Ontem, os delegados ao XVIII Congresso Nacional do PS elegeram por larga maioria a ex-ministra Maria de Belém para o cargo de presidente do partido substituindo Almeida Santos, que ocupava este lugar desde 1992!..
Ora, isto é mais o mesmo. Os partidos tendem a fechar-se em si mesmos. É difícil a entrada de gente nova.
Em todos os partidos abundam indivíduos que nada mais fizeram na vida do que militar…
Do PCP ao CDS, há nomes que pertencem à mobília da casa, alguns já há dezenas de anos.
Profissionalizaram-se numa actividade que nunca foi profissão e agora, nada mais sabem fazer...
São os denominados imprescindíveis militantes.
Agora, têm uma trabalheira extra: tudo fazer para nos levar a acreditar que a democracia não pode prescindir deles.
O País deve ter centenas deles... A Figueira, contribui com uma boa dúzia deles…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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