segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Na Aldeia... (the end)

Sou do tempo, já lá vão mais de 40 anos, em que as campanhas eleitorais, não eram bem bem campanhas eleitorais.
Eu explico: perante a total ausência de democracia que havia antes do 25 de Abril de 1974, o MDP/CDE ameaçava ir às urnas, para aproveitar a possibilidade de tentar fazer algumas coisas, como reuniões e ter uma sede aberta, o que dava para ter alguma acção contra o fascismo marcelista.
Por isso, nunca deixei de valorizar as campanhas. Gosto de campanhas, em especial as da Aldeia - as autárquicas.
É certo que a democracia que vivemos é muito relativa, mas ainda é uma democracia - os votos são contados, sem chapeladas de maior, e todos podemos concorrer.
Não ser candidato e participar numa campanha não é um direito - é um dever de cidadania.
Portanto, meus caros, se querem voltar às eleições de 1973, assumam-no.
Deixem-se de comentários abaixo de cão... Não tenho paciência para isso.
Aprendizes de fascistóides, a mim, não me pressionam. Muito menos, me impressionam...
No dia seguinte, a minha esperança na mudança é de tal modo exuberante, que vou adquirir uma coisa - como esta da foto ao lado - para esperar deitado...

Abstenção - uma atitude, uma falta de interesse ou preguiça?

imagem sacada daqui
O fenómeno sociológico do voto e da abstenção continua cada vez mais na ordem do dia em Portugal. 
O distrito de Setúbal, historicamente marcado por uma população jovem e por uma baixa escolaridade, possui sete dos dez concelhos com maior abstenção. Seguem-se Oeiras, Cascais e Ílhavo, concelhos com diferente traçado social. Entre os dez concelhos, existe a constante da elevada população jovem, cada vez mais marcada pelo distanciamento face à política, ao dever e importância do voto e, simultaneamente, por uma desconfiança e descrédito face à classe política nacional. 
Independentemente do substrato social, a abstenção continua a fazer escola. Do não reconhecimento partidário-ideológico ao desinteresse e desinformação, há um punhado de atitudes políticas que os jovens portugueses vão tomando, engrossando o divórcio simbólico entre a política, como exercício, e a política como cidadania. 
O país - todos nós - vai perdendo vigilantes e a corrupção ganhando margem de manobra. 
Ontem nas intercalares de S. Pedro, a abstenção atingiu praticamente os 60%.
Vejamos como foi, mesa a mesa.
Mesa 1 – (Onde estão recenseados os mais antigos e mais idosos eleitores de S. Pedro)
Eleitores 930; Votantes 562 – PS 375; CDU – 64; MRRP 10; PSD 90.
Mesa 2 – (Onde já se começa a notar a presença de novos moradores)
Eleitores 930; Votantes 384 – PS 237; CDU 56; MRPP 7; PSD 73)
Mesa 3 - (Onde está recenseado o eleitorado mais jovem)
Eleitores 933; Votantes 186 – PS 113; CDU 22; MRPP 2; PSD 42.
Não vos vou maçar com uma exaustiva análise destes resultados (daria pano para mangas....)
Chamo apenas a atenção da classe política. 
Seria bom que, desde já, olhasse para a abstenção também como uma tomada de atitude política.
Se isso não acontecer e não forem tomadas medidas de enquadramento político para a abstenção (e acontecimentos que conduzem a processos como o das intercalares de S. Pedro não ajudam nada...), prosseguiremos de vitória em vitória até à derrota do regime democrático em Portugal.

