Foto Pedro Agostinho Cruz |
Ao longo dos seus 55 anos, António Tavares já vestiu muitas peles: professor do ensino secundário, advogado, jornalista, vereador da oposição e, nos últimos anos, do poder.
Se «passava a vida a espreitar para os contentores do lixo», era porque, no início das suas funções executivas na Câmara Municipal da Figueira da Foz, queria «mudar o mundo» e, sob o peso dessa responsabilidade auto-imposta, cedia à obsessão pelos pormenores. O tempo, garante, curou-o. Os livros, e a escrita, libertaram-no.
Resumindo, concluindo e moral desta «estória» - se esta «estória», que tive oportunidade de ler no Diário de Coimbra, há uns tempos atrás, porventura, tivesse moral!..
Ontem, António Tavares como homem inteligente que sempre foi, queria “mudar o mundo”. Hoje, António Tavares, como homem sábio e político que passou a ser, “mudou-se a ele mesmo”.
Aprendeu a saber jogar, de igual para igual, com os que se movem num terreno partidário armadilhado e movediço, como é, e sempre foi, desde que me conheço, o PS figueirense.
Nos dias que passam, António Tavares é um político feito e assumido, pois melhorou muito no saber lidar com as relações políticas dentro do partido socialista e continua com a visão estratégica e o sangue frio que sempre lhe reconheci.
Mas, vamos ao que interessa.
"O Prémio Leya 2015 foi esta terça-feira atribuído a António Tavares, pelo romance O Coro dos Defuntos. O júri escolheu esta obra por unanimidade. Este é o galardão de maior valor pecuniário - 100 mil euros - para romances inéditos em literatura de expressão portuguesa."
Sublinhe-se: o Prémio Leya é, a par do Prémio Camões - no mesmo valor, mas que distingue carreiras literárias -, o mais valioso atribuído na literatura de expressão portuguesa.
Eu acredito que todas as pessoas são boas em alguma coisa. Eu sabia, há muitos anos, que o António Tavares era bom a escrever. Mas eu também sei que o António Tavares, como político, tornou-se mais do mesmo.
Se o António Tavares lesse o que escrevo, sugeria-lhe que largasse a política e se dedicasse à escrita.
Assim, como está a sua vida, conseguir juntar tudo, fazer com que a sua vida tenha sentido e que haja alguma ligação, deverá ser - presumo eu - muito difícil.
É com todo o gosto que registo, felicito e dou publicidade à conquista do prémio.
Por fim, assinalo a diferença entre o Super-Homem e o vereador Tavares!..
Só um tem um livro premiado para atirar à cara de quem o tente chatear...
2 comentários:
Não deixa de ser um cumprimento para o pensamento figueirense e arredores.
Depois de Montemor, nada mau...
Uma boa ideia é sempre uma boa ideia!
Já agora, na "Cambra", não fique calado enquanto nos vendem o futuro, liquidam a nossa soberania e pretendem fazer da democracia uma farsa.
Faça jus ao nome do partido que o elegeu: Socialista e LIVRE!
Tanques a lote, pá!
Como seria bom se lhe fosse entregue o prémio por a praia e a parte histórica da cidade estarem limpos.
De qualquer das formas parabéns pelo prémio.
Enviar um comentário