As coisas estão claras: ou cumprimos e empobrecemos pacifica e alegremente, ou a saída do Euro é uma séria ameaça para Portugal...
É assim que as coisas nos são apresentadas por quem foi colocado no poder pelo voto popular.
É neste contexto que se tem de entender o objectivo central neste momento: despedir.
Que não haja ilusões: toda e qualquer pessoa pode ser despedida de qualquer forma e com a justificação que o patrão achar mais adequada – e nem precisa de ser verdadeira.
A quebra na produtividade passa a ser um dos critérios através dos quais um patrão pode despedir.
Mas o que é a produtividade?..
A tão esperada (pelos patrões e pelo estado) liberalização dos despedimentos já estava anunciada há muito, mas só agora, com este governo PSD/CDS, parece ir ser implementada.
Vejam onde chega o cinismo: o pagamento das horas extraordinárias vai para metade!..
O descaramento é tão grande que se anuncia que o objectivo é pagar metade para o trabalhador trabalhar mais!..
E para não esquecer: está no no ar a redução do subsidio de desemprego e o tempo de atribuição deste…
O subsidio de desemprego, que não é uma esmola: é um direito conquistado pelos trabalhadores.
Passos Coelho, já preveniu... "Pode haver quem se entusiasme com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora, esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal", mas esses descobrirão "que também sabemos decidir".
E não é que decidiu mesmo?..
“No Orçamento para 2012, o Ministério das polícias (vulgo da Administração Interna) é o único que, além de não sofrer cortes, será ainda reforçado com mais 400 milhões de euros. Parece, pois, que é com mais polícias e mais dinheiro para as polícias, que o Governo pensa resolver o problema de (citando fonte do executivo) "mais desemprego, mais carências e menos prestações sociais".
Nunca fiando: “o povo é pobre e mal agradecido, sobretudo se lhe tiram o pão e, por isso, o melhor é preparar o pau.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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