aF, nº234


domingo, 19 de outubro de 2014

Rescaldo das intercalares de S. Pedro - 19 de outubro de 2014

Com o devido respeito, o PS figueirense, nestas intercalares de S. Pedro, fica para a história da política local, como um exemplo acabado de um partido burro e sem princípios. 
Confesso que cheguei a ter pena dos militantes do PS, em S. Pedro, para quem estas eleições foram um instrumento de tortura manipulado pelo seu próprio partido.  
Para além de um certo (muito) desprezo mostrado pelos sentimentos dos seus próprios eleitores, muitos responsáveis pelo PS devem ter considerado que a junta de S. Pedro deve ser gerida em função da vontade de uma espécie de nobreza aldeã.  
Na minha Aldeia, anos atrás, a esquerda - PS mais PCP -, contava com uma quase unanimidade. O PSD era um partido minoritário. O CDS era o que ainda é - uma anedota.
Durante muitos anos o PSD nunca imaginou ganhar umas eleições autárquicas.
Conseguiu, porém, estar no poder, durante vários mandatos, graças aos malabarismos conhecidos, a cumplicidade e a participação assumida e activa, de muitos que, nestas intercalares, integraram a lista do PS.
Por este caminho, se tudo correr como penso que vai decorrer, a Aldeia ainda vai ser um baluarte do PSD.
Desta vez, o PS figueirense esteve igual a si próprio - foi o burro do costume.

No rescaldo das intercalares, a coisa, resumindo, foi isto.
Em 2013, registaram-se os seguintes resultados: 
Assembleia de Freguesia
Num universo de 2.776 inscritos, votaram 1.471 - 52,99% de abstenções.
- CDU 87/LISP 419/PS 897

Nas intercalares de hoje:
Assembleia de Freguesia
Num universo de 2793 inscritos, votaram 1.132 - 59,9   de abstenções. 
- CDU 142/ PSD 205/PS 725/PCTP/MRPP 19

Vencedora absoluta : abstenção.
É um direito, claro, mas depois não se queixem.
É certo que o desencanto é muito, tal facto é por demais compreensível, mas a solução não parece ser por aí.

Perdedor maior: PS.
Um valente cartão vermelho, sem mais nem menos. De 897 votos há um ano - passou para 725!..
Pudera, com o desânimo e revolta que por aí vimos e sentimos, seria de espantar que acontecesse o contrário. Haja coerência.

Vencedor maior: CDU.
Pode ter beneficiado da abstenção, porque os seus apoiantes falham menos, é verdade, mas não deixa de ser um reforço, que significa, certamente, alguma coisa. Ou muita. De 87 passou para 142 votos!
Num espaço de um ano, foi obra! E conseguiu um mandato, o que já não acontecia desde 2005.

Perdedor médio: PSD.
Médio a fugir para o grande. Só conseguiu 205 votos...

Papel cumprido: PCTP/MRPP.

Que PS vai restar na Aldeia depois disto?..
Para já, o óbvio é que voltou 20 anos atrás.

Mas, havemos de sair disto...
A luta continua: ao trabalho, covagalenses, ao trabalho!

Lamento quem passa pela vida sem pensar jamais montar um Roci­nante ou combater moinhos de vento...

Very light, José Martins, maio de 1991.

Votar é um direito e um dever!

Logo mais,  se saberá quem virá a ser o próximo presidente da junta... 

Escolham bem, sff...

sábado, 18 de outubro de 2014

Casa de Nossa Senhora do Rosário assinalou Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

A Casa de Nossa Senhora do Rosário assinalou, na passada sexta-feira, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, inaugurando uma exposição fotográfica que traduz vários olhares sobre este drama social. 
A exposição pode ser visitada até dia 24 de outubro a partir das 16h30. 
Segundo informou Ana Mendes, técnica de Acção Social, pretende-se que a mostra fotográfica percorra vários espaços do concelho, estando a decorrer conversações com possíveis interessados em receber a exposição com imagens de Gonçalo Cadilhe, Mauro Correia, Pedro Antunes, João Ferreira, Ricardo Lima, Paulo Gonçalves, Marco Braga, Helena Roso, Emília Epifânio, Pedro Agostinho Cruz e Nuno Ricardo Marques. A exposição na Casa de Nossa Senhora do Rosário é ainda complementada com trabalhos de vídeo-reportagem, testemunhos e photovoice. 
A inauguração contou com a actuação de Tânia Pereira (voz) e André Pleno (piano).
Na foto Figueira na HoraPedro Agostinho Cruz e Pilar Moreira, presidente da Casa de Nossa Senhora do Rosário.

