Estava na disposição de não escrever sobre o 11 de Setembro, ou melhor sobre os vários onzes de Setembro.
Tudo já foi escrito e dito.
Limito-me a pedir um minuto de silêncio, em memória de todas as vítimas, de todos os dias, da selva em que transformaram o mundo em que vivemos.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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