Na
última reunião de câmara, os vereadores desta coligação “incentivaram o executivo camarário a reflectir acerca da atribuição de uma distinção oficial do município”
como forma de homenagem a Azenha Gomes, refere em nota de imprensa
esta força política. Os autarcas da oposição consideram que o
“percurso de vida deste destacado figueirense” é “merecedor de
uma homenagem promovida pela câmara”.
A
maioria socialista concordou e a proposta foi aprovada.
A Figueira é assim mesmo. Uma
parte essencial da saloiice indígena é a mania do prestígio.
Vivemos
numa terra com
défice de confronto.
Por
todo o lado, no poder, na oposição, pelos jornais, nos blogues,
nota-se aquele cuidado hipócrita em não ferir susceptibilidades.
Como
o concelho é pequenino e toda a gente está mais ou menos
comprometida com toda a gente e deve favores a toda a gente, a
amabilidade impede que as relações, públicas ou privadas, sejam
adultas.
Só
a ruptura e a desmesura valem a pena. São um sinal de maturidade e
de responsabilidade contra a trivialidade da vida quotidiana
falsamente "animada" pelos amáveis de serviço.
Por
isso, pessoalmente, ignoro a maioria das "figuras públicas"
e a sua hipocrisia.
Tenho por hábito respeitar as opiniões, mesmo que contrárias às minhas. Acostumado a estar do lado minoritário no plano político, mas nem por isso com qualquer sentimento de solidão, fui ganhando a paciência necessária para perceber que aquilo que hoje não é "certo" amanhã o pode ser e que as modas políticas são a coisa mais fútil e efémera que pode existir.
E, como ao longo dos anos fui ganhando paciência, vou continuar a esperar também a dos outros, para entenderem quem se mantém firme nos seus princípios.
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