Na Aldeia... (XXXVII)

Esta semana, tirando a chuva, está a correr bem, mas termina com um teste muito importante. 
Amanhã. Domingo.

Populismos...

Esta crónica do eng. João Vaz, consultor de ambiente e sustentabilidade, foi hoje publicada nas BEIRAS.
Já que o tema é "Populismo", trago à colação uma crónica de Manuel Maria Carrilho, publicada no Expresso de 25/10/2003. 
«As teorias da conspiração são um eloquente exemplo de populismo.»
Passo a citar:
"A BENGALA. SEMPRE achei intrigante a facilidade com que se brande a palavra «populismo» como uma acusação.

Afinal, trata-se de um termo que remete para uma das mais autênticas tradições revolucionárias do século XIX, sintetizando então as melhores esperanças da humanidade em grandes mudanças sociais e políticas. Termo que só começou a ter um sentido pejorativo quando entre as elites e o povo, entre as vanguardas e as massas, se insinuaram o iluminismo natural de uns (das elites e das vanguardas, claro) e a perspectiva da inevitável manipulação de outros (do povo e das massas, evidentemente).

Mas, mais do que intrigante, o que sempre senti como incómodo foi que o uso pejorativo deste termo dominasse com tanta frequência e inconsciência a linguagem, e a acção, de alguma esquerda, seja política ou jornalística. Como se fosse possível haver democracia sem povo...

Penso que ganharemos muito quando se conseguir falar dos problemas do nosso tempo sem o apoio da frágil bengala deste tão ambíguo termo. Para não dizer mesmo que a obrigação talvez seja a de lhe dar um outro conteúdo, mais afirmativo, à altura das suas origens históricas e que aposte mais na efectiva capacidade de transformação das coisas do que não se gosta do que, afinal, na sua vã e desconfiada diabolização.

O ARGUMENTO. Enquanto isto não acontece, não é mau compreender que, no sentido que vem sendo mais utilizado - e nos últimos dias isso tem ocorrido com frequência - tanto há populismo à direita como à esquerda, e que nesta sua acepção mais comum ele corresponde à utilização do que na gíria argumentativa se designa como o argumento «ad populum».

Este argumento consiste sempre, seja qual for a sua forma concreta, no recurso emocional a sentimentos considerados básicos, primários, com o objectivo de suscitar adesões e caucionar conclusões que nenhum raciocínio ponderado sustenta e que nenhuma prova acompanha.

Ou seja, à falta de evidências concretas e de bases racionais, vai-se pelo apelo afectivo e pela vereda imaginária: e é aqui, na sua raiz, que o chamado populismo se encontra com o espírito demagógico e com os tiques da intolerância.

É por isso que as teorias da conspiração - que aludem mas não mostram, insinuam mas não provam - são, em geral, um eloquente exemplo deste populismo, com consequências políticas tanto mais devastadoras quanto menos consciência se tenha deste seu potencial. Como nos últimos dias se tem podido observar com nitidez, às vezes há bem mais populismo em quem o denuncia do que nos que são visados pela denúncia. E quando assim é, a confusão só pode aumentar."

A importância do saco de plástico...


Num país cheio de problemas estruturais, a grande reforma para 2015 é a taxação do saco de plástico!..

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Em cima da hora...

Neste momento está a decorrer um debate sobre as eleições intercalares na freguesia de S. Pedro na Foz do Mondego Rádio.
Está em debate o problema da erosão costeira na freguesia. Já usaram da palavra António Salgueiro, João Bertier e neste momento está a falar a Manuela Ramos.
Recordo a posição de um  anterior presidente da junta da minha Terra, Carlos Simão, que faz parte da lista e é o mentor da lista de António Salgueiro, em novembro de 2011:
 "Erosão costeira na margem sul: "autarcas (excepto Carlos Simão) e populares daquela margem apontam o dedo ao prolongamento do molhe norte..."
AS BEIRAS, dia 07-11-2011, página 5
Por favor não me fecundem... OK?...

