Em democracia há Partidos.
Na Figueira, que eu saiba, existem o CDS-PP, o PSD-PPD, o PS, o BE e o PCP.
Os partidos têm gente lá dentro — homens e mulheres que têm os mesmos problemas da restante população.
Numa Figueira, transformada, há anos, em terra do faz-de-conta, onde as palavras já não têm o significado original, os "ajustadores" apresentam-se como a única escolha a ter direito a voz.
Os políticos e os tecnacratas vendem as mensagens que lhes interessam, a cada momento, e é isso que passa na comunicação social. Verdade é mentira. Excelência, na prática, quer dizer empobrecimento. Direitos há muito conquistados pelas populações nas suas Aldeias, agora passam a ser luxo.
E tudo é apresentado, por quem decidiu sem ter em conta toda a abragência das consequências das alterações que se pretendem introduzir no dia a dia das pessoas, como se viu neste caso do acesso aos cuidados médicos de proximidade de uma população envelhecida.
O que passou na comunicação social, como se não houvese alternativa, é que é assim e nada pode ser de outra maneira.
As poucas vozes que discordaram foram ostracizadas e silenciadas.
Contudo, logo que quem esteve na origem deste problema, nomeadamente o presidente da câmara da Figueira ou o Director-Executivo da ACES, António Morais, queriam passar a mensagem que lhes interessava, no momento, surgiam logo os "pés de microfone" oficiosos, saídos lá dos buracos onde estão atentos às ousadias da malta que só serve para colocar pedrinhas na engrenagem, para darem o amém da divulgação aos recados do "poder instalado".
Mas os partidos também ficaram chamuscados neste processo. A imagem que anexo, foi a única tomada de posição partidária de que tive conhecimento. CDS-PP, o PSD-PPD, o PS e o BE, até ao momento, a avaliar por este caso, parece que não existem na Figueira...
Uma clarificação: apesar de não pertencer a nenhum Partido, não considero os cidadãos sem filiação partidária melhores do que os partidariamente inscritos.
Tenho, desde sempre, uma discordância em relação ao funcionamento normal dos Partidos, que neste caso, ficou perfeitamente visível: protestar contra a política do facto consumado não serve para nada.
O meu comité central é funcional, expedito e tem tido alguma eficácia: sou apenas eu.
Em 42 anos de democracia, também no meu concelho, dois partidos, tal como na política nacional, dois partidos, dois, alternaram no poder, sem que se veja qualquer alternativa política.
O que eu não estaria ainda disposto a dar - essa tem sido, no essencial, a luta da minha vida... - para que o ditado popular "mudam as moscas, mas...", não se aplicasse também a esta minha encantadora Figueira da Foz, uma cidade tradicional, demasiadamente hierarquizada, em que as coisas acontecem quando podem acontecer, e sempre obediente a quem sempre quis que ela se mantivesse assim...
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