou do Meo Arena para justificar a minha afirmação, mas nem preciso de ir por aí.
Basta lembrar os interesses que o governo de Passos protegeu, ao conceder subsídios às escolas privadas. E que interesses foram esses?
Ora vejamos:
- Entre as 79 escolas com contratos de associação 26 são religiosas;
- Mais de uma dezena são indirectamente geridas pela Igreja através de entidades terceiras
- Das restantes uma boa parte são geridas por correligionários do PSD, mas também do PS, sendo que estes são entusiastas do Bloco Central. O dos negócios, da corrupção e do compadrio.
Ter a lata de dizer que Tiago Brandão Rodrigues está a defender interesses é uma declaração que ficará na história da pulhice laranja que marca o consulado de um terrorista social e de um mentecapto cultural.
1 comentário:
Não trabalho no ensino.
Não tenho a pretensão de vir dar palpites ou sugestões a quem tem habilitação académica e profissional para o assunto.
A minha vida é profissional é a Química e o Sr Director de Produção que faz muitas contas de rentabilidade...
Mas todos temos familiares ou amigos que são professores. Assim, ao abrir o mail (na hora do almoço, Sr Director!!!) recebi este texto de um amigo.
Aqui fica:
"Na argumentação dos defensores dos contratos de associação há um (só?) detalhe que me deixa baralhado e que é o de referirem que a questão afecta “apenas” uns 80 “colégios” num universo de mais de 2500 estabelecimentos de ensino privados. Afirma-se que são apenas 3% do total. O que parece irrelevante.
Mas depois afirma-se que, afinal, podem vir a ser afectados mais de 17.000 alunos por uma decisão de rever os contratos de associação com esses colégios, o que é um número muito elevado num sector que tem pouco mais de 120.000 alunos no Ensino Básico e um pouco mais de 70.000 no Secundário de acordo com as estatísticas oficias mais recentes. Seriam quase 10%. Como é possível se a coisa atinge apenas metade de 3%?
A questão é ir ver com atenção os números.
Número de alunos no ensino básico: No contexto do ensino privado, os que dependem do Estado são 38,7%… o que significa que são muito mais de um terço do total, um peso desproporcionado em relação ao “número de estabelecimentos”.
Em Portugal, quase 40% do Ensino Básico “Privado” é subsidiodependente.
E no caso do Ensino Secundário, ainda em 2013-14?
Temos que 22,8% dos alunos do ensino privado têm apoio do Estado.
No total (Básico mais Secundário) em 2013-14 eram 63651 alunos em 193694, o que dá 32,9%, quase um terço do total.
Percebem agora o problema de um sector “privado” que depende em quase um terço do Estado, mesmo se oculta isso atrás de uns alegados “3% de estabelecimentos”?
E ainda há quem fale em manipulação?
E fazem muito bem. Em Portugal pratica-se a utilização truncada e selectiva da informação. Não é caso único."
Paulo Guinote / blog “O Meu Quintal” – texto “Ligeiras Imprecisões” - MAIO 9, 2016
Não conheço o Sr Guinote mas suponho que será professor ou investigador.
O que receio é que isto seja um ajuste de percentagens nos negócios do CENTRÃO e não uma verdadeira decisão política/educativa.
Pelas palavras do Sr Presidente da República, Costa vai levar um apertão.
Gostava de estar errado....
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