Autor tem 24 anos e é descendente do escritor José Maria Eça de Queiroz...

Afonso Reis Cabral vence Prémio Leya com "O Meu Irmão".

Somos um país de poetas, mas uns são melhores do que outros...

Claro...

Gostei de ler

Da longa série "o meu favor de hoje é o teu favor de amanhã"

Domingo, em São Pedro, vamos todos votar...

"SINTO-ME MUITO HONRADA POR TER SIDO
CONVIDADA PARA ENCABEÇAR A LISTA DA CDU"
Tudo está claro. 
O PSD, após muitos anos sem apresentar lista própria, está de novo a concorrer com o seu símbolo a São Pedro. 
Em anos anteriores, apoiava a LISP, cujos elementos, agora, concorrem, na sua esmagadora maioria, na lista do PS. 
Isto, é a política na Aldeia, a viver um dos seu piores momentos. 
É a política da ambição pelo poder sem limites, sem convicções, sem credibilidade e sem seriedade. 
Têm a palavra os eleitores da freguesia de São Pedro. 
Eu, já decidi como vou votar nas eleições intercalares do próximo domingo. 
Vou votar contra esta ideia de falsa mudança, para tudo continuar na mesma. 
Vou votar contra o anúncio de "tempos novos" precocemente envelhecidos. 
Vou votar contra a demagogia populista. 
Vou votar contra a mediocridade instalada. 
Vou votar pela Cova e Gala, a minha Terra.
Vou votar por uma maioria de exigência e de responsabilidade. Absolutamente responsável.
Nestas eleições, vou votar CDU.

Na Aldeia …(XXXVI)

O célebre guião, este guião, esta coisita, não é um ponto de partida para a Aldeia.
A ser qualquer coisa – o que pessoalmente duvido - é um ponto de chegada, é o fim da linha, é o epílogo que arrasa as últimas aparências que ainda restavam sobre este grupo que a Aldeia, tragicamente, elegeu em tempos.
É a prova documental e provada de que o PS Figueira não sabe o que está fazer e nem imagina para onde quer que a Aldeia vá a partir do próximo domingo. 

Nota de Imprensa do Executivo da junta de Freguesia de Buarcos sobre o encerramento do Centro de Saúde de nas tardes de sábado, aos domingos e feriados

A Junta de Freguesia de Buarcos opõe-se veementemente à decisão da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) de encerrar o Centro de Saúde de Buarcos nas tardes de sábado, aos domingos e feriados. Esta tomada de posição por parte da ARSC, dada a conhecer na passada semana pela comunicação social, é contrária à política de proximidade que o executivo desta junta tem promovido, defende e irá continuar a adotar. Mais uma vez este Governo demonstra a sua vontade em centralizar serviços sem conhecer a realidade da freguesia e da cidade e sem pensar no bem estar da população. Encerrar um serviço de saúde de proximidade, como é o Centro de Saúde de Buarcos, sem aferir da real oferta de transportes públicos no concelho e sem tomar em consideração a realidade demográfica das freguesias que esta unidade de saúde serve, não faz sentido e este órgão autárquico está liminarmente contra qualquer diminuição do horário de funcionamento daquela valência da freguesia.
Recorde-se ainda que quer a Assembleia de Freguesia quer a Assembleia Municipal já tinham manifestado, unanimemente, a sua oposição à redução do horário do Centro de Saúde. Os deputados eleitos pelo círculo de Coimbra, João Portugal e Mário Ruivo, indignados com a decisão da ARSC, já questionaram o Ministério da Saúde quanto às melhorias concretas que os utentes do centro de Saúde de Buarcos terão com estas mudanças e à existência de um estudo que avalie o impacto na população com menor capacidade de mobilidade.

A Junta de Freguesia vai continuar a lutar pelos interesses da população,  procurando, junto das entidades competentes - Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, ARSC e Ministério da Saúde -, reverter a decisão.